Páginas

Rosiane de Sousa

O ENSINO E APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA: PRÁTICAS E METODOLOGIAS
Rosiane de Sousa Cunha
UNINTER

O processo ensino aprendizagem de história, visa facilitar ao aluno o entendimento acerca dos fatos históricos ocorridos em periodizações diferenciadas, a qual requerem uma abordagem minuciosa para que dessa forma o conteúdo abordado seja compreendido em sua totalidade.
Dessa forma o Ensino de história deve contemplar aspectos que facilitem o aprendizado intelectual do alunado, para isto, é preciso que se trabalhem metodologias que abranjam da interpretações a prática visando com isto compreensão dos períodos históricos estudados. Pois como menciona ARANHA:
“A história resulta da necessidade de reconstruirmos o passado, relatando os acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por meio da seleção (e da construção) dos fatos considerados relevantes e que serão interpretados a partir de métodos diversos.” (ARANHA,2006,p.20 ) 
É no espaço escolar que deve ser estimulado a criatividade do aluno bem como sua capacidade de criar e inovar cada vez mais os conhecimentos acerca do estudo da História.
Nas últimas décadas, o ensino de História foi materializado em suas especificidades. Nas séries iniciais a criança não entende o sentido de história em seu contexto de temporalidade, este tema está inserido no currículo escolar e deve ser trabalhado para que então a criança comece a construir esta noção de temporalidade. Segundo Oliveira (1995, p. 263-264), “... poucos historiadores interessam-se pelo processo de construção do conhecimento histórico em crianças. Muitos sequer acreditam na possibilidade da criança aprender história nas séries iniciais”. Nesta perspectiva o ensino de História nas Séries Iniciais, deve buscar envolver as crianças num sentido de valorização de sua própria história, alicerçando-se assim, para a aquisição de história local e do mundo.         Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1997), um dos objetivos mais relevantes quanto ao ensino de História relaciona-se à questão da identidade. É de grande importância que os estudos de História estejam constantemente pautados na construção da noção de identidade, através do estabelecimento de relações entre identidades individuais, sociais. O ensino de História deve permitir que os alunos se compreendam a partir de suas próprias representações, da época em que vivem, inseridos num grupo, e, ao mesmo tempo resgatem a diversidade e pratiquem uma análise crítica de uma memória que é transmitida.
O estudo de História deve ter o historiador como meio de ligação entre o conhecimento e o aluno, derrubando desse modo o paradigma de que História é uma ciência decorativa. Deste modo, recorrendo novamente aos PCNs (BRASIL, 1997), os conteúdos para os primeiros ciclos do Ensino Fundamental deverão partir da história do cotidiano da criança, em seu tempo e espaço específicos. Porém incluindo contextos históricos mais amplos, partindo do tempo presente e anunciando a existência de tempos passados, e modos de vida e costumes diferentes dos que conhecemos, sempre os relacionando ao tempo presente e ao que a criança conhece, para que não fique apenas no abstrato. E a partir da contextualização entre teoria e prática a criança construa seu saber histórico galgando com este saber para as futuras séries que venha a frequentar. A partir daí ela começa a compreensão do que seja essa contextualização e períodos históricos, bem como, elaborar interpretações mais elaboradas acerca das temáticas estudadas ao longo de todo processo do Ensino de História.
Para isto é preciso que o processo metodológico trabalhado em sala de aula pelo professor seja consistente abordados de forma que o alunado compreenda o contexto histórico no qual está inserido e de como a história se organiza no tempo e no espaço.
Com isto é preciso que o professor se arme de fundamentação teórica e prática. Assim ele cria no aluno valores que possibilitem perceber que a disciplina de história não é uma matéria decorativa. Mas sim um aprendizado constante a qual possibilita a este aluno compreensão da sociedade que o cerca.
“Como ligar o ensino de história à preocupação com o presente e com o futuro que os adolescentes podem experimentar? Essas questões colocam-se na realidade porque a história, aquela que os historiadores contam e tentam explicar e interpretar parece estrangeira ao que os homens fazem e experimentam. É essa estranheza da história que vou questionar inicialmente. Em seguida, vou tentar argumentar em favor da disciplina histórica mostrando que esse distanciamento da história com relação à vida é, na verdade, constituído do conhecimento histórico.” (in: MORIN,2002, p. 369)
Para que o aluno não crie esse distanciamento é necessário que o Ensino aprendizado de história seja facilitado através do professor que vem desde as séries iniciais preparando este campo de abordagens e contextualizações historiográficas, que agora permitem um aprendizado com muito mais materiais eficácia e compreensão. No entanto como menciona ALBUQUERQUE:
“O conhecimento histórico é perspectivista, pois ele também é histórico e o lugar ocupado pelo historiador também se altera ao longo do tempo. Nem sempre se faz a história do mesmo jeito, e ela serviu a diferentes funções no decorrer do tempo. O historiador não pode escamotear o lugar histórico e social de onde fala, e o lugar institucional onde o saber histórico se produz. Por isso, a História como metanarrativa, está em crise. A metanarrativa se faz a partir de um sujeito de discurso que, a pretexto de falar do lugar da ciência, sobrevoaria a História e poderia falar de fora dela, ter uma visão global, de conjunto e não comprometida com os embates do momento.” (ALBUQUERQUE, 2007, p.61). 
Dessa forma é preciso compreender o fato mencionado por ALBUQUERQUE, de que a história no decorrer do tempo não é feita do mesmo maneira. É preciso com isto que o historiador tenha absorvido ao longo do tempo conhecimento necessário e metodologias adequadas para cada periodização. Para que o sentido da compreensão histórica a que se refere o contexto estudado não seja mal compreendido ou caia no esquecimento por não ter sido bem trabalhado.
Neste sentido o processo de ensino e aprendizagem ao longo de toda história da humanidade vem sofrendo modificações que de certa forma contribuem para que as abordagens acerca de seu estudo não sejam feitas em sua totalidade.
Tais transformações estão relacionadas ao currículo escolar no qual perpassa um emaranhado de leis de diretrizes e bases, conceitos, temáticas e inovações do ensino desde as séries iniciais até o ensino médio onde se fazem necessários que o historiador analise todo o processo curricular e tenha uma real compreensão dos fatores que norteiam o ensino e aprendizagem de história.

Bibliografia 
ALBUQUERQUE Junior, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado, Bauru, SP: Udusc,2007 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia Geral e Brasil 3 ed. São Paulo: Moderna, 2006  
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos 2ª ed. São Paulo: Cortez,2008   
CANEN, A.; MOREIRA, A. F. B. Reflexões sobre o multiculturalismo na escola e na formação docente. São Paulo: Papirus, 2001.  
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saber necessário à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997 
 GADOTTI, Moacir. História das Idéias pedagógicas 7ªed. São Paulo: Ática,1999 
MANACORDA, Mário Alighiero. História da Educação. Da antiguidade aos nossos dias 12ªed. São Paulo: Cortez,2006  
MARQUES, Mario Osorio. Pedagogia: a ciência do educador. Ijuí:  Unijuí, 1990 
MARTÍNEZ, Jorge H. Gutiérrez, Novas tecnologias e o desafio da educação. In: TEDESCO, Juan Carlos (org.) Educação e novas tecnologias: esperança ou incertezas? São Paulo: Cortez,2004 
NADAI, Elza. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectiva. In: RBH 13/25-26, set.1992 a ago.1993, 143 -162. 

SNYDERS, Georges. Alunos felizes: uma reflexão sobre a alegria na escola a partir  de textos literários. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.  

6 comentários:

  1. Olá. Gostei do seu texto, mas pergunto a vc o que acha de uma proposição de conceitos como métodos de ensino no espaço escolar. Trabalhar mesmo os conceitos do campo d a história como memória, tempo, espaço ou mesmo a discussão sobre fonte... agradeço

    ResponderExcluir
  2. Olá sou a prof Rosiane de Sousa Cunha em minha concepção penso que é primordial para o prof historiador trabalhar com estes conceitos pois,memória,tempo e fontes são a base para a construção de todo processo histórico.No início do ano executo um projeto com os alunos o qual trabalho com entrevistas,objetos antigos.Espero ter respondido sua dúvida.

    ResponderExcluir
  3. Boa noite, na situação em que o ensino de história se encontra em determinadas regiões do país, como devemos recorrer a uma abordagem histórica metodológica, para atrair a atenção dos alunos?

    ResponderExcluir
  4. Oi Roberto ainda acredito muito em uma melhoria quanto ao ensino de História e as abordagens metodológicas em minha concepção devem estar ligadas a realidade do aluno. É preciso fazer o plano de ensino com adaptações voltadas para está realidade pensando na melhor forma de contagiar o aluno. Se tivermos ao nosso alcance tecnologia para criar videos, slides ok. Se não podemos criar jornal escrito e comentado em sala com entrevistas e personagens de época. Tudo isto parte do principio de você além de professor pesquisador ser o transmissor do conhecimento e aliando seu conhecimento a realidade e anseios do alunado as ideias começam a fluir.

    ResponderExcluir
  5. A forma como os conteúdos da história vem sendo trabalhado dentro das escolas hoje, sendo muitas vezes desvalorizados ou mesmo trabalhado de forma pouca atrativa. Com isso como devemos fazer para tornar dentro de algumas teorias esses conteúdos mais produtivos para os alunos?

    ANTONIO FRANCISCO DE SOUZA

    ResponderExcluir
  6. A forma como os conteúdos da história vem sendo trabalhado dentro das escolas hoje, sendo muitas vezes desvalorizados ou mesmo trabalhado de forma pouca atrativa. Com isso como devemos fazer para tornar dentro de algumas teorias esses conteúdos mais produtivos para os alunos?

    ANTONIO FRANCISCO DE SOUZA

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.