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Rafael Marcelino

A LITERATURA NO ENSINO DE HISTÓRIA: O DOCUMENTO, OS CUIDADOS E A PRÁTICA

Rafael Marcelino Tayar


Das elites ao povo: Positivismo e a Nova história
Houvera tempos em que o principal objetivo do ensino de história como disciplina, pautava prioritariamente de maneira categórica na não problematização dos fatos, pois estes falam por si. Esta visão, limitava tanto o ofício do historiador, na perspectiva historiográfica; como também na incumbência do ensino, já que tais amarras positivistas de certa maneira engessavam a transmissão do conhecimento em suas diversificadas possibilidades. A respeito desta forma de ensino, Elza Nadai explica:
A periodização usada e a abordagem do conteúdo conduzem à uma concepção de história da qual sobressai a grande influência do positivismo. O conceito de fato histórico, a neutralidade e objetividade do historiador/professor ao tratar do social, o papel do herói na construção da Pátria, a utilização do método positivo permearam tanto o ensino quanto a produção histórica. [...]   Essa forma de ensino; determinada desde sua origem como disciplina escolar, foi espaço da história oficial na qual os únicos agentes visíveis do movimento social eram o Estado e as elites.   [...] (NADAI, 1992, p. 143-162)
Através de mudanças graduais, o ensino de história foi atualizando-se para práticas mais abrangentes, assimilando conceitos da Nova história, corrente historiográfica pertencente a terceira geração da Escola dos Annales. Tal corrente tem foco na ampliação diversificada daquilo que pode ser considerado documento histórico, assim como na interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento; logo, intensifica-se a importância das representações coletivas e das estruturas mentais das sociedades. Desta maneira, o documento histórico amplia-se, do mesmo modo que amplifica a voz do povo, que outrora não sentia-se representado pela história, produzida numa perspectiva excludente.
A tarefa de dinamizar o ensino de história, utilizando novas possibilidades de ferramentas e materiais, se faz não somente possivel mas necessária, já que ainda temos resquicios de um ensino de história focado na memorização exarcebada, que tem como essência um nítido utilitarismo, já que a principal meta nesses casos refere-se ao sucesso na avaliação e não na construção do conhecimento histórico, com bases no desenvolvimento da criticidade do aluno. Em 1935, Murilo Mendes constatou esta deformidade no ensino de história, situação fácil de ser detectada ainda nos dias atuais:
Nossos adolescentes também detestam a história. Votam-lhe ódio entranhado e dela se vingam sempre que podem, ou decorando o mínimo de conhecimento que o “ponto” exige ou se valendo lestamente da “cola” para passar nos exames. Demos ampla absolvição à juventude. A história como lhes é ensinada é, realmente, odiosa... (MENDES, 1935, p.41)

O documento: Literatura no ensino de história.
O uso do documento histórico no ensino, contribui não somente na construção de interpretações diversificadas do conteúdo por parte dos alunos, mas também auxilia o mesmo numa jornada de autoconhecimento, conhecendo sua origem, sua relação com a sociedade que o produziu. (SILVA, 2006, p.162)
Neste contexto, entre os vários documentos históricos disponíveis e acessíveis, que podem contribuir para o ensino em sala de aula, a literatura carrega consigo um poder precioso para retratar as minucias de determinada sociedade, em sua devida temporalidade, adentrando a vida privada, dando acesso ao clima de uma época, reproduzindo a maneira que as pessoas pensavam o mundo, a si próprias, e quais eram os valores que guiavam sua rotina, quais preconceitos, sonhos e medos consumiam seus pensamentos.(PESAVENTO, 2005, p.82)
De todo modo, a literatura contribui dando um acesso privilegiado ao passado, apresentando as representações de uma época; como afirma a Sandra Jatahy Pesavento:
A Categoria de “representação” tornou - se central para as análises da nova história cultural, que busca resgatar o modo como, através do tempo, em momentos e lugares diferentes, os homens foram capazes de perceber a si próprios e ao mundo, construindo um sistema de ideias e imagens de representação coletiva e se atribuindo uma identidade. (PESAVENTO,1995, p.116)

Literatura e história: Realidade e ficção, conhecimento histórico
Utilizando-se do livro escolar como recurso didático de ensino, juntamente com a literatura, o professor tem a possibilidade de trazer visões diferenciadas sobre o mesmo período; diversa em sua abordagem, pois o livro didático trará uma narrativa mais fechada e objetiva de determinado conhecimento histórico, a literatura poderá contribuir trazendo uma visão mais intimista de determinada sociedade. Para tal, o professor deve ter alguns cuidados essenciais,não somente na escolha literária, mas na contextualização necessária para que o objetivo previamente estipulado seja alcançado.
Uma preocupação constante deve-se ao fato de que, ao trabalhar com literatura no ensino de história, o professor pode encontrar dificuldades de delimitar para os alunos as diferenças da narrativa literária e narrativa histórica, a realidade versus a ficção; em casos como estes, Roger Chartier considera que esta distinção entre ficção e história, nos dias atuais, tem se mostrado vacilante, pois já existe uma diferenciação clara e resolvida, já que a primeira “é um discurso que ‘informa’ do real, mas não pretende abonar-se nele”, enquanto a segunda pretende realizar uma representação apropriada do real, ou o mais próximo disso possível. Mas, mesmo esta diferenciação perde força na literatura, sendo refutada pela “evidenciação da força das representações do passado que a mesma produz. (CHARTIER, 2009, p. 24)
O conhecimento histórico pode ser definido de diversas maneiras, até mesmo com funcionalismos diferentes. Os marxistas definem que o estudo do passado serve como um instrumento de combate das injustiças e das desigualdades atuais, logo, o historiador cumpre sua função sendo um intelectual orgânico gramsciano. Mas a história não necessariamente precisa ser um instrumento político, assim ela é considerada por outras vertentes como forma específica de conhecimento que busca a compreensão do passado.
Independente da definição, o conhecimento histórico colabora para um saber amplo, incentiva o desenvolvimento da criticidade dos alunos, e este saber depende também da valorização da leitura que irá colaborar para interpretação das diversas fontes e vestígios das épocas passadas, e auxiliará no desenvolvimento de cidadãos conscientes, preparados para a vida adulta e a inserção autônoma na sociedade. (BRASIL, 1999, p. 22)
Neste sentido, o conhecimento histórico só será assimilado pelos alunos quando:
“Estes compreendem que os vestígios do passado como evidência no seu mais profundo sentido, ou seja, como algo que deve ser tratado não como mera informação, mas como algo de onde se possam retirar respostas a questões que nunca se pensou colocar.” (DUARTE, 2005, p. 134).

Na pratica: Conto, Os Mujiques (1897) de Anton Tchekhov
É de suma importância que o professor esteja ciente acerca das possíveis reações que os alunos terão no contato com a literatura. Para evitar dificuldades extras, é necessário um contato interdisciplinar com o professor da disciplina específica para saber se o material escolhido é acessível para os alunos; acessível em sua linguagem, mas também a respeito de sua disponibilidade na escola.
O professor deve também delimitar com clareza o problema que os alunos irão estudar, e o motivo de uso de fontes literárias; conhecer sua fonte e a recepção crítica da obra, entender o contexto sociocultural contemporâneo à fonte é mais relevante do que esmiuçar a estrutura do texto. Texto e contexto se complementam. Por isso, é indispensável que, antes de partir para o uso da literatura, o professor selecione o conteúdo escolhido e o exponha por meio de um material escrito ou mesmo uma aula expositiva. Desse modo os alunos estarão mais íntimos acerca do conteúdo, e poderão exercer um discurso crítico desenvolvido por si próprio.
No 3º ano do ensino médio, em determinado momento o professor de história terá que explorar a revolução russa de 1917, para tal é necessário que o aluno entenda as estruturas sociais, econômicas e políticas que antecedem a revolução, voltar ao império russo, entender a vida do mujiques (camponeses) antes e após o fim da servidão (1861). Deste modo, o texto, Os Mujiques (1987) de Anton Tchekhov, trata-se de um conto que atende tanto as expectativas linguísticas, quanto históricas, pois o mesmo exibe detalhadamente, as condições que os mujiques russos viviam, mesmo após o fim da servidão.
Neste texto é possível constatar nas minucias, de maneira intima e aproximada, características como miséria, alimentação, o trabalho árduo, Impostos abusivos, lembrança da servidão, religião, alcoolismo, as doenças, o clima, analfabetismo e a violência doméstica.  Todas características que exemplificam as causas que contribuíram para que o povo russo se rebelasse no futuro, contra o governo.
São estas características da vida privada, que fazem da literatura uma ferramenta de aprendizagem diferenciada quando comparada aos recursos básicos, como o livro didático, que apresenta ao seu modo, uma história distante, dissociada do meio social do aluno, que por vezes, pode achar a mesma desinteressante. Assim a literatura pode estimular o sentimento de pertencimento, sentindo-se de fato um agente histórico.
Penso que de tudo que as escolas podem fazer com as crianças e os jovens, não há nada de importância maior do que o ensino do prazer pela leitura.  A leitura é a chave para abrir as avenidas do mundo, sem ela somos seres ilegíveis. (ALVES, 1999, p.61)

Referências Bibliográficas
ALVES, Rubem. Entre a Ciência e a Sapiência. O dilema da educação. 4. ed, São Paulo, Edições Loyola, 1999 
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
DUARTE, M. J. F. Representações dos movimentos político-culturais da década de 60 nos jovens do ensino médio. Dissertação de mestrado apresentada a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2005.
MENDES, Murilo. A história no curso secundário. São Paulo, Gráfica Paulista, 1935.
NADAI, E. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectivas. Revista Brasileira de História, vol. 13, n. 25/26, 1992.
PESAVENTO, S. J. Relação entre História e Literatura e Representação das identidades Urbanas no Brasil (século XIX e XX). In: Revista anos 90. Porto Alegre, n. 4, 1995.
PESAVENTO, S.J. História e história cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
SILVA, K. V; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, edição n. 2, 2006.
TCHEKHOV, A. O assassinato e outras histórias. 3. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2011.


14 comentários:

  1. Prezado Rafael Marcelino
    no contexto de ampliação da noção de documento histórico e uso do documento histórico no ensino, na sala de aula, você considera que o professor deve ter alguns cuidados na escolha da obra literária e na contextualização necessária da mesma, pois ela carrega a chave de acesso privilegiado do passado por meio de suas representações de uma sociedade e de uma época, possibilitando o acesso a visões diferenciadas sobre esses que aquelas do livro didático; que texto e contexto se complementam. Mas ficou meio vago a questão da linguagem e da narrativa literárias e da figura do escritor/autor nesse uso da literatura no ensino. Gostaria que abordasse um pouco esses dois aspectos, pois parecem tão essenciais como a escolha da obra e sua contextualização. Valdeci Rezende Borges

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    1. Oi Valdeci, tudo bem? Muito obrigado pela pergunta e desculpe-me pela demora para responder, vamos lá...
      Realmente é uma preocupação justa e honesta; em parte, e com boa relevância, no que diz respeito a linguagem, é necessário um contato interdisciplinar com o professor da disciplina específica para saber se o material escolhido é acessível para os alunos. Vale lembrar que a linguagem pode conter intencionalidades que podem não ser visíveis à um olhar menos treinado. Por isso, a linguagem talvez seja o aspecto mais complicado para o professor de história que pretende usar a literatura no ensino pois ela precisará ser analisada a partir de seu próprio campo disciplinar e dentro de uma boa compreensão acerca das condições de produção, as vezes, a simples descrição dos fatos já é ideologicamente contaminada, assim como fatores temporais e culturais remetem forte influência neste aspecto; Por vezes, a linguagem fala mais que o próprio autor.

      Acerca da narrativa literária, por tratar-se de certa forma de uma transfiguração da realidade, que apesar de poder ser lúdica, fantasiosa ou utópica, vai estar sempre enraizada na sociedade, pois os mundos criados e representados pelo autor da peça literária estão presos as condições de tempo, espaço, cultura, relações sociais e etc.

      É nesta perspectiva que torna-se ainda mais importante conhecer a fonte, a recepção crítica da obra, o que se diz/disse e se escreveu sobre ela; além de entender o contexto sociocultural contemporâneo à fonte. Faz-se necessário também saber como um texto era produzido, em qual veículo foi veiculado, como se difundia e quais seus objetivos, quais suas convenções, o meio intelectual que o cerca, sua ideologia, e as relações de poder que podem ter influenciado o autor e a obra.

      Bom, eu gostaria de poder ter respondido estas questões de maneira mais completa no meu texto, mas os somente 1500 caracteres não permitiram, ou meu poder de síntese poderia ser melhor. rsrsrsr
      Muito obrigado novamente pela pergunta Valdeci, espero ter respondido pelo menos parte de suas dúvidas.

      PS: Creio que seja de sua autoria o artigo: História e Literatura: Algumas Considerações. Lhe agradeço pelo mesmo, pois tem me ajudado muito no meu aprendizado, e em meu projeto de mestrado.

      Abraço
      Rafael Marcelino Tayar

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  2. A Erudição presente nas palavras da literatura pode dificultar ou provocar nos alunos estranhamento e até aversão à Literatura, principalmente a presente nos clássicos. Como articular essa proposta de ensino aos alunos para minimizar o impacto da erudição das palavras?

    Atenciosamente,
    Thiago Alcantara da Silva

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    1. Tudo bom Thiago? Muito obrigado pela pergunta.

      Como disse na resposta acima, a linguagem é talvez o fator mais complicado de lidar, principalmente quando não somos da área. É nesta circunstância que o contato interdisciplinar com o professor da disciplina específica para saber se o material escolhido é acessível para os alunos é de suma importância.

      Outro ponto muito importante é fazer com que o aluno compreenda todo o entorno, o contexto, tanto da obra literária, como do autor, criando assim ferramentas de percepção de irão colaborar para uma melhor compreensão de tempo, cultura, sociedade, pois a narrativa literária, por mais erudita que as vezes possa ser, é reflexo de uma realidade, ou pelo menos uma representação da mesma.

      Se elucidarmos estes seguintes aspectos: contextualização da obra e autor, ajuda interdisciplinar para compreender as intencionalidades da escrita, e seleção do conteúdo histórico exposto por meio de um material escrito ou mesmo uma aula expositiva, os alunos estarão mais íntimos acerca do conteúdo, e poderão exercer com mais naturalidade a leitura da obra.
      Está preparação é essencial para impulsionar os resultados.

      Espero ter ajudado pelo menos um pouco. Muito obrigado novamente.
      Abraços
      Rafael Marcelino Tayar

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  3. "Tudo que se pode pedir a uma obra literária é que seja eco de uma mentalidade, não a descrição de uma realidade, ainda menos sua descrição exata."-- Régine Pernoud. Na problemática ''ficção vs realidade'' seria de melhor aplicação no ensino (evitando-se confusões) buscar livros que apenas ecoem a mentalidade de determinado período, ao invés de livros que tentam, através da literatura, descrever de forma exata tal período?

    JOYCE DE ARAÚJO E SILVA

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    1. Tudo bem JOYCE? Muito obrigado pela pergunta.

      Eu acredito que o ensino de história, pensando no pleno desenvolvimento estruturado do conhecimento, deve-se utilizar de diversas ferramentas e documentos. Dessa forma eu não creio que destacar algumas formas de ensino em detrimento de outras seja um procedimento interessante, pois estas ferramentas e documentos irão trabalhar aspectos específicos e característicos. Logo, é o conjunto de alternativas que trarão um efetivo leque de opções.
      Vale lembrar que quanto mais ferramentas, mais flexível torna-se o ensino, e cabe ao professor saber o momento, e a maneira correta de utilizar, não existe um formula exata para isso, é primeiramente uma questão de analise na prática.

      Novamente agradeço, espero ter colaborado.
      Abraços
      Rafael Marcelino Tayar

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  4. Prezado Rafael Marcelino,
    Parabéns pelo seu trabalho e pela proposta de trabalho com Literatura em sala de aula. Também desenvolvo pesquisa relacionada ao uso de Literatura em aulas de História, mas com temática voltada para a Revolução Francesa.
    Partilho de muitas das reflexões feitas por você neste breve artigo. Achei também interessante a temática da Revolução Russa. Porém, algo me preocupou ao longo da leitura, e cito aqui diretamente um trecho de seu trabalho:
    "Por isso, é indispensável que, antes de partir para o uso da literatura, o professor selecione o conteúdo escolhido e o exponha por meio de um material escrito ou mesmo uma aula expositiva. Desse modo os alunos estarão mais íntimos acerca do conteúdo, e poderão exercer um discurso crítico desenvolvido por si próprio."
    A partir disto, minha dúvida é: você não acha que a exposição do conteúdo anteriormente ao trabalho com o conto e ainda por cima em uma aula expositiva faz com que a riqueza da fonte literária escolhida por você seja diminuída? Não é possível trabalhar sem que seja necessário recorrer a uma aula expositiva, método tão tradicional e que nem sempre tem se demonstrado efetivo, sendo que você tem em mãos possibilidades múltiplas de trabalho com uma fonte que pode levar os alunos a desenvolver sua criticidade, sua noção de evidência histórica, sua multiperspectividade?

    Agradeço a atenção,

    Giovana Maria Carvalho Martins

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    1. Oi Giovana, como vocês está? Muito obrigado pela pergunta.

      Fico feliz pelo seu projeto, eu tenho realizado pesquisa utilizando narrativa literária como documento para retratar a Rússia do século XIX, logo, pode-se imaginar que me apaixonei por esta possibilidade; e tenho certeza que você também está imersa neste entusiasmo. Bom vamos lá...

      De certa maneira, eu tentei deixar aberta as possibilidades acerca das estratégias de ensino utilizadas pelo professor para deixar claro que nesta aula específica, o mais importante é trazer intimidade para os alunos relativo ao conteúdo selecionado. Porém, esta rigidez neste momento pode ter seu valor, pois trata-se de uma estratégia para quando chegar o momento, maximizar o poder do documento literário, de sua narrativa e suas possibilidades em explorar as minucias culturais e rotineiras da vida privada. Neste momento a aula torna-se dialogada e os alunos irão perceber o contraste entre estas maneiras diferentes de explorar a história, e como os protagonistas mudam, podendo de certa formar, estudar o mesmo conteúdo, com diversificados ângulos.

      Como disse, as estratégias podem ser diversificadas, esse foi apenas um meio que encontrei de contrastar e chegar no objetivo específico previamente pensado. Mas com toda certeza existem outras maneiras. Queria ter deixado isso mais claro, mas meu poder de sintetização falhou neste ponto.

      Novamente muito obrigado, boa sorte em sua pesquisa.
      Abraços
      Rafael Marcelino Tayar

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  5. Parabéns pelo seu projeto. Gosto muito da discussão da relação existente entre história e literatura, mas tenho duvidas de como levar esta temática para a sala de aula, se optarmos por um livro inteiro sera que os alunos vão ler? e a escola teria a quantidade do mesmo livro para atender toda a turma? A partir da sua experiencia, devemos fazer este trabalho com pequenos contos? ou se for para fazer uso de um livro inteiro como incentivar o aluno a realizar a leitura?
    Atenciosamente,
    Ayla Alves Chanthe

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    1. Oi Ayla, tudo bem com você?
      Bom, está é uma questão pertinente, pois eu sei bem que muitas escolas não terão as ferramentas necessárias para conseguirmos colocar em prática este trabalho. Dessa forma temos que ter conhecimento acerca das possibilidades que temos. Nas escolas do estado de São Paulo, por experiência própria, não contamos com um vasto número de exemplares variados, mas quase sempre é possível encontrar algum que preencha os requisitos mínimos para que possamos utiliza-lo, tudo dependerá de uma boa avaliação feita por nós mesmos, os professores.

      A respeito do tamanho do livro, tudo dependerá da estratégia, e dos objetivos estabelecidos anteriormente. Eu costumo trabalhar contos, no máximo novelas quando trata-se da integralidade do material. Em livros longos, talvez a seleção de trechos seja uma estratégia mais apropriada. Sobre o incentivo à leitura por parte dos alunos, boa parte dependerá da intimidade sobre o conteúdo que os mesmo tem, assim como em fazer com que eles se sintam representados na narrativa literária; não tratando de utilitarismo, mas quando o aluno percebe sua voz manifestada, desde nas mais complexas reflexões até mesmo as mais bobas e pueris, ele tende a se interessar, (ou pelo menos parte deles né? Hehe)

      Espero ter ajudado pelo menos um pouco para melhor compreensão do tema. Muito obrigado pela pergunta.
      Abraço
      Rafael Marcelino Tayar

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  6. Olá
    sou grande entusiasta da utilização da literatura no ensino de história e achei edificantes suas considerações para a temática. Minha pergunta é sobre a questão de "realidade vs ficção". Se você acha que esses conceitos devem ser debatidos em sala de aula, para criar novas percepções acerca da história e da literatura, ou se essas discussões fugiriam da proposta principal, ou até mesmo levaria a um debate muito maleável que poderia atrapalhar na didática do assunto?

    Ronny Costa Pereira

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    1. Oi Ronny tudo bem?

      Então, creio que há possibilidade sim, porém é necessário o professor sentir o nível de intimidade e interesse da sala. Pois de certa forma, tal abordagem, apesar de muito interessante, configuraria uma ramificação da estratégia de aula. Em uma turma comprometida e entusiasmada, tenho certeza que tal abordagem acrescentaria; vai do professor sentir se há tal interesse.

      Em opinião sincera, eu adoraria estender a estratégia para trazer mais esse viés, que sem dúvida seria de grande valia.

      Muito obrigado pela pergunta amigo.
      Abraço

      Rafael Marcelino Tayar

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  7. Prezado Rafael,

    estudo as relações entre história e literatura e sua aplicabilidade na pesquisa e na sala de aula. Uma coisa principal veio à mente ao ler seu texto: a relação texto, contexto e estética. Você argumentou em relação aos dois primeiros para uma melhor compreensão, pelos alunos, do período e da mentalidade. Você já abordou a questão estética das obras de arte? Pergunto, pois as vanguardas artísticas, "escolas" artísticas ou mesmo as diferentes estéticas guardam seu tempo e espaço também. Por este viés, poderia abrilhantar mais suas aulas e promover a integração da história com artes e literatura, por exemplo.

    Heraldo Márcio Galvão Júnior

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    1. Olá Heraldo com vai?

      Muito interessante sua pergunta amigo, pra ser sincero, por diversas vezes eu pensei em como abordar estética das obras de arte em minhas aulas, mas o máximo que conheço sobre o assunto são de leituras acerca de obras introdutórias e disciplinas na pós graduação. Então achei, por segurança, que seria melhor estudar mais a respeito, até pensei em alguma especialização em história da arte.

      Não tenho dúvidas que tal abordagem enriquecera as aulas de história, ainda mais usada em conjunto com a literatura. É realmente algo que penso, pretendo me aprofundar, e colocar em prática no futuro.

      Muito obrigado pela pergunta.
      Abraço

      Rafael Marcelino Tayar

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