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Fernanda Carolina; Heloisa dos Santos

“A TERRA ENTRE OS RIOS: O ENSINO DE HISTÓRIA SOB UM NOVO VIÉS”
Fernanda Carolina Pereira dos Santos
Heloisa dos Santos Santana
UFS
           
O Oriente Médio foi palco de mudanças decisivas na história da humanidade: o nascimento das primeiras cidades, a invenção da escrita e do Estado que depois se espalham para as regiões circunvizinhas. A Baixa Mesopotâmia emerge nesse cenário como um dos primeiros agrupamentos humanos em um território localizado entre os Rios Tigre e Eufrates, que hoje compreendemos como Iraque. Foram os povos Acádios, Amoritas, Caldeus, Sumérios e Assírios que fundaram as primeiras cidades em um contexto de dominação, guerras e invasões. Observando o clima característico daquela região: quente e seco e a vegetação pobre vale destacar o papel desses rios que possibilitam o desenvolvimento da agricultura e assim evitaram os longos períodos de fome. Essa realidade pode ser comparada com o sertão nordestino do Brasil que, devido à escassez de chuvas e o clima e vegetação característicos, atribuía-se a esses elementos a explicação pela situação de miséria da região. Contudo, com a chegada da irrigação proporcionada pelos rios, em especial o rio São Francisco, em algumas áreas é notado um crescimento agrícola e um desenvolvimento social e econômico.
Desta forma, apresentamos nesta comunicação o projeto desenvolvido pelas bolsistas Fernanda Carolina e Heloisa Santana integrantes do PIBID HISTÓRIA – UFS, intitulado de “A terra entre os rios: O ensino de história sob um novo viés”. O mesmo foi desenvolvido no Colégio Estadual Tobias Barreto, localizado em Aracaju - SE, com a turma do 6° C no período de 08 de setembro a 22 de setembro. Percebendo o pouco interesse que os alunos têm pela disciplina de história, elaboramos tal projeto com o intuito de aproximar o aluno da temática e despertar nele o interesse na produção do seu próprio material de estudo, proporcionando a este o desenvolvimento de algumas técnicas de estudo que irá o auxiliar na disciplina em questão e em tantas outras. Ressaltamos que para Piaget, o que importa não é maximalizar o conhecimento, mas aprender e poder levá-lo para as mais diversas situações. Assim, o conhecimento transmitido poderá ser utilizado depois em outras disciplinas e até mesmo na rotina diária de estudo dos alunos. Inicialmente tivemos como objetivo geral discutir com os alunos as características sociais, políticas, religiosas e geográficas da Mesopotâmia e os povos que ali se desenvolveram para que assim eles pudessem ter uma visão geral da temática que seria trabalhada posteriormente. Ao partirmos para as especificidades do projeto nossos objetivos específicos foram: viabilizar ao alunado a construção do seu material de estudo, explicar e produzir um mapa conceitual referente a Mesopotâmia e seus povos, trabalhar de forma didática o conteúdo visando a fixação do mesmo por meio da música e relacionar a realidade local com o conteúdo exposto, dando ênfase a interação homem – meio ambiente.
De modo geral, os objetivos citados acima foram elaborados com o intuito de aproximar o aluno do conteúdo de história através de ferramentas da utilização de ferramentas por tecnológicas (celular, tablet, youtube). Em relação a metodologia utilizada no desenvolvimento do projeto, esta foi dividida em cinco etapas. Inicialmente, houve um trabalho de instigação dos alunos e explicação da metodologia do projeto, no qual a turma foi dividida em grupos para a distribuição dos temas. Em seguida, as bolsistas juntamente com os alunos construíram um mapa conceitual referente às noções básicas de conhecimento sobre a Mesopotâmia. No segundo encontro, trabalhou-se com os alunos considerações sobre a irrigação na Mesopotâmia e a partir disso foi feita a comparação entre a irrigação mesopotâmica e a realizada no semiárido nordestino. Nessa aula, também houve a utilização do Google Maps como ferramenta que permitiu aos alunos a visualização da atual localização mesopotâmica e pontos do nordeste onde são realizadas irrigações dos mais diversos tipos. Na terceira aula os alunos produziram os mapas conceituais a respeito de cada um dos povos mesopotâmicos com o auxílio de pesquisas na internet. Na quarta aula realizou-se a elaboração das paródias, que como já mencionando teve como objetivo durante o projeto auxiliar a fixação do conteúdo, possibilitando um conhecimento descontraído e um meio de avaliação não tradicional.  Na quinta e última aula os alunos expuseram os produtos obtidos (mapa conceitual e paródia) no projeto para a turma.
Para o desenvolvimento deste projeto utilizamos notebook, retroprojetor, livro Didático, internet, quadro, giz, Google Maps, 5 cartolinas, papel madeira, celular e o youtube para postagem das paródias. Para avaliar a eficiência do projeto foi passado no ultimo dia de execução, 22 de setembro de 2016, um questionário que pedia para que os alunos atribuíssem um índice de satisfação para os itens: projeto, bolsistas, conhecimento adquirido, conteúdo apresentado e metodologia. Na avaliação do projeto realizado, 53,3% dos alunos assinalaram como ótimo, 40% como bom e 6,7% como razoável. O desempenho das bolsistas obteve o índice de 60% para ótimo e 40% para bom. Para item conhecimento adquirido foi atribuído 60% para ótimo, 33,3% para bom e 6,7% para razoável. O conteúdo apresentado foi avaliado com 53,3% para ótimo, 26,7% para bom e 20% para razoável.  E por fim, a metodologia recebeu 66,67% para ótimo, 20% para bom e 13,3% para razoável. Nenhum dos itens foi avaliado por nenhum dos alunos com a categoria ruim. Além das atribuições de categorias, foi pedido na avaliação para os alunos registrarem o que o projeto possibilitou para o seu aprendizado e a explanação em linhas gerais dos pontos positivos e negativos dessa experiência. Os alunos registraram que o projeto possibilitou uma melhor compreensão do conteúdo tratado, foi mais estimulante e agradável o estudo não só na sala de aula, mas em casa também. Foi relatado ainda que a disciplina história tornou-se mais agradável e que as estratégias traçadas permitiram uma fixação do conteúdo.  Os estudantes destacaram nos pontos positivos que o projeto saiu do padrão convencional e proporcionou a construção do conhecimento de maneira mais divertida. A metodologia diferenciada também foi citada, destacando a parodia como uma maneira de aprender brincando. Os pontos negativos apresentados foi que os alunos não conseguiram conversar entre si durante as aulas.

Referências
CARDOSO, C. F. Sociedades do Antigo Oriente Próximo: São Paulo, 2005. P. 29 – 50. 
ROAF, Michael. Videlec, S.L. Mesopotâmia e o antigo Médio Oriente. Tradução de Videlec, S. L.. Lisboa, 1997. V. 1. 128 p.
LEAKEY, Richard. A Evolução da Humanidade. São Paulo: Melhoramentos, 1982, p. 198- 212.  

4 comentários:

  1. Ao longo do texto é percebido a tentativa de relacionar o conteúdo histórico ,trabalhado,e o contemporâneo. Isso é explícito em um dos objetivos do projeto em questão. Sendo está uma forma didática de trabalhar o conteúdo, o atrelando ao presente,faço o seguinte questionamento, como relacionar e comparar duas realidades tão distantes historicamente? No caso, a Mesopatâmia ao Nordeste brasileiro.
    Atenciosamente
    Edilaine Oliveira Santos

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  2. Olá Edilaine. Respondendo sua pergunta relacionamos as duas realidades norteadas pela influência do homem na natureza. Assim, a irrigação, a construção de diques, barragens como elementos fundamentais para a sobrevivência nas duas localidades citadas.
    Para isso, o google maps nos foi bastante eficiente, proporcionou a localização das regiões, os principais rios, a aridez, as concentrações populacionais. Enquanto a Mesopotamia, tinha o Eufrates e Tigre, o sertão nordestino, possui o Rio São Francisco, que por meio de irrigações simples, proporcionou a sobrevivência da população.
    att,
    Fernanda Carolina Pereira dos Santos

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  3. Noa noite professora Fernanda. Gostei de sua experiência é bem enriquecedor fazer um trabalho em que trazemos a prática e relacionamos com a realidade do aluno. Como você relacionaria a falta de interesse do aluno com a disciplina com a didática de nós professores?

    Dione Pereira Barbosa

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  4. Olá autoras,

    Parabéns pela proposta. Relacionar temáticas espaço e temporalmente tão distantes com a realidade dos (as) estudantes contituí-se numa boa ferramente de aproximação com a ciência histórica.

    Maicon Roberto Poli de Aguiar.

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