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Carla D. Silva

ENSINO, PESQUISA E MEMÓRIA: A PRESERVAÇÃO DO ACERVO DO ARQUIVO PÚBLICO NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Carla D. Silva

Pretendemos, com o seguinte relato, apresentar uma proposta de pesquisa que tem como objetivo compreender a preservação do acervo do Arquivo Público Mineiro (APM) na perspectiva da educação patrimonial, dialogando com o ensino, pesquisa e a construção da memória social. A relevância dessa pesquisa é debater a questão da Educação Patrimonial enquanto processo de interação entre escola e espaços de preservação da memória.  
Ao debatermos as perspectivas da Educação Patrimonial temos que fazemos o seguinte questionamento? O que é patrimônio histórico, cultural, arquitetônico, etc.? Que critérios os definem? O conceito patrimônio é amplo, e assume variados significados no tempo, nas instituições e na escrita da história.  Para Castriota, "originalmente herança do pai no direito romano antigo, entendia-se como patrimônio de um particular o complexo de bens que tinham algum valor econômico, que podiam ser objeto de apropriação privada" (CASTRIOTA, 2009, p. 83). Com o passar do tempo, o termo ganhou outros significados, que ampliaram em muito a abrangência do conceito. Assim, ainda segundo Castriota,
Com o tempo, porém, o uso desse termo sofre uma ampliação e um deslocamento, sendo hoje utilizado em uma série de expressões como "patrimônio arquitetônico", "patrimônio histórico e artístico", "patrimônio cultural", que abrangem uma gama de fenômenos muito mais ampla que a inicial (CASTRIOTA, 2009, p. 83 - 84).
Ao longo do tempo, também esses "novos" termos sofrem deslocamentos e ampliações, o que os torna ainda mais abrangentes. O patrimônio arquitetônico, por exemplo, passou a incluir "conjuntos arquitetônicos inteiros, a arquitetura rural, a arquitetura vernacular [...]" (idem, p. 85), o que, na prática, se traduz em tombar e preservar uma cidade inteira, um bairro, uma praça, etc. Segundo Françoise Choay, data do período revolucionário francês a ideia de se preservar os documentos e o patrimônio histórico em geral. Segundo a autora, patrimônio histórico
[...] designa um bem destinado ao usufruto de uma comunidade que se ampliou a dimensões planetárias, constituído pela acumulação contínua de uma diversidade de objetos que se congregam por seu passado comum: obras e obras primas das belas artes e das artes aplicadas, trabalhos e todos os saberes e savoir-faire dos seres humanos. (CHOAY, 2001, p. 11).

Para Choay, o conceito ainda "remete a uma instituição e a uma mentalidade". Ou seja, está ligado a um lugar específico, uma construção por exemplo, e a algo um tanto intangível, que é o imaginário de uma comunidade. Assim, o que define o objeto a ser preservado perpassa por instancias oficiais, (em última análise é delas a decisão final), mas também deve contemplar todos os aspectos que envolvem a sociedade que cerca a coisa a ser  transformada em patrimônio histórico/cultural,  de importância capital para todos.
Deve ser considerada ainda a questão do monumento, definido este como histórico ou não. Segundo Choay (2011), o termo
[...] deriva do substantivo latino monumentum, fruto do verbo monere: "advertir", "lembrar à memória". Chamar-se-á então "monumento" todo artefato (túmulo, tumba, poste, totem, construção, inscrição...) ou conjunto deliberadamente concebido e realizado por uma comunidade humana (...), a fim de lembrar, para a memória viva, orgânica, a afetiva de seus membros, pessoas, acontecimentos, crenças, ritos ou regras sociais constitutivos de sua  identidade (CHOAY, 2011 p. 12).
O monumento é algo criado intencionalmente para guardar uma memória que não deve ser esquecida, e que permita a preservação de uma identidade coletiva. O monumento só toma o adjetivo "histórico" quando se agrega esse valor a ele. Para Le Goff, os monumentos são "herança do passado", enquanto "os documentos são escolha do historiador" (LE GOFF, 1996, p. 526). Assim, de acordo com o autor,
O monumento tem como características o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva) e o reenviar a testemunhos que só numa parcela mínima são testemunhos escritos (Idem).
Ou seja, todo documento (tratado aqui como vestígio da historia humana) carrega em si uma intencionalidade, (ou monumentalidade?), uma ideia de perpetuação dos feitos humanos ao longo da sua trajetória.
Partindo dessas considerações, indagarmos: Que elementos contribuem para um diálogo entre o acervo documental do Arquivo Público Mineiro e o ensino de História atualmente? Existe uma mediação realizada entre o Arquivo Público Mineiro e as escolas públicas e particulares na cidade? Se existe como é realizada essa mediação? Na formação dos professores é contemplado o debate sobre a relevância da Educação Patrimonial enquanto espaço de mediação entre memória, história e processo aprendizagem?
A adoção da Educação Patrimonial, enquanto instrumento de alfabetização cultural teria um papel de fortalecimento da noção de pertencimento e da construção da cidadania? Os objetivos que pretendemos alcançar são: investigar as relações entre a preservação do acervo do Arquivo Público Mineiro na perspectiva da educação patrimonial, dialogando com as novas abordagens no ensino, pesquisa e memória, discutir a possibilidade da inserção da Educação Patrimonial nos currículos escolares do médio visando um trabalho integrado entre Patrimônio e o Ensino de História; identificar as perspectivas que levam ou não o professor de história a utilizar o acervo do Arquivo Público Mineiro em sua disciplina; os arquivos em seu trabalho dentre outros.
Para darmos conta da proposta vamos debater categorias como espaços de memória, pertencimento, educação, cidadania, preservação e conservação de acervos documentais, ensino de história. Para o desenvolvimento dessa proposta pretendemos fazer uma abordagem qualitativa nas etapas do processo de construção da pesquisa, como levantamento bibliográfico sobre Educação Patrimonial e preservação e conservação de acervos, também pretendemos analisar duas escolas, sendo uma da rede pública e outra particular de ensino do município e entrevistas com professores, alunos, direção e profissionais do APM.
Assim entendemos que a preservação do acervo do Arquivo Público também é um fator de construção de cidadania e fortalecimento de possibilidades de conhecimento, disseminação e mediação entre ensino, história e memória social.
Dessa forma, o papel do professor é mediar à construção de conhecimento em sala de aula e para além dos muros da escola, interagindo com outros espaços de construção, conservação e preservação da memória da sociedade.

Referências
CASTRIOTA, Leonardo Barci. Segunda parte: Políticas.  Alternativas contemporâneas para políticas de preservação. in:  Patrimônio cultural: conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo: Anablume; Belo Horizonte: IEDS, 2009. p. 81- 91.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2011.
LE GOFF, Jacques.  História e Memória. 4 ed. - Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996.
ROSSI, Paolo. O passado, a memória, o esquecimento: seis ensaios da história das ideias. São Paulo: UNESP, 2010.

SOARES, André Luis Ramos, KLAMT, Sergio Célio (org.) Educação Patrimonial: Teoria e Prática. Santa Maria: UFMS, 2007.

18 comentários:

  1. Olá Carla Danielle,

    Como trabalhar com os alunos as perspectivas de preservação de um acervo documental, mediando os acervos escolares, as concepções de pertencimento dos alunos e a conservação e destruição de bens culturais na cidade? Parece-me que esse é um grande desafio..

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  2. Carla Danielle da Silva4 de abril de 2017 às 19:45

    Caro José Humberto,
    Sim, adianto que é um desafio grandioso.
    Patrimônio é a herança, riqueza, no termo educacional, entenderemos que patrimônio significa o acervo de bens móveis, acervo bibliográfico, bens imóveis de uma Instituição de Ensino e, desta maneira, faz-se necessário observar que são bens públicos e podem ser utilizados por todos que formam a comunidade escolar e local.,é de suma importância a explicação do que é um patrimônio, para que ele serve, como deve ser mantido, a quem pode servir e a sua importância dentro do contexto histórico de uma instituição escolar, bens esses que também servirão como objeto de pesquisa. O Ensino de História teria este papel significativo dentro das escolas, pois, para muitos, o que não diz respeito a bens familiares está distante de algo que pode ser usado por todo cidadão, preservado. Sendo que é de conhecimento ser direito inerente a cada um usufruir desses bens, desde que unido à conscientização de preservação desses bens, sendo vistos como um bem maior. O passado não pode ser reconstruído na sua totalidade, pois, ao revivê-lo o torna-se diferente, carregando-o de novas significações e interpretações. Dessa forma, o passado é então reconstruído pelo olhar de quem viveu o momento buscado, não apenas através da oralidade, mas também de escritos, ficcionais ou não, de interpretações de ações que, em algum momento, se fizeram presentes na realidade ou na imaginação dos mais variados agentes históricos. É nesta busca de interpretações, que sugiro em meu texto a preservação dos acervos documentais , a relevância dos alunos conhecerem, e terem a dimensão da importância de preservar a sua história, sua identidade, de terem contato com essas fontes, se identificarem e ao mesmo tempo se educarem , buscando assim desenvolver uma relação de proximidade com sua história.
    Att:Carla Danielle da Silva

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    1. Parabéns, Carla Danielle.

      Suas vivências e experiências em sala de aula é traduzido em seu texto. Sucesso nos desafios que a mediação Escola, Bens Culturais e Conhecimento nos impõe todos os dias.

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    2. Carla Danielle da Silva5 de abril de 2017 às 18:50

      José Humberto, eu que agradeço, e saliento que uma das minhas principais vivencias e aprendizado vem da minha graduação em História. Na qual tive a honra e a sorte de ter um Professor,que de se tornou um Mestre, depois um Amigo e tornou-se um Pai. Se não fosse todo aparato, confiança e acima de tudo a sua determinação ao me ensinar um pouco de tudo que ele é, nem uma virgula estaria escrita aqui. Se hoje, tenho experiências e uma sede inesgotável pela Educação, a ele minha eterna Gratidão!!!

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  3. Carla, texto muito bem escrito, ainda mais se considerarmos a necessária concisão textual que você teve diante de uma temática tão complexa, extensa e, que abre tantas ramificações no decorrer do debate. Ainda assim, a Educação Patrimonial para o fim pretendido, necessariamente, precisará de uma ação educativa bem definida para que possa ser instrumentalizada. E, neste aspecto, me intriga quais os planos e metas traçados para efetivar esta ação e, a partir de qual metodologia?

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    1. Boa noite, Murilo! Agradeço a sua abordagem e pergunta. Começarei dizendo o motivo desse texto, trabalho em Escola Estadual aqui em Belo Horizonte, todos anos, me debato com turmas diversificadas e me deparo com alunos, que não tem a informação dos bens culturais que pertencem a eles e a sua comunidade. Tentarei criar atividades que possam ser realizadas com os jovens e adultos estudantes, que provoque neles uma atitude favorável para com os bens culturais que fazem parte do nosso Patrimônio Cultural. Ou seja, buscar desenvolver a percepção e o espírito crítico, através de uma metodologia especifica de trabalho, propiciando experiências e contato direto com as manifestações culturais, sejam bens materiais como edifícios, praças, mercados, jardins, fotografias, documentos, esculturas, quadros, instrumentos de trabalho. Ou bens imateriais como músicas, danças, festas religiosas, ou populares, comidas, rituais, hábitos e costumes, formas de fazer, saberes e dizeres populares . Lembrar que tudo o que o homem produz e faz é cultura, é um conceito que vai ajudar a compreender o mundo que nos rodeia de uma forma mais ampla e com menos preconceitos. É com todo esse Patrimônio, material, imaterial, consagrado e não consagrado que podemos trabalhar num processo constante de conhecimento e descoberta.
      Neste texto específico fiz um recorte, tendo como ênfase o Arquivo Público Mineiro (APM), por pertencer a cidade que trabalho e moro. O APM que é a instituição cultural mais antiga de Minas Gerais, tendo um acervo que reúne milhares de manuscritos, impressos, mapas, fotografias, filmes, livros, periódicos, entre outros documentos, abrangendo desde o século XVIII até o século XXI. O arquivo possibilita para a população visitas e acompanhamentos para o conhecimento da História do nosso Estado. Essa instituição promove a interação com o publico reforçando seu papel na condução da política de arquivo. Existe também todo um aparato documental digitalizado. Ao meu ver, seria já um passo a ser dado, dento do Ensino da história, para além da sala de aula, trazendo os alunos no para dentro de sua história , ao meu ver poderia criar uma semente de pertencimento da sua historia local, um estudo mais realista, na qual os alunos vejam, reflitam, pesquisam e tirem as suas conclusões , e principalmente enxerguem a disciplina de história como fundamental para sua identidade.
      É isso, que pretendo. Espero ter respondido sua pergunta! Obrigada!
      Att .
      Carla Danielle da Silva

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  4. Carla Danielle da Silva5 de abril de 2017 às 18:39

    Boa noite, Murilo! Agradeço a sua abordagem e pergunta. Começarei dizendo o motivo desse texto, trabalho em Escola Estadual aqui em Belo Horizonte, todos anos, me debato com turmas diversificadas e me deparo com alunos, que não tem a informação dos bens culturais que pertencem a eles e a sua comunidade. Tentarei criar atividades que possam ser realizadas com os jovens e adultos estudantes, que provoque neles uma atitude favorável para com os bens culturais que fazem parte do nosso Patrimônio Cultural. Ou seja, buscar desenvolver a percepção e o espírito crítico, através de uma metodologia especifica de trabalho, propiciando experiências e contato direto com as manifestações culturais, sejam bens materiais como edifícios, praças, mercados, jardins, fotografias, documentos, esculturas, quadros, instrumentos de trabalho. Ou bens imateriais como músicas, danças, festas religiosas, ou populares, comidas, rituais, hábitos e costumes, formas de fazer, saberes e dizeres populares . Lembrar que tudo o que o homem produz e faz é cultura, é um conceito que vai ajudar a compreender o mundo que nos rodeia de uma forma mais ampla e com menos preconceitos. É com todo esse Patrimônio, material, imaterial, consagrado e não consagrado que podemos trabalhar num processo constante de conhecimento e descoberta.
    Neste texto específico fiz um recorte, tendo como ênfase o Arquivo Público Mineiro (APM), por pertencer a cidade que trabalho e moro. O APM que é a instituição cultural mais antiga de Minas Gerais, tendo um acervo que reúne milhares de manuscritos, impressos, mapas, fotografias, filmes, livros, periódicos, entre outros documentos, abrangendo desde o século XVIII até o século XXI. O arquivo possibilita para a população visitas e acompanhamentos para o conhecimento da História do nosso Estado. Essa instituição promove a interação com o publico reforçando seu papel na condução da política de arquivo. Existe também todo um aparato documental digitalizado. Ao meu ver, seria já um passo a ser dado, dento do Ensino da história, para além da sala de aula, trazendo os alunos no para dentro de sua história , ao meu ver poderia criar uma semente de pertencimento da sua historia local, um estudo mais realista, na qual os alunos vejam, reflitam, pesquisam e tirem as suas conclusões , e principalmente enxerguem a disciplina de história como fundamental para sua identidade.
    É isso, que pretendo. Espero ter respondido sua pergunta! Obrigada!
    Att .
    Carla Danielle da Silva

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  5. Agradeço a José Humberto e Murilo Brasil, pela perguntas realizadas, pelas analises feita do texto que escrevi.Adquiri competências de uma forma simpática e dinâmica que me serão muito úteis na minha atividade profissional."

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  6. A educação patrimonial é uma temática pouca utilizada na sala de aula devido a uma série de fatores. Porém é um método muito eficaz quando bem aplicado. Para ser melhor aceito pela comunidade escolar como deve ser apresentado?

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    1. Luziane,boa noite! Obrigada pela pergunta!Diria que começaríamos de dentro da escola com os alunos e pais, até uma divulgação maior por toda a comunidade. O fundamental é tornar as aulas mais prazerosas, levando os alunos a perceberem que sua própria vida já é uma grande história e que o conhecimento histórico pode ser elaborado por todos, independente de qualquer aspecto social, político, econômico e cultural. A importância da Educação Patrimonial para se construir um elo entre espaços de memória, manifestações culturais e identidades de povos e pessoas, fazendo com que, por meio da sensibilização, os patrimônios culturais, tanto os consagrados como os não consagrados pelos poderes públicos, sejam valorizados e preservados. A pedra de toque, nesse processo, é que os sujeitos, produtores de suas culturas, tenham participação ativa e crítica na seleção dos seus patrimônios e nas ações de preservação. O fundamental é tornar nossas aulas mais prazerosas, levando os alunos a perceberem que sua própria vida já é uma grande história e que o conhecimento histórico pode ser elaborado por todos, independente de qualquer aspecto social, político, econômico e cultural.
      Att : Carla Danielle da Silva

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  7. Gostaria de saber se o termo patrimônio continua em mudanças na atualidade, pois é, mencionado no inicio do texto que (...) “o conceito patrimônio é amplo, e assume variados significados no tempo, nas instituições e na escrita da história”. Então posso afirma que o mesmo continua mudando na atualidade ou seu significado foi estabelecido por completo.

    Elâny Ribeiro de Oliveira.

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    1. Elâny Ribeiro de Oliveira, Boa noite! Obrigada pela pergunta.
      Segundo o o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Patrimônio Histórico pode ser definido como um bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade. Estes patrimônios foram construídos ou produzidos pelas sociedades passadas, por isso representam uma importante fonte de pesquisa e preservação cultural.
      Trabalhando com esses conceitos e visando facilitar o acesso ao conhecimento dos bens nacionais, a gestão do patrimônio é efetivada segundo as características de cada grupo: Patrimônio Material, Patrimônio Imaterial, Patrimônio Arqueológico e Patrimônio da Humanidade.
      Nessa redefinição que fiz em meu texto ao dizer que; (...) “o conceito patrimônio é amplo, e assume variados significados no tempo, nas instituições e na escrita da história”. Salientei que ao enfatizar o termo Patrimonio estou falando dos modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico . Por isso, podemos sim dizer que o conceito de Patrimônio é ampla, é inesgotável, assim como a escrita da história.

      Att;
      CARLA DANIELLE DA SILVA

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  8. Gostaria de saber se o termo patrimônio continua em mudanças na atualidade, pois é, mencionado no inicio do texto que (...) “o conceito patrimônio é amplo, e assume variados significados no tempo, nas instituições e na escrita da história”. Então posso afirma que o mesmo continua mudando na atualidade ou seu significado foi estabelecido por completo.

    Elâny Ribeiro de Oliveira.

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    1. Elâny Ribeiro de Oliveira, Boa noite! Obrigada pela pergunta.
      Segundo o o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Patrimônio Histórico pode ser definido como um bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade. Estes patrimônios foram construídos ou produzidos pelas sociedades passadas, por isso representam uma importante fonte de pesquisa e preservação cultural.
      Trabalhando com esses conceitos e visando facilitar o acesso ao conhecimento dos bens nacionais, a gestão do patrimônio é efetivada segundo as características de cada grupo: Patrimônio Material, Patrimônio Imaterial, Patrimônio Arqueológico e Patrimônio da Humanidade.
      Nessa redefinição que fiz em meu texto ao dizer que; (...) “o conceito patrimônio é amplo, e assume variados significados no tempo, nas instituições e na escrita da história”. Salientei que ao enfatizar o termo Patrimonio estou falando dos modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico . Por isso, podemos sim dizer que o conceito de Patrimônio é amplo, é inesgotável, assim como a escrita da história.

      Att;
      CARLA DANIELLE DA SILVA

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  9. Bom dia !Parabéns pelo texto .
    Através da educação patrimonial, não ser tão utilizada na sala de aula, pois em algumas regiões do país não possuir acesso, e permissibilidade, trata se de método excelente, mas para ser melhor aceito pela comunidade escolar como deve ser apresentado, devemos considerar também ao que oferece pela internet, pois muitos acervos já nos são permitidos.
    Att
    Adriane Cristine Silva

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    1. Muito Obrigada, fico lisonjeada com o elogio. Adriane Cristine Silva Um dos maiores desafios encontrados pelo professor da atualidade é demonstrar ao aluno o quanto a disciplina com a qual trabalha é essencial para sua formação tanto pessoal quanto profissional. Este problema muitas vezes, é fator desencadeador de indisciplina. Após cinco anos atuando como professora de história no ensino público e creio ser minha missão motivar os alunos em relação à história, para que percebam como ela está presente no seu cotidiano. Acredito que se o aluno tivesse clareza em relação a esta necessidade seria muito mais fácil contribuir para a formação da consciência histórica nos cidadãos que estão em sala. Durante a implementação do Projeto serão trabalhados conceitos tais como memória, acervo, museu, documento, monumento, patrimônio, História.
      Sendo assim imaginei que contribuições vindas do desempenho de trabalhos na área de educação patrimonial podem ser inúmeras, influenciando os indivíduos, a sociedade e os arquivos.
      São muitas as questões e discussões que esse tema suscita e que estão longe de ser esgotadas. E é exatamente o que você citou, Adriane , a questão da digitalização dos documentos, as fotos, os vídeos. A internet favorece na aproximação dos documentos de todos os tipos aos cidadãos que venham destas necessitar. É possível sim fazer com que a Educação Patrimonial seja uma relevância para toda sociedade, digo de forma geral.
      Att> Carla Danielle da Silva

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  10. Boa noite, Carla!

    Gostei muito da sua proposta, parabéns!
    Gostaria de saber, como poderíamos trabalhar o acervo público na perspectiva da história local?
    Obrigado!

    Atenciosamente,
    Rivaldo Amador de Sousa

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    1. Rivaldo Amador de Sousa, Tudo bem? Boa noite! Muito obrigado pela pergunta e pelo elogio.
      Ensinar história local não é substituir o ensino da história geral e do Brasil, mas se trata de um aprimoramento da história, de saber que as localidades também possuem sua história e que ela deve ser transmitida.
      No entanto eu ,elaboraria um projeto com a necessidade da formação do hábito e prática de visitas a estes locais e estabelecimentos, e também de formação de leitores estéticos, alunos e professores, levando em consideração alguns pressupostos: Compreender o museu, arquivos, prédios, etc ,como fenômeno que se expressa sob diferentes formas, consoante sistemas de pensamento; Interpretar as relações entre homem, cultura e natureza, no contexto temporal e espacial; Intervir, de forma responsável, na preservação e uso do patrimônio, entendido como representação da atividade humana no tempo e no espaço. Considerando também algumas das competências propostas tais como:
      • Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa, reconhecendo o papel das diferentes linguagens, dos diferentes agentes sociais e dos diferentes contextos envolvidos em sua produção.
      . Construir a identidade pessoal e social na dimensão histórica, a partir do reconhecimento do papel do indivíduo nos processos históricos simultaneamente como sujeito e como produto dos mesmos.
      • Atuar sobre os processos de construção da memória social, partindo da crítica dos diversos “lugares de memória” socialmente instituídos.
      Termino respondendo a sua pergunta com uma citação:
      NOGUEIRA (2001) afirma que “A valorização da memória do município favorece o surgimento de um espírito crítico e comprometido com o bem comum”. Quando a escola envolve a comunidade no processo de ensino, agrega novos saberes, pois junto à comunidade está a história que não encontramos escrita em nenhum livro, não é aquela que fala dos grandes nomes e datas “importantes”, é a história sendo contada a partir de outra visão, por pessoas próximas aos alunos e isso a torna mais fascinante e faz com que eles entendam e assimilem com mais facilidade. “[...] romper com a noção de história que se prende apenas ao passado, aos grandes nomes e aos grandes feitos).
      Att: Carla Danielle da Silva

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