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Débora Dorneles; Ismael Paiva

HISTÓRIA E CINEMA: A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS CINEMATOGRÁFICOS NAS AULAS DE HISTÓRIA
Débora Dorneles Uchaski
Ismael Paiva da Silva
FAPA


Quando relacionamos a História e a educação, temos que compreender que o objetivo desta disciplina escolar é estudar as problemáticas contemporâneas relacionando com as diversas temporalidades, fornecendo estrutura para a reflexão e a tomada de uma consciência crítica, para que o indivíduo diante das situações sociais possa ter autonomia de pensamento e se sinta sujeito desse processo histórico. (BRASIL, 2008, p.20)
Cabe às ciências humanas a responsabilidade de formar uma cultura educacional que acompanhe o ritmo acelerado de transformações da sociedade em que vivemos. De acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais:
O papel das disciplinas que compõem a área de Ciências Humanas, para esse nível de ensino e o momento histórico que se está vivendo, deve ser entendido em sua dimensão mais ampla, envolvendo a formação de uma cultura educacional. Vive-se hoje em uma sociedade marcada pelo domínio do mito do consumo e pelas tecnologias, com ritmos de transformações aparentemente muito acelerados e informações provenientes de vários espaços, embora predominando os meios audiovisuais, e ainda pela fragmentação do conhecimento sobre os indivíduos e a vida social.  (BRASIL, 2008, p.20)
A pesquisa histórica vem se empenhando em combinar a micro e a macro-história, buscando detalhes dos acontecimentos e as generalizações necessárias para a compreensão do processo histórico. Ou seja, utilizando da História do Estado (documentações oficiais) e também da história da vida cotidiana (história oral e outros recursos).
A pesquisa histórica esforça-se atualmente por situar as articulações entre a micro e a macro-história, buscando nas singularidades dos acontecimentos as generalizações necessárias para a compreensão do processo histórico. Na articulação do singular e do geral recuperam-se formas diversas de registros e ações humanas tanto nos espaços considerados tradicionalmente os de poder, como o do Estado e das instituições oficiais, quanto nos espaços privados das fábricas e oficinas, das casas e das ruas, das festas e das sublevações, das guerras entre as nações e dos conflitos diários para sobrevivência, das mentalidades em suas permanências de valores e crenças e das transformações advindas com a modernidade da vida urbana em seu aparato tecnológico. (BRASIL, 2008, p.21)
Portanto, passa-se a valorizar outras fontes documentais, além do documento escrito, como a história oral, análise iconográfica e recursos cinematográficos, entre outros. O documento perde o seu caráter de verdade absoluta, devido a sua subjetividade e por ter sido produzido por um indivíduo que viveu em uma sociedade da época em que o documento é criado, onde há ideologias, formas de pensamento variadas, etc. Atualmente, através de diversas metodologias podemos analisar o documento como parte da construção de uma época e de suas articulações. Direcionando-nos, mais para a identificação do indivíduo e que tipo de sociedade estava inserido.
Metodologias diversas foram sendo introduzidas, redefinindo o papel da documentação. À objetividade do documento – aquele que fala por si mesmo – se contrapôs sua subjetividade – produto construído e pertencente a uma determinada história. Os documentos deixaram de ser considerados apenas o alicerce da construção histórica, sendo eles mesmos entendidos como parte dessa construção em todos seus momentos e articulações. Passou a existir a preocupação em localizar o lugar de onde falam os autores dos documentos, seus interesses, estratégias, intenções e técnicas. (BRASIL, 2008, p.22)

História e Cinema: utilizando recursos cinematográficos em sala de aula
Atualmente quando nós educadores da História queremos alcançar esses objetivos propostos e nos deparamos com a sala de aula, percebemos que o método tradicional tem sido insuficiente para que o discente consiga alcançar o processo de ensino-aprendizagem e de formação identitária. Por isso é necessário a utilização de novos recursos tecnológicos para acompanhar o ritmo acelerado da sociedade em que estamos inseridos.
Vivemos em uma sociedade audiovisual, estamos a todos os momentos voltados para uma tela, seja de um smartphone, computador ou televisão. Da mesma forma que a sociedade muda, as instituições também devem se adaptar. Não é raro observar em uma sala de aula, um aluno voltado para o celular enquanto o professor disputa sua atenção utilizando o livro didático.  De acordo com Maffesoli (2004) vivemos em um “mundo imaginal”, um mundo perpassado pela imagem, pelo simbólico, em que a imagem se tornou o principal elemento do vinculo social. Assim sendo, o professor, sujeito integrante desta realidade, deve compreender o papel fundamental que as mídias audiovisuais exercem na vida das pessoas, logo, dos educandos e deve pensar maneiras de melhor aproveitá-las em sala de aula. Um recurso riquíssimo, podendo ser utilizado em sala de aula, porém com alguns cuidados, é o cinema.
A desordem cultural persistirá enquanto a escola pretender educar as crianças com instrumentos e sistemas que tiveram validade há 50 anos (…). Subsistirão as lições, os braços cruzados, as memorizações, enquanto fora da escola haverá uma avalanche de imagens e de cinema. (BENCINI, 2005, p.03  apud FREINET)
A exibição de filmes em sala de aula pode ser um momento de crítica e aprofundamento do tema, para isso é necessário a intervenção do professor para a escolha do filme, analisar se será necessário passar o filme inteiro ou apenas alguns trechos, a elaboração de roteiros, de textos-base sobre o conteúdo à ser trabalhado no filme, o cuidado com cenas desapropriadas para a faixa etária, a ênfase em pontos importantes da película, a explicação para os educandos sobre a utilização do recurso cinematográfico em aula, etc.
Para isso é necessário que partimos do argumento de que todo filme é um documento. Marc Ferro ainda nos diz que há uma duplicidade da narrativa cinematográfica, existindo duas vias de leitura e análise do cinema para o historiador: a leitura histórica do filme (corresponde à leitura do filme relacionada ao período em que foi produzido) e a leitura cinematográfica da história (corresponde à leitura de filme históricos no período da narrativa).
Em relação a leitura histórica do filme, podemos partir da premissa que o cinema é um testemunho da sociedade que o produziu, aderindo um caráter de fonte documental para a História. Para utilização de tais recursos é necessário cautela e cuidados especiais. Primeiro, porque a análise não será de uma forma direta, o historiador deverá se distanciar da visão mecânica para poder enxergar através das entrelinhas do filme, é necessário também que o historiador se volte para a análise da estética do filme e a linguagem cinematográfica que está ligada a sociedade que a produziu. Ou seja, buscar os elementos da realidade através da ficção.
A análise de um filme possui infinitas possibilidades, algumas películas, por exemplo, podem ser muito importantes para reconstrução dos gestos, dos vestuários, do vocabulário, da arquitetura e dos costumes da época. Marc Ferro segundo sua teoria do vísivel e o não-vísivel nos diz:
O filme, aqui, não é considerado do ponto de vista semiológico. Não se trata também de estética ou história do cinema. O filme é abordado não como uma obra de arte, porém como um produto, uma imagem-objeto, cujas significações não são somente cinematográficas. Ele vale por aquilo que testemunha. Também a análise não trata necessariamente da obra em sua totalidade; pode apoiar-se em resumos, pesquisar “séries”, compor conjuntos. A crítica não se limita somente ao filme, integra-o no mundo que o rodeia e com o qual se comunica necessariamente. (…). Nessas condições, empreender a análise de filmes, de fragmentos de filme, de planos, de temas, levando em conta, segundo a necessidade, o saber e o modo de abordagem das diferentes ciências humanas, não poderia bastar. É necessário aplicar esses métodos a cada substância do filme (imagens, imagens sonoras, imagens sonorizadas), às relações entre os componentes dessas substâncias; analisar no filme principalmente a narrativa, o cenário, o texto, as relações do filme com o que não é o filme; o autor, a produção o público, a crítica, o regime. Pode-se assim esperar compreender não somente a obra como também a realidade que representa. (FERRO, 1989, p.203)
Portanto, os filmes são como documentos ou como toda produção humana, históricos, e contenedores de elementos que lhe são inseridos de maneira consciente ou não. Mas que retratam uma ideologia estando ligada a sociedade que o produziu. Por isto, Marc Ferro defende que devemos fazer uma análise do filme em si, mas também ligarmos a quem os produziu, que tipo de sociedade estão inseridos.
Conclusão
Concluímos, portanto, que a utilização do recurso cinematográfico em aulas de História, pode ser uma grande experiência tanto para o educador quanto para os educandos. Proporcionando uma aula diferente, com recursos lúdicos, permitindo que o aluno tenha uma outra concepção sobre o estudo da história. Porém, para que seja uma experiência positiva é necessário que o professor realize um planejamento e se prepare em nível teórico e técnico. Conhecimentos básicos sobre a relação cinema-história, sobre as teorias da comunicação e da educação, a linguagem cinematográfica e das técnicas de cinema e vídeo. O professor não deve inibir-se de tentar, mesmo não possuindo todos os requisitos, muito das experiências se dá através da prática.

Referências
BENCINI, Roberta. O filme na aula de História. Revista Escola, 2005.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 1998.
FERRO, Marc. O filme: uma contra análise da sociedade? LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: Novos Objetos. RJ. F. Alves, 1989
MORRETIN, Eduardo. O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. CAPELATO, Maria Helena… [et al.]. História e Cinema: dimensões históricas do audiovisual. SP. Alameda, 2011
FERRO, Marc. Cinema e história; tradução Flávia Nascimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
MAFFESOLI, M. Notas sobre a pós-modernidade: o lugar faz o elo. Rio de Janeiro: Atlântica, 2004.
MOCELIN, Renato. O cinema e o ensino da história. Curitiba: Nova Didática, 2002.

NOVA, Cristiane. O cinema e o conhecimento da história. Disponível em: http://www.pearltrees.com/wlippold/pratica-ensino-vi/id12162098/item182267384Acessado em: 11 de novembro de 2016.

51 comentários:

  1. Olá,

    Foi citado no artigo que é necessário cuidados especiais ao abordar filmes como documentos históricos. Tanto na utilização para análise do contexto histórico no qual o filme foi produzido, quanto para o período retratado no filme em si.

    Gostaria de saber qual seria o melhor jeito de abordar tais cuidados com o aluno em sala de aula, os passando de maneira clara mas sem tornar massante ou desinteressante, visto que o uso do filme serve para atrair e despertar o interesse do aluno pelo conteúdo abordado.
    Teria algum jeito de abordar isso de forma mais didática ou isso é algo mais individual, e deve ser desenvolvido de acordo com o professor?

    Rodrigo Galo Quintino

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    1. Olá Rodrigo,
      Conforme nossa pesquisa e experiência em sala de aula, ficou percebido a necessidade de alguns cuidados para utilizar o filme como instrumento em sala de aula. Por exemplo, em determinada aula utilizei do filme 300 de Zack Snyder para trazer aos alunos o período da Grécia Antiga e como viviam em Esparta, porém o filme apresenta um discurso orientalista e possui diversos erros históricos, utilizei das próprias falhas do filme para propor um debate sobre essas falhas e também sobre algumas caracteristicas interessantes retratadas no filme. Sempre procuro, trazer um roteiro junto com o filme, relatando onde e quando foi produzido e fazendo uma contextualização do período histórico em que foi produzido. Mas esse é meu modo de trabalhar, podemos utilizar de outras formas, cada professor com seus métodos.

      Mas digo, fiquei bastante satisfeita! Pois exercitei a consciencia crítica dos meus alunos em relação a visão do "outro", trazida pelo discurso orientalista, e percebi que isso ficou marcado neles, pois ouvi-os comentando entre si posteriormente, e também relataram alguns desses temas no momento da atividade avaliativa.

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  3. Qual seria a melhor forma de se trabalhar com filmes em sala de aula? Disponibilizar todo o filme, com um roteiro dirigido para que os alunos e alunas prestem atenção em determinados pontos OU Passar apenas algumas partes para "ilustrar" o conteúdo estudado?

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    1. Acredito que possa-se usar as duas formas, porém ambas devem ter uma preparação, um roteiro ou sinopse, ou até mesmo um questionário que eles devam ir respondendo ao longo do filme, para que não vire uma sessão das tarde, mas sim um processo de aprendizagem com recursos lúdicos orientado.

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  4. Qual seria a melhor forma de se trabalhar com filmes em sala de aula? Disponibilizar todo o filme, com um roteiro dirigido para que os alunos e alunas prestem atenção em determinados pontos OU Passar apenas algumas partes para "ilustrar" o conteúdo estudado? Gislaine C. de O. Vieira

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  5. Os filmes antigos como "Cleópatra" de 1964, por exemplo, ainda podem ser de uso importante para os estudos em sala de aula. Os filmes mais recentes, e de boa qualidade, também podem ser utilizados, mas os antigos não devem ser esquecidos ou "inutilizados" pelo professor em sala de aula. Gislaine C. de O. Vieira

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    1. Concordo Gislaine, tem filmes antigos que são bem legais para trabalhar em sala de aula, um exemplo é o Asterix e Obelix, Tempos Modernos do Chaplin, etc.Mas como em qualquer filme temos que cuidar o discurso ideológico trazido no filme, pois muitas vezes criam uma ideia errônea, como Cleópatra branca, sabendo que egípcios em sua maioria tem a pele parda ou são negros.

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    2. Sem dúvida. Por vezes, os alunos mais jovens relacionam o "novo" como sendo bom e o "velho" como ruim, porém a qualidade da obra independe do ano de produção. Penso ser interessante contextualizar o período da produção do filme também, o pensamento da época, ampliando as possibilidades de reflexão.

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  6. Parabenizo os integrantes da monografia pela sua ótima abordagem e produção. Cada vez é mais necessário trazer novidades tanto metodológicas quanto estratégicas para a docência em sala de aula, fugindo assim da velha lousa e livro didático. Acrescento ainda, que o filme é um registro histórico de um dado momento em que este é feito, logo, o mesmo é fundamental para se estudar as ideologias de um momento, as intenções temporais de sua criação, bem como quem o produziu. Novamente, parabéns pela abordagem qualificação da produção. Anderson KL

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  8. Bom dia!
    Na sua opinião quando se trabalha com filmes em sala de aula deve-se fazer interferências durante o filme para abordar o tema que se esta trabalhando nas aulas ou ao final trabalhando todo o contexto do filme?

    Tiago Mozer de Moura Rangel.

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    1. Olá Tiago
      Acho que depende muito do filme escolhido e dá forma que vais trabalhar. Normalmente, sempre que aplico um filme inteiro em sala de aula trabalho o roteiro do filme com eles no começo, depois assistimos o filme e posteriormente faço algum trabalho que traga questões que quero salientar no filme. Porém, quando trabalho com trechos do filme faço as interferências e apontamentos conforme vou passando.

      Mas este é meu exemplo, podem usar diversos métodos. :)

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  10. Bom dia!
    Muitos professores levam filmes ou séries para a sala de aula, mais muitos só levam pra matar o tempo de suas aulas passando longos filmes. Outros levam com a vontade de trabalhar encima do filme proposto ou recorte, mas não sabem como usa lo de maneira objetiva, de uma forma de que chame a atenção do aluno para que o mesmo preste a atenção a não seja hora de dormir em sala, e que o mesmo possa aprender e levantar questões e duvidas. Qual seria a melhor forma de se trabalhar com o filme ou recorte do mesmo em uma sala de aula?

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    1. Boa noite Luana,
      Infelizmente é verdade. Mas devemos manter alguns cuidados para que nossa atividade com filme em sala de aula não se torne apenas uma "sessão da tarde". Para isso, é bom que se trabalhe com filmes relacionados a temática trabalhada em sala de aula, que se produza roteiros, atividades, debates em cima dos filmes. Hoje dispomos a nosso alcance de uma infinidade de filmes, mas isso nos faz ter ainda mais cuidado na hora da escolha do filme, cabe a nós professores verificar a ideologia trazida pelo filme, o contexto em que foi criado. Por exemplo, trabalhando o filme 300 de Zack Snyder, pude trabalhar além do período histórico da Grécia Antiga, debates mais atuais como da Islamofobia e do Orientalismo. Mostrando a eles, como estamos inseridos em uma cultura eurocentrica.

      Ènfim, para se utilizar de filmes é necessário um planejamento.

      Espero ter ajudado.
      Att.

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  11. Boa tarde.
    Antes de tudo gostaria de parabenizar pelo trabalho. A minha pergunta se direciona a seguinte questão: É possível fazer esse mesmo trabalho utilizando trechos de minisséries que abordam assuntos históricos?

    Att. Aline Cândida.

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    1. Boa noite, Aline
      Primeiramente obrigado!
      Respondendo a tua pergunta, acredito que sim! Existem diversas séries bacanas que retratam momentos históricos interessantes, um exemplo é The Crown (conta a vida da Rainha Elizabeth), Roma, Vikings, Os Bórgias, O papa Francisco, MarcoPolo, etc.

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  12. Mauren Vieira Benincá5 de abril de 2017 às 15:37

    Boa noite.

    Parabenizo pelo artigo, está excelente e muito elucidativo.
    Durante o texto recordei da minha experiência em sala de aula como aluna, quando os meus então professores de história traziam filmes, e me deparei com a lembrança de não haver uma essencial discussão sobre, sendo utilizados "apenas para matar o tempo". Minha curiosidade sempre fazia com que eu fosse a procura de saber mais sobre o cenário retratado, porém isso era algo intrínseco de mim. É de conhecimento comum que os alunos respondem as fontes visuais de formas diferentes as fontes escritas. Porém essa resposta deve ter tanto cuidado elucidação por parte dos professores quanto o cuidado desprendido pelo uso de fontes escritas.
    Assim questiono qual sua sugestão de melhor forma de preparar os próprios professores para a utilização deste tipo de fonte em sala de aula?

    Muito obrigado!

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    1. Boa noite, Mauren
      Infelizmente isso é uma realidade. Minha próprio opção de utilizar recursos cinematográficos em aulas de História foi com o intuito de fugir da aula tradicional que já não prende mais a atenção das crianças, afinal elas estão inseridas em um meio imagético. Quanto a preparação dos professores, acredito que cada um deve procurar se integrar mais sobre novas abordagens e participar continuamente de programas de formação, para trabalhar com filmes em sala de aula, é necessário que o professor se inteire mais sobre o assunto. E claro, recomendo a leitura de nosso artigo. (kkkkk)

      Espero ter ajudado.

      Att.

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  14. Daniela Rodrigues Françoso5 de abril de 2017 às 17:35

    Ola Débora,
    Gosto muito do recurso cinematográfico em sala de aula, o problema é o tempo e o número de aulas que temos principalmente no Ensino Médio. Acha válido passar filmes somente trechos escolhidos? Ou somente os trechos não conseguem ver a mensagem histórica?

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    1. Olá Daniela,
      Sim acho super válido. Já utilizei o filme inteiro e já usei trechos e sempre é rico, porque o lúdico agrega no ensino, ainda mais no meio imagético em que nossos alunos estão inseridos.

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  15. Bom dia Débora e Ismael. O mote de vocês é muito interessante e o texto foi bem escrito. Parabéns. Dito isto, gostaria de saber a opinião de vocês sobre a produção de filmes em sala, haja vista, que muito se fala em saber ler, contextualizar um obra fílmica mas pouco se fala em os próprios alunos produzirem filmes auxiliados por seus professores. Valeu. Abraços.

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    1. Felipe Rosenthal Rabelo6 de abril de 2017 às 08:53

      Felipe Rosenthal Rabelo - Unespar/União dá Vitória

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    2. Olá Felipe. Sobre a produção de filmes em aula, ainda não tive esta experiência, mas gosto da ideia, pois estimula a autonomia do aluno e a compreensão da subjetividade das escolhas de um diretor sobre o que é mostrado no filme, desta forma estimulando o pensamento critco do educando no processo. Entretanto, por ser uma tarefa bastante demandante acredito que o ideal é que seja um projeto interdisciplinar, não restrito somente a área de humanas.

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    3. Olá Felipe, concordo com o Ismael. Ainda não tive tal experiência, mas parece bem interessante. Porem, por demandar bastante tempo para se efetuar um projeto desses seria legal realiza-lo com outras disciplinas.

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  16. Boa tarde Débora e Ismael,
    De acordo com as experiências de vocês, qual seria a melhor maneira de driblar a questão do tempo de aula quando os objetivos do planejamento pedem que seja exibido o filme em sua totalidade? (pensando numa média de 1h30 de filme)

    Desde já agradeço pela resposta e parabenizo pelo texto!

    Rebecca Silva

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    1. Olá Rebecca. Uma ideia seria a possibilidade de passar o filme nos primeiros períodos do turno, pois se perde muito tempo arrumando o material de projeção, deslocamento até a sala e etc. Nesse sentido, negociar troca de horário com algum colega seria interessante. Também é legal editar os filmes, que por vezes tem sequências que não interessam para trabalhar em aula.

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  17. Olá, boa tarde! Gostei muito de seu trabalho, também pesquiso essa área de cinema e história. Gostaria de saber se além dessa interação mais ampla entre história e cinema, como você interpreta o recorte temporal e temático que pode ser feito na utilização desse recurso didático, tendo em vista que muitos filmes são produzidos quase que integralmente para lucro das empresas cinematográficas, sem considerar a parte histórica da trama retratada, a exemplo de filmes que retratam o ambiente e sujeitos do continente africano?
    Att. Eliza Corrêa Santos

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    1. Olá Eliza,
      Isso é uma realidade no cinema hollywoodiano. Porém é interessante usar filmes assim, eurocêntrica, para desconstruir essa imagem e contrapor com a realidade africana. Filmes legais para trabalhar África e questões raciais são o Kiriku, Jardineiro Fiel, Hotel Ruanda e outros que são produzidos por africanos mesmo.

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  18. Brenda Hanna Chagas Peso6 de abril de 2017 às 13:02

    Olá, boa tarde.
    Foi citado no artigo acima que existem duas vias de leitura e análise do cinema, que seriam a leitura histórica do filme e a leitura cinematográfica da história.

    De que forma se dá essas análises? Não pude compreender muito bem. Além disso, gostaria de perguntar também se passando somente alguns trechos do filme ainda se tornaria proveitoso da mesma forma que passar o filme inteiro? Pergunto sobre passar alguns minutos pelo fato de nem sempre ter muito tempo dentro da sala de aula com os alunos.

    Brenda Hanna Chagas Peso

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    1. Olá Brenda, excelente pergunta. É a possibilidade de analisarmos o filme como documento histórico, uma produção cultural de uma época (leitura histórica do filme). Por exemplo o filme "300" de 2007. Analisar a sociedade (EUA) que produziu o filme, no contexto daquele ano. "300" é um filme cheio de contradições com a historiografia, caracterizando os persas (oriente) como monstros e os gregos (Ocidente) como exemplo de perfeição. Ao analisar este filme como documento da época, vemos que foi produzido no auge da "Guerra ao Terror" nos EUA, onde a marginalização da cultura muçulmana era grande, fato que pode ter influenciado inconscientemente a maneira grotesca que os persas foram retratados. Já a leitura cinematográfica da história, é a história representada no filme em si, se o filme pode ser utilizado como ilustração de um período trabalhado em aula. Lembrando que assim como a leitura do passado do historiador muda com o seu presente e contexto, a do diretor de cinema também.
      Sobre trechos de filme acredito que é possível, sempre fazendo a ligação com o que foi visto em aula, um complemento, e não algo pronto. O "movie maker" do windows funciona bem para esta tarefa. Muitas vezes um filme de 2h pode ficar com 1h dependo do que editar.

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  20. Boa noite.
    Gostaria primeiramente parabenizar a ideia, com os avanços das tecnologias e as mudanças causados por estes trazem cada dia mais desafios aos educadores, para que mudem as abordagens de conteúdos visando tornar as aulas mais lúdicas e de certa forma prender a atenção dos alunos. Eu gostaria de saber como proceder perante a "romantização" dos fatos históricos nos filmes, já que muitas vezes, principalmente em filmes "hollywoodianos" os autores acabam alterando os acontecimentos, ou parte deles, para tornar a história mais artística e vendável.
    Ramon Gustavo Becker

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    1. Olá Ramon. Realmente, geralmente os diretores não se preocupam com a historiografia e sim com o lucro. A ideia é procurar ilustrar aquilo que está de acordo com a historiografia, e debater em sala de aula aquilo que esta diferente (leitura histórica do filme). Por exemplo, o grande público vai no cinema e assiste um filme que se passa no egito antigo e pensa que aquela é a representação fiel do período, mas é a versão do diretor, com sua visão, influências e interesses. Trazer o debates sobre estas questões para sala de aula aproveita o filme de melhor forma.

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  21. Olá Débora e Israel, excelente trabalho que vocês fizeram com os alunos e obrigado por compartilhar ele conosco.

    Minha pergunta é se podemos usar séries e trabalhar certo período com elas(exemplo de vikings que ao longo dos episódios podemos trabalhar tanto alguns pontos mostrados como os erros históricos) e como podemos fazer isso em escolas públicas já que nem todo mundo pode pagar uma Netflix ou não tem um notebook em casa.

    Ass. Rodrigo Almeida Carvalho-Manaus/AM

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    1. Olá Rodrigo. Tanto filmes como séries podem ser trabalhados, mas o ideal é que seja exibido em aula, pois se deixar como tarefa de casa muitos não assistirão. Nesse sentido, é interessante ter o filme em dvd ou pen drive para projeção do filme como atividade pedagógica. E sim, acredito que tanto para ilustração, como para análise dos erros em relação com a historiografia os filmes e séries são interessantes, pois o debate sobre essas distorções históricas (consciente ou inconsciente do diretor) estimula o pensamento crítico dos alunos.

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  22. Olá,
    Primeiramente quero parabenizá-los pelo trabalho. E minha questão é a seguinte: Como levar os alunos a entenderem que esses filmes/séries, que podem ser utilizados como materiais didáticos, são uma representação do período em que ele foi produzido, sobre o período que está sendo retratado? E se torna válido estudar os erros históricos cometidos pelos mesmos?

    Att.
    Natália Borlin

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    1. Olá Natália,
      Acredito que para que fique entendido que o filme tem conexão com o tema é preciso realizar um planejamento, eu normalmente utilizo de roteiros e atividades posteriores como eles mesmo fazerem uma crítica ao filme, ou debates.
      Quanto aos erros historicos eu acho fundamental, pois podemos trabalhar com nossos alunos questões como o orientalismo, eurocentrismo, racismo, xenofobia, etc

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  24. Olá! Concordo totalmente com as ideias de vocês, as tecnologias e mídias estão com tudo no século em que vivemos, porém acredito que nós professores precisamos ter critérios para escolher filmes, músicas e tecnologias que estejam de acordo com o tema trabalhado, porém será que todos os conteúdos podem ser trabalhados utilizando as mídias? e de que forma?
    Ana Letícia Pasquali Kziozek

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    1. Ola Anna,
      Atualmente temos um leque muito grande de filmes devido ao grande desenvolvimento do ramo cinematográfico, cabe a nós pesquisar e verificar quais as melhores formas de abordagem. Podemos ver um filme para trabalhar o tempo em que foi criado, o tempo histórico do filme, as contradições com a realidade, etc.
      Mas sempŕe aconselho a fazer um planejamento, utilizando de outros recursos como roteiros, questionários, atividades relacionadas ao filme, etc.
      Gosto muito de realizar debates com eles, porque saem coisas bem interessantes, e depois costumo dar a eles espaço para realizarem a crítica do filme. É um meio que encontrei de auxilia-los no desenvolvimento da escrita e de ver os conteúdos aprendidos em aula.

      Att.

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  25. Boa noite. O artigo está muito bom!

    A aplicabilidade de filmes em sala de aula vem se tornando algo mais comum hoje em dia e o antigo dogma de não usar essa ferramenta está quase extinto. A precariedade das escolas públicas e muitas não disponibilizando (por não terem ou por estarem quebrados) ferramentas para trazer o cinema até a sala de aula é algo comum em localidades mais pobres e infelizmente isso se tornou bem comum. É possível trabalhar com essa ferramenta de ensino fora da sala com a turma para trazer um resultado semelhante a da aplicação de filmes em sala de aula?

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    1. Olá César,
      Tenho que discordar de você. Infelizmente o uso de recursos cinematográficos por mais que estejam mais acessíveis, ainda são escassos em sala de aula. O que mais encontramos são aulas tradicionais e que se alternam em textoes e livro didático.
      Quanto a teu questionamento, acredito que sim, um passeio até o cinema pode gerar bons resultados tbm, porém o filme deve ter vínculo com a matéria dada e deve também haver um planejamento, para que não seja apenas um filme solto.

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  26. Boa noite garotas, parabéns pelo artigo, pois o exercício da escrita é sempre desafiador. Minha pergunta é: Como articular todos os conhecimentos necessários para analise de uma produção cinematográfica
    (métodos, técnicas ou instrumentos) para que a utilização de filmes em sala de aula seja realmente proveitosa?

    São Gabriel da Cachoeira - AM

    ATENCIOSAMENTE

    Vinicius Marcelo Silva

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    1. Olá Vinicius,
      Acho que quando resolvemos trabalhar com algum filme em sala de aula, devemos pesquisar sobre a história do filme, o contexto q foi criado, a fotografia e ideologia utilizada, a faixa etária (para ver se é adequada) e com base nisso realizar um planejamento.
      No planejamento e necessário que haja um roteiro, curiosidades sobre o filme, os pontos que devem ser observados, e atividades sobre o filme vinculado a temática trabalhada.

      Att.
      Espero ter ajudado

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