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Clara Zandomenico; Maria Alayde

IMAGENS NO ENSINO DE HISTÓRIA: A UTILIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
Dr. Clara Zandomenico Malverdes
Dr. Maria Alayde Alcantara Salim
PPGE-Ufes

Introdução
Este texto é fruto do processo de estudo que conduz nossa pesquisa no Curso de Mestrado em Ensino na Educação Básica no Centro Universitário Norte do Espírito Santo, e do interesse de dialogar com a realidade escolar em que atuamos. Buscaremos refletir e proporcionar contribuições que visem o rompimento de modelos tradicionais, no qual o ambiente de aprendizagem se restringe ao espaço da sala de aula, ao domínio quase que exclusivo do livro didático e a um processo educativo marcado pela centralidade do professor.
Objetivamos promover discussões a respeito das questões sobre o ensino de História local, educação patrimonial, usos de espaços de memórias na consolidação do conhecimento e, consequentemente, sobre metodologias de ensino e aprendizagem que possibilitem a construção da formação dos alunos num tema carente de tanto de material didático e quanto de bibliografia voltados para os professores das séries iniciais.
Dentro dessa perspectiva e na busca por novas ferramentas de apoio para o processo de ensino aprendizagem a fotografia apresenta-se como um instrumento significativo nas aulas de história, por permitir aos professores e alunos recursos diferenciados capazes de captar por meio dessa imagem informações sobre fatos históricos e para além das informações, trabalhar a capacidade de analisar criticamente e com sensibilidade os fatos historicamente construídos, como também suas implicações na sociedade, na vida cultural, dentre outros aspectos.
Na tentativa de refletir sobre essa realidade, apresentaremos uma proposta metodológica que promova o desenvolvimento de novas habilidades e estratégias para alfabetização visual em contextos interculturais através da aplicação do método de ensino intitulado “Imaginando”, desenvolvido por uma equipe da Universidad Complutense de Madrid, com coordenação dos professores Juán Miguel Sánchez Vigil, Maria Oliveira Zaldua, Antonia Salvador Benítez e Frederico Ayala Sorenssen, que consiste na utilização de imagens produzidas por alunos para representar diversos conceitos trabalhados em sala de aula, com intuito de produzir um conhecimento individual e compreensão do conteúdo proposto.
 O projeto trás como proposta a participação do aluno como protagonista na construção do seu próprio conhecimento, colaborando com a aprendizagem do coletivo. Portanto, a intenção é que a partir da produção da imagem por meio da captação do seu olhar individual através da fotografia, o aluno possa desenvolver habilidades enriquecedoras na compreensão e assimilação a respeito de determinados conteúdos propostos e por meio dessa ação seja capaz de analisar criticamente o que foi produzido por ele individualmente e em colaboração com o conhecimento produzido em grupo. A questão principal para este trabalho fornecerá indícios que contribuam para responder a indagações como: É possível utilizar a imagem no processo de ensino e aprendizagem no ensino básico para quebrarmos o paradigma do analfabetismo visual no ensino de história?
A pesquisa, portanto, busca contribuir na discussão sobre a utilização da fotografia no processo de ensino aprendizagem, trazendo o aluno como produtor e investigador do seu próprio conhecimento histórico. Acreditamos que uma pesquisa a respeito do uso da fotografia como processo de aprendizagem na consolidação do conhecimento histórico pode contribuir significativamente para o ensino.

Fundamentação teórica
A utilização de diferentes fontes documentais foi ampliada com o surgimento de uma nova corrente historiográfica, a Escola dos Annales. Entre as propostas de renovação defendidas pelos Annales, chama a atenção para este trabalho a ampliação da noção de fonte histórica, rompendo com a visão positivista calcada em fatos históricos de grandes acontecimentos dentro de uma cronologia linear.
Marc Bloch (2001), defendia o rompimento dessa construção tradicional do fazer histórico e exaltava uma historiografia que fosse resultado de toda a atividade humana. Nessa perspectiva o autor afirma que: “Tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica o que toca pode e deve informar sobre ele.” (BLOCH, 2001, p.79). Dentro dessa premissa, cabe ao historiador a responsabilidade na construção dessa história incorporando neste contexto a ampliação da concepção de documento considerando suas fragilidades e promovendo análises críticas e necessárias.
O resultado dessa nova prática historiográfica revela diferentes perspectivas no campo do ensino e no trabalho na sala de aula com as mais variadas fontes escritas, orais, iconográficas que através do movimento dos Annales, possibilitou a inserção de atividades modificando o método de trabalho do professor.
Nesse contexto, ensinar história não pode resumir-se a análises descontextualizadas de figuras de livros didáticos. Devemos levar os alunos a questionar e desconstruir aquilo que vêem. Nesse sentido, como afirma Circe Bittencourt:
(...) independentemente da origem da imagem, o problema central que se apresenta para os professores é o tratamento metodológico que esse acervo iconográfico exige, para que não se limite a ser usado como ilustração para um tema ou como recurso para seduzir um aluno acostumado com a profusão de imagens e sons do mundo audiovisual. (2012, p.360)
Buscamos dessa forma uma metodologia de ensino e aprendizagem voltada para a formação do sujeito crítico, levando os alunos a ultrapassarem a condição de meros sujeitos passivos do conhecimento, para tornarem-se sujeitos construtores no processo de ensino-aprendizagem. Entretanto, como afirma Bittencourt, historicamente há poucos registros referentes ao uso de imagens no ensino. Segundo a autora:
Para o ensino de História não existem muitas referências sobre o uso de imagens, apesar da ampla produção, a partir dos anos 50 e 60, de psicólogos, sociólogos e especialistas em semiologia ou teorias de comunicação, os quais tinham como principal preocupação o rádio, o cinema e a televisão na configuração de uma cultura de massa. Na trilha desses pesquisadores, historiadores vêm-se dedicando ao estudo da iconografia, incluindo análise das denominadas “imagens tecnológicas”. (2012, p.361)
É de suma importância que o trabalho com o uso da iconografia, defendida nessa pesquisa através do uso da fotografia, faça parte do cotidiano da sala de aula desde as séries iniciais, mas que essa prática não se restrinja as imagens presentes nos livros didáticos. O interesse ao se trabalhar a imagem no âmbito deste trabalho é possibilitar ao aluno ser o produtor da mesma, captando através do seu olhar a imagem/fotografia dos conceitos e ideias tratados dentro da disciplina de história.
Recorreremos a Boris Kossoy, pararefletirmos a respeito de abordagens que tragam a “fotografia enquanto instrumento de conhecimento, análise e reflexão[...](KOSSOY, 2007, p.25-26), avaliando “seu alcance e potencialidades enquanto instrumento de pesquisa, análise e interpretação da vida histórica, sua importância enquanto documento histórico e social, e elemento de fixação da memória[...]” .(KOSSOY, 2007, p.28)
Dessa forma, ao utilizarmos a fotografia como fonte, devemos realizar uma reflexão antecipadamente, de cunho teórico-metodológico sobre a mesma, pois estão contidas em sua interpretação, múltiplas abordagens pautadas na construção humana de mensagens não verbais. Sendo assim, como afirma Mauad (2005):
A fotografia deve ser considerada como produto cultural, fruto do trabalho social de produção sígnica. Nesse sentido, toda a produção da mensagem fotográfica está associada aos meios técnicos de produção cultural. Dentro dessa perspectiva, a fotografia pode, por um lado, contribuir para a veiculação de novos comportamentos e representações de classe que possui o controle de tais meios, e por outro, atuar como eficiente meio de controle social, através da educação do olhar. (MAUAD, 2005, p.144)
Buscamos através dessa “educação do olhar”, produzir olhares de sentidos individuais e coletivos, na tentativa de desnudar a visão, como salienta Rolland Barthes, no qual a fotografia seja retirada do seu habitat costumeiro de “técnica”, “Realidade”, “Reportagem”, “Arte”, etc.: nada dizer, fechar os olhos, deixar o detalhe remontar sozinho à consciência afetiva (BARTHES, 1984, p.84-85).
Metodologia
Abordaremos as questões pertinentes do problema, buscando explorar a revisão de literatura, realizaremos também uma pesquisa ação com a aplicação de uma oficina, envolvendo professores e alunos de uma turma de 5º ano, visando o aprimoramento e conceitos relativos à educação patrimonial (patrimonial cultural, patrimônio materiais móveis e imóveis, patrimônio imaterial e cultura) e história local(história do bairro, história da família, história e memória e história cultural). Foi escolhida essa turma, por considerarmos importante essa etapa de transição da etapa inicial para a etapa final do Ensino Fundamental, no qual detectamos a existência de uma ruptura de conceitos e significados a respeito do conhecimento histórico.
Evidentemente não se pode esquecer que a pesquisa-ação é uma pesquisa coletiva, colaborativa. A reflexão pessoal é importante, mas a verdadeira mudança vem da autorreflexão coletiva. Por isso, serão blocos de atividades, conforme proposta do projeto imaginando e as adequações realizadas na proposta, para cada campo de conceitos. Na primeira etapa irá acontecer uma discussão teórica, embasada em material didático escolar, para atingir um nível comum de compreensão conceitual em termos específicos; no segundo momento ocorrerá a produção de imagens inéditas representativas das ideias e/ou conceitos trabalhados. No terceiro momento haverá a consolidação de conceitos e ideias mediante discussão das imagens realizadas por todos (alunos e professor) em sala de aula; na etapa seguinte será elaborada uma ficha descritiva e texto explicativo sobre cada imagem final, com vistas à documentação, criando um banco de imagens colaborativas para a continuidade do processo de ensino nas redes virtuais dos alunos da oficina e de outros alunos e professores da instituição escolar; depois de concluído se parte para um novo ciclo com a temática e conceitos propostos na descrição acima e repte-se o mesmo conjunto de atividades.
Após a aplicação da metodologia buscaremos verificar se as finalidades da proposta do método imaginando foram inseridas no grupo e se foi possível alcançar os objetivos propostos pela pesquisa.
A mensuração dos resultados da oficina será realizada durante dois momentos. Durante o processo através de observações diretas e da análise do material produzido. No segundo momento será realizada entrevistas estruturadas e semi estruturadas com os alunos e professores sobre as transformações alcançadas com a metodologia, seus pontos fracos e positivos.

Considerações finais
Acreditamos na necessidade de desenvolver nos alunos capacidades perceptivo-visuais através de um esforço de alfabetização visual, ou seja, capacitar os alunos a interagirem com as imagens de forma consciente e poderem extrair e compreender suas mensagens mais subjetivas.
Neste sentido, reafirma-se a importância de se inserir as imagens no cotidiano da sala de aula, promover debates sobre suas mensagens, instrumentalizar o aluno à problematização das informações, lançar mão das diferentes linguagens na prática do ensino de História, formando sujeitos que possam atuar com autonomia na sociedade, de forma crítica e consciente.

Referências
BARTHES, Roland.  A câmara clara: notas sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo; Cortez Editora, 2012.
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
KOSSOY, Boris. Os Tempos da Fotografia: O Efêmero e o Perpétuo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.

MAUAD, Ana Maria. Na mira do olhar: um exercício de análise da fotografia nas revistas ilustradas cariocas, na primeira metade do século XX. An. mus. paul. [online]. 2005, vol.13, n.1, pp.133-174. ISSN 0101-4714. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S0101-47142005000100005>. Acessado em 29 set. 2016.

23 comentários:

  1. Olá. Gostaria de entender melhor como pretendem produzir essas imagens inéditas(qual vai ser a dinâmica) e em que sentido pretendem discuti-las e relacioná-las com a História. Obrigada
    Cristiane Brand de Paula Gouveia Pasini

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    1. Prezada Cristiane, como nossa pesquisa esta em andamento e estamos realizando um levantamento de quantos alunos possuem máquinas ou celulares para a realização da atividade. A dinâmica segue a proposta da metodologia “Imaginando” que compõe-se de cinco passos a seguir: (i) discussão teórica com os alunos, embasada em bibliografia especializada, para atingir um nível comum de compreensão conceitual de termos específicos; (ii) produção de imagens inéditas ‑ e/ou reaproveitamento de imagens anteriores feitas pelos próprios participantes ‑, representativas de tais ideias e/ou conceitos; (iii) consolidação dos conceitos mediante discussão das imagens realizadas por todos (alunos e professores) em sala de aula; (iv) ajustes nas imagens ou produção de novas em função de tal debate; (v) elaboração de ficha descritiva e texto explicativo sobre cada imagem final, com vistas à documentação, criando um banco de imagens de uso não-comercial.
      A proposta é realizarmos um trabalho com conceitos históricos definidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Disciplina de História para o primeiro ciclo. Julgamos pertinente o trabalho com conceitos que perpassam os ciclos de aprendizagem e que são imprescindíveis na construção do conhecimento histórico.
      Um abraço! Clara Zandomenico Malverdes

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  2. Olá! Por favor,gostaria que as autoras desenvolvesse mais a relação entre a utilização de fotografias em sala de aula e a questão das temporalidades no ensino de História.

    Elizete Gomes Coelho dos Santos

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  3. Prezada Elizete, um dos conceitos históricos fundamentais para o trabalho com o ensino de história, tem como objeto a noção de tempo. Considerando, pois, que o tempo é uma dimensão central da experiência humana, estruturante do seu pensamento e de sua ação, pensar a temporalidade das ações do homem e das sociedades humanas constitui-se em desafio. Tempo e espaço constituem os materiais básicos do conhecimento histórico. Percebemos a complexidade inerente ao que deva ser um trabalho de educação histórica que permita ao aluno desenvolver sua capacidade de compreender o tempo para além do seu presente imediato. A História é, portanto, a disciplina que potencializa, como poucas outras esse movimento de descentração. No entanto, a aquisição dos conceitos a partir desse movimento só será possível em função de uma internalização efetiva fazendo com que o aluno seja capaz de compreender os mecanismos que estão por trás de um ponto de vista, ou seja, questões de ordem subjetiva em relação à explicação dos fatos históricos.
    Estamos propondo, a participação do aluno como protagonista na construção do seu próprio conhecimento, colaborando com a aprendizagem do coletivo. Portanto, a proposta é que a partir da produção da imagem por meio da captação do seu olhar individual através da fotografia, o aluno possa desenvolver habilidades enriquecedoras na compreensão e assimilação a respeito de determinados conteúdos propostos e por meio dessa ação seja capaz de analisar criticamente o que foi produzido por ele individualmente e em colaboração com o conhecimento produzido em grupo. A fotografia nesse sentido, será um instrumento metodológico para análises, percepções e representações.
    Um abraço! Clara Zandomenico Malverdes

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  4. Boa noite. Sou aluno da Universidade Estadual de Londrina. No último semestre cursei a disciplina optativa de História Visual e Social da América Latina, e nela nos foi proposto a elaboração de um pré - projeto de pesquisa utilizando a análise fotográfica. Escolhi retratar sobre a história local de onde resido, retratar a historiografia do período cafeeiro da região norte do Paraná fugindo um pouco dos grandes centros como Londrina, Maringá, Cornélio, buscando pequenas localidades, elementos que formam a história do meu estado. Como vi que vocês trabalham com fotografia, e concordo plenamente com a concepção de que é necessário a inserção de imagens na sala de aula, o debate sobre seus aspectos, uma conscientização para que se compreenda a fotografia, mais do que um elemento de ilustração, como uma fonte rica em detalhes, gostaria de pedir um conselho de alguém que já esta envolvido em um projeto desse tipo. Minha pesquisa apenas se daria com fotos de um antigo fotógrafo da cidade, falecido, no entanto encontro problemas para lidar com a liberação das imagens pela família, visto outras iniciativas que não tiveram o certo cuidado com as fotos e acabaram perdendo partes do acervo. Como lidar com essa situação, conquistar a confiança da família e como conduzir tal trabalho, não apenas levando as fotos e narrativas, como alguns pesquisadores fazem, mas incluindo a família em todo o processo?
    Agradeço imensamente a atenção.

    Gustavo do Nascimento Silva

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  5. Boa noite. Sou aluno da Universidade Estadual de Londrina. No último semestre cursei a disciplina optativa de História Visual e Social da América Latina, e nela nos foi proposto a elaboração de um pré - projeto de pesquisa utilizando a análise fotográfica. Escolhi retratar sobre a história local de onde resido, retratar a historiografia do período cafeeiro da região norte do Paraná fugindo um pouco dos grandes centros como Londrina, Maringá, Cornélio, buscando pequenas localidades, elementos que formam a história do meu estado. Como vi que vocês trabalham com fotografia, e concordo plenamente com a concepção de que é necessário a inserção de imagens na sala de aula, o debate sobre seus aspectos, uma conscientização para que se compreenda a fotografia, mais do que um elemento de ilustração, como uma fonte rica em detalhes, gostaria de pedir um conselho de alguém que já esta envolvido em um projeto desse tipo. Minha pesquisa apenas se daria com fotos de um antigo fotógrafo da cidade, falecido, no entanto encontro problemas para lidar com a liberação das imagens pela família, visto outras iniciativas que não tiveram o certo cuidado com as fotos e acabaram perdendo partes do acervo. Como lidar com essa situação, conquistar a confiança da família e como conduzir tal trabalho, não apenas levando as fotos e narrativas, como alguns pesquisadores fazem, mas incluindo a família em todo o processo?
    Agradeço imensamente a atenção.

    Gustavo do Nascimento Silva

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    1. Boa noite Gustavo! Sugiro que você procure artigos e bibliografias sobre arquivos pessoais/familiares e sua importância para o patrimônio documental. Indico a leitura da revista do arquivo do Estado de São Paulo cujo tema é "Arquivos Privados de Interesse Público". Segue o link: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/noticias/ultimas/ver/arquivos-privados-e-tema-da-4a-edicao-da-revista-do-arquivo.
      Espero ter contribuído. Um abraço!!
      Clara Zandomenico Malverdes

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  6. Que trabalho interessante! Parabéns às autoras.
    Gostaria de buscar esclarecimentos mais especificamente sobre a metodologia: ela teve alguma referência-base para sua elaboração? E ainda, há outros pesquisadores trabalhando a mesma questão em outras instituições de ensino no Brasil, inclusive em turmas de outras séries que não somente as do 5° ano?

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    1. Olá Luiz Felipe! Realizar essa pesquisa esta sendo fantástico. Essa metodologia inicialmente foi desenvolvida por uma equipe da Universidad Complutense de Madrid que tinha como objetivo central introduzir novos modelos de aprendizagem; motivar os alunos na sua atividade e criar um banco de imagens para o ensino. Foi trazida para o Brasil no âmbito do Grupo de Pesquisa Acervos Fotográficos (GPAF), em disciplinas da pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB), relacionadas aos acervos fotográficos. Um outro exemplo de aplicação da metodologia Imaginando, no Brasil – mais especificamente aqui no Espírito Santo, é o Projeto Imaginando Viana, que utilizou a metodologia para facilitar o desenvolvimento e a difusão do conhecimento histórico e cultural do município de Viana-ES. Nas séries iniciais do ensino fundamental, minha pesquisa esta sendo a pioneira com a utilização dessa metodologia no Brasil. Seguem referências citadas com relação ao trabalho desenvolvido com a metodologia Imaginando. Espero ter contribuído. Um abraço!!
      Clara Zandomenico Malverdes

      VIGIL, J. (Ed.). Imaginando: uso y aplicación de la fotografía en los procesos de aprendizaje. Madri: Universidad Complutense de Madrid, 2012.

      www.imaginandoviana.blogspot.com.br

      http://bgpaf.blogspot.com.br/

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  7. Que trabalho interessante! Parabéns às autoras.
    Gostaria de buscar esclarecimentos mais especificamente sobre a metodologia: ela teve alguma referência-base para sua elaboração? E ainda, há outros pesquisadores trabalhando a mesma questão em outras instituições de ensino no Brasil, inclusive em turmas de outras séries que não somente as do 5° ano?

    Luiz Felipe Brandão Augusto

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  8. Muito interessante o texto que vocês apresentaram, Clara e Maria. Já estou curioso para conhecer a conclusão da pesquisa. Desnecessário falar da importância de pesquisas como essa que vocês estão realizando.

    Aproveito a oportunidade para perguntar: Entendo que esse não é o objetivo da pesquisa, porém vocês percebem se os professores de Ensino Fundamental com os quais vocês estão lidando apresentam alguma familiaridade para com a leitura de fotografias? Em caso positivo eles conseguem dividir isso com os alunos?

    GUILHERME CYRINO CARVALHO

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    1. Oi Guilherme! Agradeço o incentivo. O foco da pesquisa é a análise do processo de ensino aprendizagem dos alunos, mediado a partir da produção fotográfica. A professora regente é um membro participante, mas não nos foi possível ainda aferir análise até o momento. Entretanto, baseada na literatura que estamos utilizando, há afirmações que somos alfabetizados para ler textos e que, dessa forma acabamos por nos tornar "analfabetos visuais". a intenção é romper com esse paradigma. Um abraço!
      Clara Zandomenico Malverdes

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  9. Boa tarde, meus Parabéns as autoras.
    Tenho uma dúvida de como problematizar imagens fotográficas, gostaria de exemplos de como fazer o mesmo.
    Desde já agradeço.
    Katiane Paula Peixoto.

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    1. Olá Katiane! É muito gratificante contribuir com reflexões acerca do uso da fotografia no processo de aprendizagem. Para o trabalho de problematização, leitura e interpretação da fotografia, sugiro a leitura da obra de Boris Kossoy. O nosso objetivo ao final dessa pesquisa é justamente possibilitar arcabouços teóricos e práticos ao uso da fotografia em sala de aula.Um abraço!
      Clara Zandomenico Malverdes

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  10. Muito interessante a proposta de trabalho apresentada, acredito que trará mais dinamicidade para as aulas e atrairá a atenção dos alunos.
    Um recurso que pode ser agregado ao uso de imagens em sala de aula é a elaboração de linhas do tempo virtuais, que podem ser produzidas tanto pelos alunos quanto pelo professor. Há vários recursos que podem ser integrados de forma dinâmica e propiciar o aprendizado por parte dos alunos. Exemplo: https://www.timetoast.com/timelines/road-safety-annual-report-wales-2013-2015

    Já pensaram em utilizar este recurso como aliado para o trabalho com as imagens?


    Att.,
    Giselli Mocelin Martins

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    1. Oi Giselli! Não conhecia esse recurso, muito interessante. Vou analisá-lo e verificar as possibilidades de agregá-lo à nossa pesquisa. Obrigada pela dica! Um abraço!
      Clara Zandomenico Malverdes

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  11. Olá sou Ana Paula São Luis MA e tive a oportunidade de desenvolver um trabalho em sala de aula com fotografias abordando o tema Grécia antiga e utilizando temáticaseu mulheres educação política em Grécia antiga e relacionando com a historia local nossa cidade tem o título de Atenas Maranhense e trabalhamos a desconstrução dessa idéia através da fotografia no centro histórico de São Luís com fotos de pessoas anônimas mostrando a mulher a política e foi um trabalho interdisciplinar com artes e filosofia e depois exposição pelos alunos bem interessante

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  12. Olá sou Ana Paula São Luis MA e tive a oportunidade de desenvolver um trabalho em sala de aula com fotografias abordando o tema Grécia antiga e utilizando temáticaseu mulheres educação política em Grécia antiga e relacionando com a historia local nossa cidade tem o título de Atenas Maranhense e trabalhamos a desconstrução dessa idéia através da fotografia no centro histórico de São Luís com fotos de pessoas anônimas mostrando a mulher a política e foi um trabalho interdisciplinar com artes e filosofia e depois exposição pelos alunos bem interessante

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  13. Muito interessante a pesquisa! Gostaria de ficar acompanhando o progresso dela. Minha pergunta para ambas as pesquisadoras e como está sendo a experiência até agora, e como podemos aplicar isso em escolas de baixa renda aonde muitos não tem um celular com uma câmera boa.

    Ps: gostaria de recomendar a Marina Amaral, ela trabalha com restauração de fotos seus trabalhos já saíram até na BBC e sinto que poderia lhe ser bastante útil. Página dela:http://www.marinamaral.com/

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    1. Ps2: Outra pergunta é qual equipamento vocês acham mais prático usar pra iniciar esse projeto em uma escola ou ong?

      Ass.Rodrigo Almeida Carvalho - Manaus/AM

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  15. Saudações Prezadas Clara Zandomenico Malverdes e Maria Alayde Alcantara Salim!

    Primeiramente parabéns pelo trabalho e proposta de pesquisa..

    A partir das assertivas de Bloch e de Mauad, podemos afirmar que as fotografias, assim como outras fontes, são produzidas, inventadas, ressignificadas.

    Seguindo as trilhas epistêmicas de Alberto Del Castilho Troncoso (Escola Nacional de História e Antropologia do México), faz-se necessário desmitificar o clichê de que "uma imagem vale mais que mil palavras", pois só faz sentido essa afirmação se os indivíduos tiverem mais de mil palavras para caracterizar e descrever as imagens de forma categórica e historiográfica.
    Nesse sentido, gostaria de saber se a concepção de vocês sobre a análise de imagens, parte da tese de Roger Chartier (representações das imagens) ou da tese de Carlo Ginzburg (construção de representações de imagens)??

    Cordialmente, Wilverson Rodrigo.

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