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Andréia Sznicer; Thaynara Morganna

DE CURANDEIRAS E BENZEDEIRAS PARA BRUXAS: O PAPEL DA MULHER NESSE CONTEXTO NA EUROPA
Andréia Sznicer
Thaynara Morganna de Souza Lima
UNESPAR


Visando o ensino de história, pautado em acontecimentos relacionado ao sexo feminino, o assunto em questão será voltado para a participação que muitas mulheres tiveram na vida das pessoas no século XV (dentre outros séculos), de forma mais específica, as curandeiras e benzedeiras da época em questão.
As mulheres neste período não tinham uma posição social de igualdade frente aos homens. O ideal de mulher estava atribuído à virgindade, a pureza, a submissão e a maternidade. O poder dos clérigos e dos príncipes era um poder voltado ao sexo masculino, misóginos porque estavam convencidos da impureza e da inferioridade da mulher, e até mesmo de sua “ruindade” (PERROT, 2007, p.88).
Vários fatores contribuíram para a naturalização da inferioridade da mulher no discurso dos homens na Idade Média. Especialmente nos países católicos, a escolarização das mulheres fez-se bastante restrita e tardia ainda no século XVI (PERROT, 2008, p.43).
O desprezo que os homens tinham pelas mulheres nesta época encontrava-se expresso nos próprios termos designativos dos dois sexos. De acordo com o livro “A Feiticeira” de Michelet, a palavra latina empregada para nomear o sexo masculino vir, lembrava virtus, ou seja retidão. Já mulier, que seria o qualificativo do sexo feminino, lembrava mollitia, ou seja moleza, que tinha relação com fraqueza, flexibilidade (MICHELET, 2002, p.28). Esses homens, independente de sua posição social, como pais ou marido, reservavam-se o direito de castigar a mulher como se castigava uma criança ou mesmo a um escravo (MICHELET, 2002, p.102).
A própria mulher neste período, pelo contexto histórico em que se encontrava, acabava por partilhar, em alguns casos, o odioso preconceito sobre si e considerava-se imunda, como Michelet revela, deixando bem clara essa posição da mulher, sendo que em sua leitura defende que ela “quase pedia perdão por existir, viver, realizar as condições de vida. A medicina da Idade Média ocupava-se unicamente do ser considerado superior e puro, o homem, o único que podia se tornar padre e também que sozinho representava Deus (MICHELET, 2003, p.103).
As sociedades europeias seguiam com constantes mudanças, as quais influenciavam também o modo com que concebiam a magia, a feitiçaria e a bruxaria, assim também as magas, curandeiras, benzedeiras e adivinhas, que fizeram parte dessa mudança durante mil anos.
O único médico do povo foi à feiticeira (MICHELET, 2003, p.13), mas a Igreja Católica não concordava com a ideia de que a mulher pudesse curar com suas ervas medicinais, pois quem devia praticar a cura nesta época eram os homens formados, e muitas dessas mulheres não tinham uma formação, pois detinham certo conhecimento que fora passado de geração para geração.
Muitos desses homens que podiam praticar a cura estavam ligados com a igreja, desta forma também existia um jogo de interesses, de modo que a Igreja Católica seguiu declarando, no século XIV, que se a mulher ousasse praticar a cura, sem ter estudado para tanto, seria considerada feiticeira e teria como punição a sua morte.
 Desta forma a feiticeira arriscava muito, pois ninguém pensava que aplicados exteriormente, ou tomados em dose muito pequena, os venenos podiam ser utilizados como remédios, assim também como algumas ervas. Michelet defende que “é certo que a planta assusta”. “Trata-se do meimendro, veneno cruel e perigoso, mas poderoso emoliente, suave cataplasma sedativo que resolve, distende e resolve a dor e muitas vezes cura” (MICHELET, 2003, p.100).
Essas mulheres passaram a ser vista com maus olhos, sendo algumas acusadas até de bruxaria, em que dentre esse grupo, estavam as que tinham um contato muito grande com as mulheres nesse período, pois nesse tempo a mulher nunca teria admitido um médico homem (MICHELET, 2003, p.97-98).
Essas mulheres são então proibidas pela Igreja Católica de professar as suas curas, assim como auxiliar as mulheres em seus partos, de Feiticeiras (sendo mulheres que trabalhavam sozinhas), passam a ser acusadas de bruxas (mulheres que agiam em grupo, tendo ela um certo contato com o demônio). Um documento, que foi escrito por inquisidores, visando a suposta eliminação desse grupo indesejável, tem como função desencadear uma perseguição a essas mulheres acusadas de bruxaria, o Malleus Maleficarum.
Esse documento inquisitorial, o Malleus Malificarum, contribuiu para uma construção negativa da imagem da mulher, pois suas páginas seguem tentando persuadir o(a) leitor(a) a acreditar que a figura feminina era inferior. Na tentativa de convencer de que a mulher deveria ser considerada um mal, os autores do Malleus apresentam uma série de fatos históricos voltados à queda de alguns Impérios, que de acordo com o documento, teriam sido derrubados por mulheres. Citam exemplos como o de Tróia, que pelo rapto de uma mulher teria sido destruída, gerando a morte de milhares de gregos.
Consideradas inferiores, possuíam também uma memória fraca nesta acepção, julgando assim a sua “indisciplina” como um vício natural, mais amarga que a morte, um inimigo secreto e enganador. Essa concepção de um ser enganador fica evidente em trechos do manual de Heinrich Kramer e James Sprenger:
Mentirosas por natureza, o seu discurso a um só tempo nos aguilhoa e nos deleita. Pelo que sua voz é como o canto das Sereias, que com a sua doce melodia seduzem os que se lhes aproximam e os matam. E os matam esvaziando as suas bolsas, consumindo as suas forças e fazendo-os renunciarem a Deus (KRAMER; SPRENGER, 2010, p.120).  
Desta forma, a mulher era considerada pelos autores perigosa e comparada a uma armadilha, mas não sobre o conceito das armadilhas de caçadores, mas sim a dos demônios, sendo os homens atraídos pelo desejo carnal que sentiam quando avistavam uma mulher.
As sociedades europeias seguiam com constantes mudanças, as quais influenciavam também o modo com que concebiam a magia, a feitiçaria e a bruxaria, assim também as magas, curandeiras, benzedeiras e adivinhas, que fizeram parte dessa mudança durante mil anos.
Compreendemos então, que a mulher se encontra em muitas passagens da história, mas que na maioria das vezes não é lembrada de tal forma, dentre essas mulheres estavam as curandeiras, que com o seu conhecimento a cerca das ervas medicinais, assim como experiência, auxiliaram muitas pessoas dentre os séculos XV, XVI e XVII. Como o Michelet ressalta em seu livro a Feiticeira, que o médico do povo eram muitas vezes essas mulheres, que não detinham uma formação, mas que conheciam muitas ervas, e também em que cada uma podia ajudar essas pessoas nesse contexto (MICHELET, 2003, p.13). Passaram então a serem vistas como supostas bruxas, sendo esse processo desencadeado, com a ajuda do Malleus, baseado no contexto em que se encontravam e as relações de poder da época.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MACEDO, José Rivair. A Mulher na Idade Média, revista e ampliada. São Paulo, Editora Companhia das Letras, 2002.
MICHELET, Jules. A Feiticeira, tradução: Ana Moura- São Paulo: Aquariana, 2003.
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres, tradução: Angela M. S. Corrêa. São Paulo, Editora Contexto (Editora Pinsky Ltda), 2007.
STRAUSS, Claude Lévi. Antropologia Estrutural/ Tradução Chain Samuel Katz e Eginardo Pires. Tempo Brasileiro LTDA. Rio de Janeiro. 1967. (cap. Magia e Religião).
KRAMER, Heinrich e SPRENGER, James. O Martelo das Feiticeiras: Malleus Maleficarum/tradução de Paulo Froés- 22°=ed. Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro, 2010.


22 comentários:

  1. Bom dia, Andréia e Thaynara.

    Também considero fundamental discutir gênero nas escolas principalmente em nossa disciplina, pois permite problematizarmos as relações de poder baseadas nas diferenças sexuais ao longo do tempo.

    Achei a proposta do tema de vocês muito interessante, mas peço desculpas por não ter compreendido muito bem o objetivo. O título indica uma mudança no significado social de um grupo de mulheres (curandeiras e benzedeiras), mas ao se referir “[...] o papel da mulher nesse contexto na Europa” fiquei em dúvida sobre os discursos analisados. Além disso, o contexto analisado é do século XV ou, de um processo que vai do XV ao XVII?

    Me pareceu que a questão central do texto seria provocar um debate sobre os discursos masculinos que entre os séculos XV-XVII, buscaram controlar o conhecimento da cura e do exercício da prática medicinal a partir da desvalorização (e demonização) dos saberes femininos.

    Enfim, esta é minha primeira dúvida. Tenho outras, pois o tema realmente é muito instigador. Parabéns ao trabalho.

    Abraços,
    Danielle da Costa


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    1. Olá Danielle da Costa, obrigado por se interessar pelo nosso tema, o nosso trabalho teve como principal objetivo analisar o papel dessas mulheres que eram curandeiras e benzedeiras nessa época, século XV, a partir de documentos que visam mais um olhar masculino sobre essas mulheres (claro de acordo com sua época). Mas esse trabalho tem uma continuidade, que mostra o papel dessas mulheres durante o século XV até o XVII, só que como teria que ser um trabalho com apenas duas ou três folhas no máximo tivemos que encurtar nosso tema, ele tem uma continuidade mostrando o que essas supostas "bruxas" faziam, por que eram chamadas de bruxas, que males podiam causar, por que da perseguição. Mas como te expliquei não tinhamos muito espaço para escrever tudo isso, então buscamos apresentar apenas essa parte das benzedeiras e curandeiras, em que, depois de um certo tempo foram proibidas de exercer tal função, construindo uma visão negativa sobre essas mulheres, acusadas de lançar feitiços sobre as pessoas, de utilizar objetos para prejudica-las, então a procura por elas foi diminuindo. Claro que tiveram aquelas que acreditavam serem bruxas e praticarem alguns feitiços. Na parte do título, quando fala o papel da mulher nesse contexto, se refere mais a essas mulheres que por muitos anos acabaram sendo o médico do povo, pois detinham o conhecimento de algumas ervas medicinais, que utilizadas de forma correta podiam curar. Espero que tenha respondido as suas dúvidas :)
      Obrigado

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  2. Achei de muita importância discutir o papel da mulher ao longo da história e como ela era vista, a minha pergunta é simples e objetiva: Com tantas pessoas acusando as mulheres de bruxaria, inclusive a igreja, elas eram temidas de certa forma? Ser uma 'bruxa' deveria causar medo nas pessoas daquela época e de certa forma temeriam as mulheres, logo, movidos pelo esse sentimento, não a fariam mal algum e tão pouco deveriam ser humilhadas, isso de fato acontecia?

    Abraços,
    Sarah Aquino de Oliveira Silva

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    1. Olá Sarah Aquino de Oliveira Silva, obrigado por demonstrar interesse em nossa pesquisa. Em relação a sua pergunta, de acordo com a nossa carga de leitura, percebemos que a partir de alguns documentos, essas mulheres que eram acusadas de bruxas, causavam certo medo a essas pessoas dessa época, pois sendo o século XV, temos que lembrar do poder que a igreja e os próprios inquisidores tinham sobre as pessoas, assim como o pensamento dessa época, como Le Goff nos lembra: O documento é produzido consciente ou inconscientemente pelas sociedades do passado tanto para impor uma imagem desse passado como para dizer a ‘verdade’ (LE GOFF, 2011, P.168). Dessa forma, não podemos afirmar se realmente praticavam a bruxaria ou causavam medo na população, mas partindo desses documentos inquisitoriais, acreditamos que sim, assim como tinham aquelas que eram “inocentes” perante as acusações, também tinha aquelas que acreditavam serem bruxas e seguiam com alguns feitiços e rituais, pois durante esse século XV até o XVII, a “bruxa“ era associada a qualquer catástrofe ou outros males, dessa forma as pessoas passaram a temer essas mulheres, como se estas fossem as responsáveis por essas negatividades que ocorriam nessa época. Um documento que ajuda na construção desse pensamento, e que é muito bom de ler, é o Malleus Maleficarum (O martelo das feiticeiras) dos inquisidores Henrich Kremer e James Sprenger, é um ótimo livro, que ajuda na compreensão dessa questão da bruxaria e do por que as pessoas temiam tanto essas mulheres do XV ao XVII. Espero que tenha respondido a sua pergunta.
      Obrigado :)

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  3. Acredito que a mistificação de demonizar o papel da curandeira e benzedeira daquelas épocas se deva ao fato da Igreja Católica sempre se impor como a dona da verdade em qualquer que fosse o assunto, e claro, se sobrepondo contra uma ciência que tinha na mulher o seu personagem proprietária deste "dom". Portanto, a minha pergunta é: O movimento feminista para ter êxito em seus objetivos e lutas, precisa conquistar necessariamente a reconciliação com as religiões ou, pelo contrário, precisam combater de frente os ideais conservadores considerados machistas da religião, o que torna essa luta mais desgastante?

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    1. Obrigada pela participação! Bom, acreditamos que conforme a linha de pensamento conforme o grupo feminista, com todas as ramificações, perante a esta pergunta, pode-se haver divergências. A igreja católica, teve seu papel na maneira de como a mulher era vista, tinha-se todo um processo histórico na visão da mulher, desde Eva estas questões estão sobrepostas, as mulheres como sendo frágeis, porém ao mesmo tempo, sendo uma pecadora por natureza, onde instiga os homens ao pecado, podendo assim ser “perigosa”, porém não podemos mudar os fatos do que aconteceu na história, sendo este período estar em um outro contexto. Logo estas questões de submissão impostas as mulheres, não se devem mais acontecer nos dias de hoje, pois sabemos que a própria Bíblia foi escrita em outro período histórico e não nos cabe a todas as comparações se impor as ações aos dias de hoje. Acredito que todo extremo é prejudicial, a igreja e seus líderes devem mudar a forma de pregar sua fé, rever textos bíblicos e trazê-los para os dias de hoje, onde a mulher deve ter os mesmos direitos dos homens, ser respeitada. Porém a sociedade em si, ainda apresenta a problemática do machismo, infelizmente, devemos lutar contra o mesmo em diversos aspectos, não apenas o religioso, mas no machismo do dia a dia, pois na verdade ele não tem cara, nem cor, nem classe social, muito menos religião, ele infelizmente existe, calando mulheres ao longo dos tempos, matando, abusando de diversas formas. Cabe a nós, como cidadãos, em qualquer lugar e ocasião lutar pelos nossos direitos. E a escola, a sala de aula, é uma forma de mudar este cenário de machismo, preconceito, discriminação, violência, racismo, homofobia entre tantos outros problemas absurdos que infelizmente ainda existem.

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  4. Existe ainda na atualidade certo preconceito em relação a essas pessoas. Na percepção de vocês essa visão de hoje, tem contribuição desse processo histórico ocorrido no passado? Part: Edivaldo Rafael de Souza

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    1. Obrigado Edivaldo Rafael de Souza por dedicar o seu tempo em ler nosso trabalho. Em relação a sua pregunta, acredito que o meio social teve sim influência a partir desse contexto histórico, mais para as pessoas que se encontram no interior, que estão cheios de muitas histórias para nos contar, posso afirmar essa questão por que sou de uma família que mora na área rural, então sempre em rodas de conversas escutava muitas histórias sobre essas supostas "bruxas", não só nesse espaço, mas acredito que você também já tenha escutado alguma coisa sobre. Não podemos cometer um anacronismo, comparando o pensamento daquela época século XV para responder o que encontramos hoje, mas sim, na nossa opinião esses pensamentos tem uma raiz nesse processo histórico.
      Obrigado :)

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  5. Talita Gonçalves Medeiros4 de abril de 2017 às 13:51

    Olá Andréia Sznicer e Thaynara Morganna de Souza Lima, parabéns pelo excelente texto e proposta. Me instigou a pensar como isso pode essa discussão pode ser aplicada em em sala de aula e com questões mais locais, como por exemplo: quais os chás que as avós usam para dor de barriga? Quais as relações de gênero entre benzedeiros e benzedeiras? Como isso se opera no bairro de uma escola por exemplo? Acho que deste modo, instigamos o trabalho com várias fontes, tais como a entrevista oral, o documental e acima de tudo trazemos para uma realidade mais próxima, mais palpável que permita aos educandos e educandas a realização da pesquisa e de cumprirmos nosso papel enquanto educadores. Compreendo que essa não foi a proposta de vocês, mas acredito que seria plenamente realizável e quem sabe até mesmo enriquecedor pensar por esse viés de análise.
    Um abraço
    Talita Medeiros


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    1. É uma boa dica Talita Medeiros, como o autor Michelet nos mostra, por muito tempo essas mulheres foram o único médico do povo, e encaixando esse assunto em uma aula garanto que iriamos aprender muito com nossos alunos.
      Obrigado :)

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  6. Olá autoras,

    A temática é muito interessante, mas pouco debatida em sala de aula. Há muitos paralelos que podemos configurar junto ao cotidiano, o que torna essa discussão ainda mais pertinente. Parabéns pelo texto.

    Maicon Roberto Poli de Aguiar.

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    1. Obrigado Maicon Roberto Poli de Aguiar pelo interesse em nossa pesquisa, o debate dessa temática em sala de aula seria muito bom, pelo fato de abordar vários aspectos, como as relações de poder, a cultura, essa visão estereotipada e muito mais, além da contribuição dos alunos com suas histórias. :)

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  7. É sempre muito revigorante ver produções que buscam desmistificar o papel da mulher na sociedade, suas influencias e participações no processo histórico da humanidade.


    INDIARA OLIVEIRA DE ALMEIDA

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    1. Obrigada Indiara Oliveira de Almeida pelo interesse em nossa pesquisa, essa é somente uma forma de mostrar como a mulher esta presente na história, além de muitas outras em outros aspectos, e de tal forma também, de mostrar para nossos alunos, o quão o papel delas nesse período foi importante. :)

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  8. Gostei da proposta meninas, mas como hoje a história do passado e presente e muito visada hoje como vocês poderiam nos ajudar a comparar essa perseguição que essas mulheres sofreram com a intolerância que a "bruxaria" ainda sofre e até mesmo as curandeiras e tal. Obrigada solange fragoso

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    1. Obrigada pela participação! Então Solange, lhe responderei as duas perguntas suas, nesta resposta, na verdade, sua pergunta foi igual a de dois outros participantes, (Talita Gonçalves Medeiros; Edivaldo Rafael Souza) a primeira fala da metodologia em sala de aula e a segunda sobre a mistificação das curandeiras; benzedeiras; feiticeiras em comparação aos dias de hoje, peço gentilmente para ler as perguntas e respostas anteriores, estas irão suprir as suas dúvidas, até a outras questões, assim podendo lhe ensinar sobre outros aspectos, contribuindo para o seu conhecimento sobre o assunto. obrigada!

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  9. Gostei muito mas Como podemos usar em sala de aula o que vocês propuseram?

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  10. Esse conteúdo pode ser encaixado de várias formas em sala de aula, tendo em vista a participação dos alunos, partindo do que eles tem por conhecimento, para então explicar como se deu todo esse fato, e por que muitas pessoas temiam essas mulheres que eram acusadas de bruxaria.Além de outras coisas relacionadas que podemos utilizar para comparar com outros conteúdos dentro da matéria. :)

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  11. Bom dia Andréia e Thaynara! Parabéns pela temática do texto. Minha pergunta é: Esse imaginário de satanização da mulher se aplicava até mesmo as parteiras?

    Greyce Cunha

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  12. Parabéns pelo trabalho ,sabemos que até hoje existem várias mulheres curandeiras , são mais conhecidas como puxadeiras! No século XXI ainda pode perceber esse olhar preconceituoso da Medicina e até mesmo da sociedade , sobre esses saberes notórios com relação a ervas ?

    Maria Terezinha damasceno silva

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    1. Obrigada pela participação! esta pergunta também foi feita pelos outros leitores, por ser algo do nosso presente e ainda nos trazer muita curiosidade. Caso tenha um tempo para ler as outras perguntas e resposta, irá perceber como nos aprofundamos mais sobre esta questão e outras perguntas interessantes que surgiram. De maneira simplificada sobre a pergunta, este universo das curandeiras, feiticeiras, estas mulheres que detinham o conhecimento sobre ervas era algo que se trazia muita curiosidade, e até medo por parte da sociedade, pois sabia-se (como no texto publicado) que tal conhecimento de uma erva, em certa quantidade podia curar alguma enfermidade, e em outra quantidade poderia trazer malefícios do corpo, até podendo chegar ao óbito. Então as pessoas tinham medo deste conhecimento sobre as ervas, porém muitas iam até elas para obter cura, elas eram as "médicas" do período, mesmo sem a permissão da igreja, podendo assim serem julgadas por bruxaria. Pois bem, até os dias de hoje temos as curandeiras, outros chamam de benzedeiras, entre outros nomes dependendo da região,onde o conhecimento das ervas, e até as rezas, junto a fé, podem trazer a melhora de algumas enfermidades. Ainda tem pessoas que criticam, as vezes sem nem saber a raiz deste preconceito, algo muito antigo, porém há muitas que as procuram. Eu por experiência já vi pessoas que criticavam, precisarem e irem atrás de serviço de benzedeiras, ouvi pessoas relatarem que, médicos não conseguiram a cura de determinada enfermidade e uma benzedeira a curou, entre outros casos. Acredito que hoje está relacionado ao conhecimento das ervas, junto a fé (seja ela qual for)a prática de muitas benzedeiras. O preconceito por vezes ainda existe, acredito que a discriminação é mais rara, porém pode existir. Em minha cidade União da Vitória/Paraná, temos algumas benzedeiras, estas são tratadas com respeito e muito solicitadas, até tivemos alguns projetos de História Oral, onde colegas foram saber mais sobre a prática,e a História destas mulheres, foi muito interessante e proveitoso. Mas também acredito, que possa depender da região tal relação. Espero ter conseguido suprir sua dúvida, obrigada!
      att, Thaynara Morganna

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  13. Obrigado Greyce Cunha, em relação a sua pergunta, de certa forma as parteiras junto as benzedeiras e curandeiras, passaram a serem vistas como sinônimo de mal, pois como o Estado junto a Igreja e mais as outras representações de poder, como a própria inquisição, proibiram a mulher que não tivesse algum estudo na área de exercer tal função, construindo então essa visão de que essas mulheres eram sinônimos de maldade. Tanto que de acordo com o Malleus Maleficarum de Henrich Kremer e James Sprenger (um livro muito bom) você consegue ver esse olhar mais demoníaco em relação as parteiras, pois de acordo com o livro elas eram bruxas, que quando as crianças nasciam as mesma oferecia a sua alma ao demônio, dentre outros males que ela podiam causar, então foi de acordo com o tempo e o contexto histórico que as pessoas passaram a não mais procurar essas mulheres, mas sim a teme-las. Espero que tenha respondido a sua pergunta :)

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