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Eduarda Borges

O ENSINO DE HISTÓRIA ALÉM DA SALA DE AULA: AS AULAS-VISITAS
Eduarda Borges da Silva
Mnt. História PPGH-UFPel

Ensinar História é pensar o mundo além da sala de aula. Evidentemente que este espaço e a escola são importantes para a formação dos alunos. Contudo, o objetivo deste texto é abordar as aulas-visitas, principalmente as visitas desenvolvidas extraclasse.
Durante uma saída de campo pode se promover a conscientização do estudante enquanto sujeito histórico e ele pode perceber a historicidade do seu bairro e da sua cidade, através da observação direta e da experimentação sensorial (SCHMIDT & CAINELLI, 2004).
Muitos são os lugares que um professor de História pode levar suas turmas: museus de História, arquivos, monumentos e patrimônios. Mas os museus são os locais geralmente escolhidos, seja pela acessibilidade ou por se reportarem de forma direta à disciplina em questão.
Alguns desses espaços oficiais de memória ainda mantêm a tradição positivista de salvaguardar a história das elites, dos heróis nacionais e dos líderes políticos, deixando à margem a atuação de mulheres, trabalhadores, crianças e oprimidos sociais. Mas só estes espaços tem historicidade?
Devemos estudar/conhecer a história local (oficial e informal), os patrimônios não oficiais da comunidade em que se atua, a história do bairro, da escola, de cada aluno/a. Segundo Schmidt e Cainelli (2004) o ensino da história local é uma forma de construir o conhecimento histórico articulando-o aos interesses do aluno e suas vivências.
Ademais, três palavras devem nortear uma saída de campo: Aproximar, sensibilizar e significar. O professor que leva a turma a uma visitação deve conhecer seus alunos suficientemente para planejar a atividade. Devemos indagar quais locais poderão proporcionar um sentimento de pertencimento e de reflexão, ou seja, um conhecimento significativo, para que os alunos possam relacionar os conteúdos ensinados ao cotidiano vivido.

Visitar
Durante o Estágio Supervisionado no Ensino Médio no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense levei meus alunos da turma de Eletrotécnica IV para conhecer alguns locais da cidade, Pelotas – RS, em 2013.
A primeira visita foi a Tecelagem Tricotrama e a Zona do Porto (bairro industrial que na primeira metade do século XX impulsionou a economia da cidade), com suas antigas indústrias, quase todas fechadas e em ruínas. O tema de nossa aula foi a industrialização em Pelotas nos governos de Getúlio Vargas. Consegui desenvolver a atividade com o apoio do colega estudante de Licenciatura em História Valdemar Menezes. Ele é tecelão na Tricotrama desde a sua fundação, sendo o único operário que opera os dois teares em atividade, além da dona da tecelagem que faz os desenhos e de uma senhora que costura.
Valdemar contou da fundação da tecelagem, quando trabalhavam trinta operários e exportavam tecidos e roupas para várias cidades e que a lã era importada do Uruguai. Ligou os teares e mostrou o funcionamento das máquinas. Os alunos puderam observar o processo de fabricação dos tecidos e refletir sobre a condição do trabalhador e sobre o sistema capitalista.
Para avaliação pedi um relatório sobre a visita no qual refletissem sobre a relação entre trabalho e tecnologia, fundamental ao curso de Eletrotécnica.
Depois trabalhando o conteúdo de Ditaduras na América Latina visitamos o Okupa 171 (uma casa ocupada por anarquistas que desenvolvem atividades culturais) e a Câmara de Vereadores de Pelotas.
O espaço anarquista conta com teto solar, horta, estúdio de fotografia (no qual as máquinas são feitas a partir de latas de alumínio) e de arte, biblioteca sobre comunismo, marxismo e anarquismo e um espaço para treinos físicos, apesar de o prédio ter muitas rachaduras e goteiras. Moram três estudantes da UFPel, sendo uma chilena. Contaram que o espaço abriga além de militantes, mochileiros e estudantes.
Realizam encontros para debater sobre o anarquismo abertos ao público. Também fazem na rua XV de novembro em frente ao Okupa feiras onde são vendidas roupas, CDs, artesanatos, livros e comida. Contaram que dividem as tarefas de manutenção da casa sem distinção entre os sexos e recebem alimentação diariamente de um restaurante vegano. Falaram aos alunos sobre a concepção de mundo pelo viés anarquista, como pensam as relações entre os gêneros, a família, o amor, a política, o trabalho, etc. e fizeram criticas a nossa sociedade atual.
Já na Câmara de Vereadores os estudantes se impressionaram com o debate violento entre os vereadores e com a estrutura da Câmara. Nenhum dos alunos conhecia o espaço.
A avaliação deu-se com um debate sobre a apropriação desse local, que é de poder público, questionando-os por qual motivo não conhecemos e frequentamos o espaço onde as principais decisões sobre a cidade são tomadas.
Identifiquei alguns problemas durante as aulas-visitas: Falta de acessibilidade nos espaços (sem mediadores ou sem adaptações para alunos com necessidades especiais); o fato de ser estagiária e sair da escola com uma turma de menores de idade; os recursos da escola para o ônibus e o tempo fazer as visitas (apenas duas horas-aula).
Como principal solução está o planejamento. Identificar problemas que pudessem ocorrer e pensar em locais e atividades viáveis, levando em conta a condição particular de cada aluno bem como, a relação coletiva da turma.  Elaborar com antecedência, visitar o local previamente, agendar a visita e manter o contato, pedir autorização dos responsáveis, pensar atividades conectadas ao conteúdo, ao espaço e a quantidade de alunos, considerando o tempo. Não perder a ludicidade e ter um “plano B” caso seja necessário ficar ou voltar antes do programado à escola. A possibilidade de aulas interdisciplinares também é interessante para ampliar os debates e conseguir um tempo maior para a visitação.
As aulas-visitas geralmente devem fazer parte de um programa de avaliação continuada. O professor deve questionar aos alunos e a si próprio se a atividade cumpriu com as expectativas. Alunos e professores são avaliados em conjunto, a partir de relatórios da saída de campo, de uma conversação geral, de exposições de fotografias ou desenhos, entre outras formas de sistematizar e relembrar o que foi aprendido. Desse modo, salienta-se a importância dos registros (fotos, vídeos, anotações e depoimentos).
A seguir alguns espaços para aulas-visitas em Pelotas (além dos Museus de História): Museu Farmacêutico Moura, Bibliotheca Pública Pelotense, o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia (UFPel), o centro histórico com seus casarões, as praças dos bairros, os espaços políticos, os estádios de futebol, as comunidades quilombolas, as colônias, dentre outros.

Receber visitas
O Desafio Pré-vestibular é um projeto da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) destinado a comunidade carente de Pelotas e região, no qual alunos da UFPel de diversos cursos, principalmente das Licenciaturas dão aulas voluntárias preparativas para os vestibulares e Enem. Fiz parte deste projeto nos anos de 2012 e 2013.
Durante a disciplina de História Geral no turno da noite as aulas-visitas apareciam como uma metodologia praticamente impossível de ser desenvolvida, devido à violência da cidade, a falta de espaços abertos neste horário e porque a maioria dos alunos são trabalhadores que ao fim do dia estavam exaustos.
Assim, levar visitantes até o espaço escolar tornou-se um modo de transformar o espaço da sala de aula. Recebemos a visita da historiadora Luise Rodrigues com sua exposição-palestra sobre o Egito Antigo.
Luise levou sua coleção de objetos-réplicas e permitiu que todos os alunos tocassem e fizessem fotos. Foi uma atividade lúdica e interativa. Os alunos foram hospitaleiros com a palestrante, participando e demonstrando interesse em sua apresentação.

Visitas Virtuais
Além das visitas físicas é possível realizar visitas virtuais, a partir da Internet. Para isso, é necessário que a escola possua um laboratório de informática. Este é um recurso de acessibilidade digital e de inclusão, que permite aos alunos conhecer vários locais do mundo, desde que estes estejam aptos para tanto.
Uma pequena busca rápida na Internet irá direcionar o pesquisador a diversos museus e espaços de memória virtuais. Cabe ao professor selecioná-los e verificar sua potencialidade para a aula que pretende realizar.
Somente o Canal do Ensino indica uma lista com 50 museus virtuais para se visitar online, entre eles o Museu do Louvre (Paris, França). Geralmente os programas que permitem esse tipo de acesso, reproduzem os espaços em tamanho proporcional ao navegador de modo bastante realista, com a intenção de que este se sinta no interior do museu e a partir de movimentos do dedo no mouse ele pode passear pelo espaço.
Por fim, o professor deve escrever e divulgar suas reflexões (ponderando as dificuldades, os acertos e os erros) sobre a metodologia escolhida. A prática docente desenvolve-se também através do compartilhamento de experiências. Socializar com os outros profissionais da área atividades produtivas é um dever pedagógico.
Acredita-se que o estudo do meio no qual o estudante está inserido é, portanto, um recurso em potencial que o estimula a indagar o mundo. O aluno se sensibiliza para a pesquisa histórica, passa a questionar o passado e o presente, quando se percebe como um agente social capaz de escolher, de transformar e de se sentir parte da História.

Referência bibliográfica:

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.

47 comentários:

  1. Maria Josilda Ferreira da Silva.
    Eduarda Borges da Silva, parabéns pela valiosa produção didática! O experimento sensorial é algo que realmente promove um despertar do saber histórico nos educandos para além dos muros da escola. O próprio texto nos apresenta diversos caminhos para melhor se trabalhar o Ensino de História no interior da escola com os estudantes atualmente. Mas, como levar esse entendimento prático e inovador até alguns docentes tradicionais que ainda tem o livro didático como sendo a única fonte para induzir o conhecimento histórico para os estudantes? Maria Josilda Ferreira da Silva.

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    1. Olá Maria Josilda
      Agradeço a leitura e sua pergunta!
      Acredito que espaços como este evento podem contribuir para o desenvolvimento e a divulgação, bem como a apropriação de novas metodologias aos professores e suas práticas. Além disso, acredito fortemente na formação docente continuada e no papel dos gestores escolares em promoverem atividades para tanto.
      Eduarda Borges da Silva.

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  2. Parabéns pelo belo texto. Acredito que nós envolvidos com o Ensino de História devemos cada vez mais apontar discussões que envolvam a didática e a metodologia em nossa área, pois muitos licenciados saem mais prontos para historiadores do que como professores.
    Aqui apenas uma provocação: Como envolver mais os alunos nas aulas visitas fazendo uma ponte entre esse mundo real e virtual ?

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    1. Bom dia José
      Questões objetivas como laboratórios de informática nas escolas e o acesso a internet são fundamentais para o desenvolvimento de visitas virtuais. O uso do meio digital é bastante atraente para a maioria dos alunos, mas alguns precisam ser sensibilizados para tanto, evidentemente. A escolha do espaço virtual a ser visitado deve dialogar com os interesses de cada turma em específico.
      Agradeço sua leitura!
      Eduarda Borges da Silva.

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  4. Boa tarde. Algumas questões ficaram em minha reflexão quanto ao texto: Qual a relação proposta entre as visitas na Câmara e no espaço Anarquista e o conteúdo das ditaduras?
    A outra questão é que foi narrado como os alunos se sentiram na Câmara, mas e como eles se sentiram no espaço ácrata? Conheciam o espaço? Já haviam vivenciado alguma experiência semelhante? Como se portaram frente as ideias apresentadas a eles pelos anarquistas?

    Fico muito agradecido pela atenção e parabéns pelo trabalho

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    1. Olá Matheus
      A relação se deu a partir de discussões sobre política e seus espaços. Os alunos mostraram reações diversas, evidentemente e não conheciam nenhum dos espaços. Com relação à Câmara houve um importante questionamento, que partiu dos alunos, sobre a participação política dos eleitores e na fiscalização dos seus representantes eleitos. Na ocupação o interesse voltou-se à forma com que dividem a casa, se organizam e suas impressões sobre o mundo. A vivência com os ocupantes anarquistas foi mais próxima aos alunos, pois eles conversaram diretamente com eles, já na Câmara os vereadores mantiveram a plenária do dia e apenas anunciaram que a turma estava presente.
      Grata pela sua leitura!
      Eduarda Borges da Silva.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Sabemos que um dos novos campos de pesquisa da história que vem se desenvolvendo é a história ambiental, e que uma de suas principais linhas de pesquisa é a interação entre homem e natureza e a inflência dessa relação na produção das ideias e representações culturais, ao propormos uma visita a sítios mitológicos ou geosítios, temos uma excelente oportunidade de se trabalhar a interdisciplinaridade e valorizarmos a história local, além de surgir a partir daí uma oportunidade para intervenções com o objetivo de conscientizarmos a sociedade sobre a importacia da prática de um turismo ecológico. Esse exemplo demonstra o poder da trinca de palavras, aproximar, sensibilizar e significar que norteiam uma visita bem fundamentada e planejada?

    Moaci Caitano Freires Junior.

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    1. Bom dia Moaci
      Agradeço sua leitura e por dividir essa reflexão. Acredito que as palavras aproximar, sensibilizar e significar devem nortear as aulas visitas, conforme afirmei no texto. Esta prática, em minha visão, é aplicável ao turismo ecológico.
      Eduarda Borges da Silva.

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  8. Oi Profa.Eduarda Borges,

    Qual a importância de aulas de campo, para que o aluno possa conhecer sua cidade e assim podendo preservá-la, pois, se conhece a História local, tem maior interesse e respeito pela seu local onde reside (sua cidade, qual o sua opinião sobre a relação cidadania x Educação Patrimonial ?

    FRANCISCO ELÁDIO PEREIRA DA SILVA
    ACADÊMICO DO CURSO DE HISTÓRIA UAB/UECE - POLO DE CAMOCIM

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    1. Bom dia Francisco
      O conhecimento da história local é imprescindível para o exercício da cidadania. Práticas de Educação Patrimonial podem contribuir para tanto, contudo, esta atividade das aulas visitas não foi um projeto de educação patrimonial. Poderia ser, mas para isso demandaria de mais tempo, verbas, apoio de alguma instituição e principalmente, que eu fosse professora titular.
      Agradeço o interesse pelo texto e te indico uma leitura, caso não conheças: "Guia Básico de Educação Patrimonial" de Custódio e Horta.
      Eduarda Borges da Silva.

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  9. Parabéns pela escolha do tema e pelo desenvolvimento do texto, porém gostaria de saber como você faz a escolha de onde visitar? Parte de você ou dos alunos o local a ser visitado? Luciano Arantes Sanches

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    1. Olá Luciano
      Escolhi os espaços de acordo com o interesse dos alunos. É necessário que eles queiram visitar os espaços e sejam sensibilizados para tanto, entendendo a importância de cada local. Mas o professor tem um papel de mediador na escolha dos locais, apresentando opções viáveis.
      Obrigada por ler!
      Eduarda Borges da Silva.

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  10. Boa tarde!
    Excelente tema, pois a Historia não pode ser aprendida somente dentra da sala de aula, ela tem que ser investigada e descoberta! Minha pergunta é se existe um plano de visitas ou seja, essas visitas seriam aleatórias ou seguiriam o cronograma por exemplo, do livro didatico a ser seguido?

    Benedito Marcos Bigoto

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    1. Bom dia Benedito
      Agradeço seu interesse no texto!
      Sim, o planejamento é indispensável. Eu era estagiária,portanto, eu tinha um cronograma a seguir. Mas a decisão dos locais visitados não teve relação com livros didáticos, apenas com os conteúdos que deveriam ser trabalhados.
      Eduarda Borges da Silva.

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  11. Boa tarde!!

    Texto claro e relevante em nossa prática docente, interagindo espaços escolares e não-escolares.

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    1. Boa tarde José
      Agradeço sua leitura!
      Eduarda Borges da Silva.

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  12. Parabéns ótimo texto, abrange fatos muito importante.
    No seu ponto de vista é possível que melhorem o ensino dentro da sala de aula fazendo aula expositiva? Aulas difereçiadas ? Você acha que daria certo emprega mais essa saída de campo ? Uma aula exposta ?
    Daniela Caetano Rosa

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    1. Bom dia Daniela
      Meu texto trata das aulas visitas, já as aulas expositivas são outra metodologia. Mas respondendo tua pergunta, não acredito na valoração entre metodologias, ou seja, que exista uma melhor e outra pior. Existem metodologias aplicáveis para cada contexto de ensino aprendizagem. Assim, é necessário conhecer a turma, a escola, as opções viáveis, o emprego das metodologias e ir alternando e aprimorando a prática docente.
      Eduarda Borges da Silva.

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  13. Creio que a história da cidade, na grande maioria dos municípios, é pouco estudada. Na sua opinião trabalhar a historia local (do Município) e/ou regional (Estado) nas escolas públicas e privadas espalhadas por todo o Brasil contribuiria para um melhor entendimento da influencia de determinados fatos historicos no seu cotidiano (do aluno) e despertaria um maior gosto pela História?
    Gilmar Lopes Mota.

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    1. Olá Gilmar
      As aulas visitas são, em minha opinião, um estímulo ao aprendizado de História, desde que problematizadas e não como uma simples saída de campo.
      Grata pelo seu interesse no texto!
      Eduarda Borges da Silva.

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    2. Olá. Em sua opinião, no que a aula- visita pode contribuir para o estudo da História Local? E quais são os principais benefícios para os alunos nessa modalidade de ensino?
      Silvia Regina Lourenço.

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    3. Olá Silvia
      As aulas visitas podem ser utilizadas como um recurso de apropriação identitária bem como, dos patrimônios públicos, por exemplo.
      Obrigada pela leitura!
      Eduarda Borges da Silva.

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  14. Bom dia, gostei bastante da abordagem que fez e relacionou os temas do período Vargas, desenvolvimento econômico, uso de tecnologia, emprego e outras correntes ideológicas, além de levá-los à Câmara Municipal e mostrar o espaço público de debate político, claro em seu texto que os alunos não se sentiram pertencentes aquele local. Dentro desta temática, foi possível identificar entre os alunos novas formas de ver a questão da política e da participação popular? Abraços
    Marciane de Souza
    OBS.: Também realizei um trabalho de análise da história e memória local e o resultado foi maravilhoso.(meu trabalho esta nesta mesma mesa, se puder ler e comentar eu agradeço)

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    1. Bom dia Marciane
      Agradeço sua leitura e sobretudo, a possibilidade de troca de experiências!
      Os alunos problematizaram o seu papel enquanto futuros eleitores e o papel dos políticos eleitos enquanto representantes das demandas do povo. Foi uma atividade excelente, que cumpriu os objetivos planejados.
      Irei ler seu texto!
      Eduarda Borges da Silva.

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  15. Fazer visitas a museus, indústrias e outras instituições de caráter burguês desperta o senso crítico do aluno? Ver objetos e documentos que simbolizam uma elite na qual o aluno está distante não acabaria sendo um fim em si mesmo? Arquivos da resistência, quilombos, casas de Cultura da periferia não deveriam ser prioridade ?

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    1. Bom dia Davis
      A questão da prioridade foi definida pelo interesse dos alunos, pelas opções viáveis de visitação na cidade, relacionados com os conteúdos do cronograma. Mas com certeza, suas sugestões são bem-vindas e pertinentes para o planejamento de aulas visitas.
      Agradeço sua leitura!
      Eduarda Borges da Silva.

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  16. Olá Eduarda,

    Parabéns pela pesquisa. Serve como um bom roteiro.

    Maicon Roberto Poli de Aguiar.

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    1. Olá Maicon
      Fico feliz em saber que será útil e agradeço sua leitura!
      Eduarda Borges da Silva.

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  17. Qual foi o interesse demonstrado pelos alunos durante as visitas?
    Dulce Casagrande.

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    1. Olá Dulce
      Os interesses variaram em cada atividade e entre os alunos. Mas de modo geral, na fábrica o interesse girou sobre a situação de trabalho e a relação entre tecnologia e desemprego e na Câmara e na ocupação sobre o papel dos eleitores e dos políticos enquanto representantes dos primeiros.
      Obrigada pela leitura do texto!
      Eduarda Borges da Silva.

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  18. Boa noite.
    Parabéns pelo texto.Para que possa realizar essa metodologia tem que haver o envolvimento de muitos segmentos, escola, família,poder publico, etc.O que você pensa sobre a atuação deles nesse processo,são atuantes ou a falhas?
    Eliana Pereira da Silva

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    1. Bom dia Eliana
      Sim, o envolvimento dos gestores e a autorização das famílias são indispensáveis, quando se trabalha com menores de idade. A escola na qual estagiei forneceu todo o auxílio, inclusive ônibus, mas é uma escola federal, que não corresponde a realidade de todas.
      Agradeço seu interesse!
      Eduarda Borges da Silva.

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  19. Acredito que aproximar os alunos ao máximo possível das fontes históricas, aumentam a motivação pelo estudo na área. Mas é preciso também despertar a consciência destes estudantes para a importância de se registrar a própria história e a história ao seu redor. Tem algum trabalho neste sentido?

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  20. Olá Leandra
    Agradeço sua leitura!
    Não escrevi nada específico nesse sentido, mas como avaliação pedi aos alunos que refletissem e escrevessem sobre a relação de seu curso, Eletrotécnica (um curso voltado para a tecnologia) e a visita feita na fábrica.
    Eduarda Borges da Silva.

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  21. Aline Ferreira Antunes6 de abril de 2017 às 07:51

    Bom dia. Agradeço pela leitura agradável e pela contribuição para pensar minha prática docente também. Tenho uma pergunta de ordem técnica. Em Minas (estado onde sou professora) enfrentamos uma dificuldade enorme para conseguirmos tirar os estudantes da escola mesmo que seja para ir em um museu dentro da própria cidade. Não há ajuda do governo em disponibilizar transporte e muitas vezes a escola sozinha não consegue arcar com os gastos. Por duas vezes tentei um passeio de campo (em escolas e turmas diferentes) e não foi possível. Como ocorre em sua cidade? Há também muitos empecilhos enfrentados pelas escolas? E quais as possibilidades que vocês encontram diante de dificuldades (além da visita virtual - que é uma metodologia que eu adotei em minhas aulas).
    Grata.
    Aline Ferreira Antunes

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    1. Boa noite Aline
      Durante meu estágio no IFSul que é uma escola federal tive apoio para a realização das atividades, mas no cursinho pré-vestibular não há ônibus, nem auxílio, então, acabei visitando lugares próximos que os alunos pudessem se deslocar a pé e para visitas rápidas, durante o horário de nossas aulas.
      Agradeço pela leitura e por compartilhar sua experiência!
      Eduarda Borges da Silva.

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  22. Juciana Pereira Lustosa6 de abril de 2017 às 17:49

    Boa noite Leandra, o
    ótimo texto, parabéns, me identifiquei por ter realizado uma visita com uma turma de alunos do Ensino Fundamental, a uma Fazenda, conhecida como Casa Grande, onde ainda existem muitos registros da presença dos escravos. Antes de irmos, fiz um levantamento do desempenho dos mesmos com relação à disciplina de História, e percebi que poucos davam importância, então resolvi falar um pouco da História local, trazendo pra realidade mais próxima deles, e ao final da visita, pedi que eles produzissem um relatório da Visita. Foi muito bom, eles passaram a despertar o interesse pela História. Às vezes me pergunto por que os livros didáticos tratam tão pouco da História local, e se esse fator poderia ser pensado como um ponto negativo com relação ao desempenho dos discentes.
    Juciana

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    1. Olá Juciana
      Obrigada pela leitura!
      Os livros didáticos, como os conteúdos programáticos da disciplina no geral estão baseados em um cultura eurocêntrica. Dar atenção à história local acaba se tornando uma tarefa muitas vezes exclusiva dos professores. Para que os alunos possam se apropriar de sua identidade e dos seus patrimônios, sem dúvida, é fundamental o conhecimento da história local.
      Eduarda Borges da Silva.

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  23. Boa noite, Eduarda!
    Parabéns por seus relatos de experiências, a partir das "aulas-visitas", principalmente no que tange a este "leque" de possibilidades em realizar visitas nos diversos espaços (presenciais ou virtuais).

    Abraços,
    Eliane dos Santos Malheiros

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