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Ana dos Anjos

BRASIL: PENSAMENTO E PRÁTICA SOCIAL DA LAICIDADE NO AMBIENTE PÚBLICO ESCOLAR
Ana dos Anjos Santos Costa
Mestranda em Relações Étnico-raciais - CEFET/RJ

O ponto inicial deste trabalho foi a leitura do texto Ideias fora do lugar, de Roberto Schwarz e também do texto de Silvano Santiago intitulado Interpretes do Brasil. Nesses textos observamos as culturas diaspóricas e como podemos analisá-las academicamente. Partindo dessas análises, refletiremos sobre o conceito de laicidade, mais especificamente, inserindo-o no ambiente público e escolar no Brasil.
No texto de Schwarz o autor traz à tona as contradições entre os discursos filosóficos e acadêmicos das práticas cotidianas da elite brasileira. Focando mais especificamente na questão entre liberdade e escravidão, mostra que a elite brasileira, que tinha acesso aos discursos e debates filosóficos europeus, se interessava pela ideia de liberdade entre os homens, mas, apesar da aceitação da teoria, o grupo esclarecido não mencionava a pretensão de mudanças na estrutura econômica e social da escravidão brasileira. Para Schwartz essa elite brasileira que se formava não conseguia ou não queria relacionar suas ideias com seu cotidiano escravista. Existiria um “defeito”, uma lacuna a ser observada em nossa sociedade.
Já Silvano Santiago aponta que os primeiros escritores sobre essa terra colonial eram os viajantes europeus, que tinham suas visões eurocêntricas sobre como era e como deveria ser o Brasil. Ele aponta que, após a independência política brasileira perante Portugal, foram os próprios brasileiros, intelectuais da elite local que se debruçaram em entender o pensamento e a sociedade nacionais.
Santiago não enxerga como um defeito as disparidades entre reflexões e ações das elites intelectuais no Brasil. Para ele ocorre um jogo de correspondência e de comparação. E esse jogo de comparações faz sentido na lógica da manutenção da hierarquia de poder no Brasil (SANTIAGO, 2000 p.19). Também aborda de relance a questão da educação quando cita a reforma pombalina que modificou a educação no reino português, a qual antes era comandada pelos jesuítas. É nessa questão que começaremos a discutir o tema de nosso trabalho. Até então, a educação no reino e nas colônias era delegada a uma ordem religiosa, a Companhia de Jesus, que ensinava o currículo tanto as crianças portuguesas como aos recém descobertos índios americanos.
Pombal entrou na administração do reino português (1750 – 1777) implementando reformas em diversos setores, inclusive no setor educacional. O governo pombalino tenta atribuir à Companhia de Jesus todos os males da Educação na metrópole e na colônia. Ocorreu então a primeira separação entre religião e educação no território colonial. Mesmo que sendo de forma mais formal do que prática, com inspiração nas ideais iluministas, Pombal lança uma profunda reforma educacional.
O pensamento iluminista impulsionava as reformas pombalinas. O ensino jesuítico já não alcançava as necessidades da nova administração portuguesa e a ideia de uma educação controlada pelo Estado (moderno) ganha espaço. Nas reformas pombalinas o Brasil adere à ideia da educação controlada pelos atores políticos.  O que nos interessa é como essa ideia de laicidade foi e é aplicada em nossa sociedade.
O termo laicidade vai aparecer relacionado ao ambiente escolar em 1871, quando foi associado ao ensino público da França no Novo Dicionário de Pedagogia e de Instrução Primária de Ferdinand Buisson, publicado em 1887. O verbete sobre laicidade expressa que:
A laicidade ou a neutralidade da escola em todos os graus não é nada senão a aplicação à escola do regime que prevaleceu em todas nossas instituições sociais. Partimos, como a maioria dos povos, de um estado de coisas que consistia essencialmente na confusão de todos os poderes e de todos os domínios, na subordinação de todas as autoridades a uma autoridade única, aquela da religião. É somente através do lento trabalho dos séculos que, pouco a pouco, as diversas funções da vida pública distinguiram-se, separadas uma das outras e livres da tutela estreita da Igreja.(BASTOS, 2010. P. 268)
Buisson deixa claro seu entendimento do conceito de laicidade como o oposto do que ocorria com a “confusão de todos os poderes e todos os domínios” dentro do ambiente escolar. O autor continua seu verbete escrevendo que:
Apesar das reações, apesar de tantos retornos diretos ao antigo regime, apesar de quase um século de oscilações e de hesitações políticas, o princípio sobreviveu: a grande ideia, a noção fundamental do Estado Laico, quer dizer, a delimitação profunda entre o temporal e o espiritual entrou nos costumes de maneira a não mais sair. (BASTOS, 2010. P. 268)
No Brasil, a ideia de um governo laico teve seus apoiadores. De Rui Barbosa até Benjamin Constant, a laicidade também perpassava pela escola pública como sendo fundamental para a boa educação. A primeira Constituição brasileira, de 1891, reafirma a ideia desses pensadores e estabelece a separação entre a Igreja e o Estado, a liberdade de culto e o reconhecimento a liberdade religiosa.
Atualmente alguns pesquisadores se debruçam sobre o tema da laicidade na escola. Luiz Antônio Constant Rodrigues da Cunha, professor titular da Faculdade de Educação da UFRJ, em seus estudos, defende o que denomina princípios de uma educação pública, ou seja, uma educação para todos, onde no espaço escolar não pode haver qualquer tipo de doutrinação.
Seria o ensino religioso e catequizante um risco à escola pública. O risco estaria no desrespeito aos estudantes e o que podem querer no futuro. Cunha aponta também que é um erro atrelar valores morais e éticos a uma determinada religião. Isso poderia passar a ideia equivocada de que só quem segue aquela religião específica é que possui valores. Cunha diz que “Só uma concepção totalitária da vida imagina que é a religião que vai embasar a Pedagogia e dar sentido ao ensino público e aos valores humanos.” (CUNHA, 2013)
Nossa questão é até que ponto a ideia francesa de laicidade se encaixa em nossa sociedade. Aqui observamos uma problemática. Assim como Schwarz, inicialmente pensamos em ideias e práticas dissonantes entre si. É interessante verificar o caminho percorrido pela elite intelectual no Brasil. Tempos depois da Era Pombalina, a Constituição de 1824, já com o Brasil independente, dava a Igreja Católica condição de representante da religião oficial. Nascimentos, casamentos e mortes ficaram a cargo da administração católica. Além disso, a educação primária e secundária foram entregues à Igreja, tirando novamente o discurso da laicidade e retornando à educação confessional.
A indagação que fazemos é se a separação total entre religião e ambiente escolar tem sido realizada e se ela é realmente necessária. Isso porque presenciamos práticas cotidianas escolares que não se enquadram na ideia francesa. É nesse ponto que pensamos nos aproximar das ideias de Silvano Santiago que aponta para um discurso vindo de fora, não como algo fora do lugar, mas como um discurso que irá favorecer um determinado grupo social.
Nesse sentido, entendemos que a laicidade muitas vezes é utilizada não como um conceito para se colocar em prática efetiva no cotidiano escolar, mas como um argumento que irá impedir determinadas religiosidades de percorrerem os ambientes escolares. Ocorre que, em muitos casos, a escola pública brasileira não é laica em sua prática. A manutenção de discursos religiosos é aceitável, desde que estes se enquadrem no pensamento dominante.
Também é interessante ressaltar o aspecto racista pode estar envolvido nesta questão. Uma vez a laicidade não se estabelecendo na escola, são muitos os casos em que religiosidades de matriz africana são excluídas do ambiente escolar. Sabendo do número de negros em nosso país, principalmente nos endereços periféricos e assistidos pela escola pública, a questão que nos incomoda é o porquê da exclusão.
Até que ponto a ausência de determinados grupos e suas culturas expressa a laicidade é o que se pergunta. Em que momento devemos distinguir a separação necessária do Estado e sua escola das crenças religiosas das ações que visão aos silenciamento de um grupo pertencente à sociedade brasileira?
Não temos a pretensão de ser uma resposta fechada e definitiva. Antes, fizemos a elaboração de uma reflexão sobre a prática educacional e quais discursos perpassam o ambiente escolar. Mostramos como a laicidade é importante para o ambiente de uma escola pública de qualidade. Mas também tentamos demonstrar que o fato do conceito muitas vezes parecer fora do lugar no Brasil, é motivo para indagação de como e por quem ele é utilizado.

Bibliografia
BASTOS, Maria Helena Camara. Introdução Verbete Laicidade. BUISSON, Ferdinand. Verbete Laicité/Laicidade. Dictionnaire de pédagogie et d'instruction primaire publié sous la direction de Ferdinand Buisson (1878-1887, p. 1469-1474). História da Educação. Pelotas: Asphe, v. 14, n. 32, 2010, p. 267-276.
CUNHA, Luiz Antônio. "A escola pública não pode ser uma arena de disputas religiosas". Revista Nova Escola, Maio de 2013. (disponível em http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/escola-nao-pode-nem-impor-religiao741655.shtml  visto em 04/01/2017)
SANTIAGO, Silviano. Intérpretes do Brasil. São Paulo: Nova Aguilar, v. 3, 2000.
SCHWARZ, Roberto. Ideias fora do lugar. Ao vencedor as batatas. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1992.


22 comentários:

  1. Bom Dia, vemos em seu artigo que no Brasil, a ideia de um governo laico teve alguns apoiadores. Rui Barbosa até Benjamin Constant, mostravam que a laicidade seria necessária para a escola pública e fundamental para a boa educação. Como você destacaria a dificuldade de até hoje a Educação brasileira não ser laica em sua prática.

    João Paulo de Oliveira Farias

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  2. Atualmente alguns pesquisadores se debruçam sobre o tema da laicidade na escola. Luiz Antônio Constant Rodrigues da Cunha, professor titular da Faculdade de Educação da UFRJ, em seus estudos, defende o que denomina princípios de uma educação pública, ou seja, uma educação para todos, onde no espaço escolar não pode haver qualquer tipo de doutrinação.
    Pergunta-se: Se o ato de educar não é neutro, com será possível em um Brasil de tanta corrupção uma educação para todos em uma escola livre de qualquer doutrinação? Genilda Pereira Batista Lima

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    1. Ana dos Anjos Santos Costa3 de abril de 2017 às 19:34

      Olá, obrigada pela pergunta. Essa é uma questão interessante pois vai de encontro com meus estudos. Veja, o professor Cunha propõe uma escola para todos. Isso não significa que irá existir uma neutralidade total dos educadores e dos currículos apresentados. O que se pode pretender para uma educação mais inclusiva e multicultural é justamente mostrar as diferenças, contribuindo para que o educando possa ter consciência de sua identidade e convivendo com seus diferentes.

      Ana dos Anjos Santos Costa

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    2. uma boa pergunta genilda, eu responderia com outra pergunta, sendo um estado laico, a população esta educada, correta ou erudita? infelizmente ainda nao, entao precisamos rever essa laicidade, porque no momento ela mais prejudica do que ajuda. os alunos entram na escola e saem do mesmo jeito que entrou ou talves piores. entao precisamos reaver este conceito

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  3. Ana dos Anjos Santos Costa, parabéns pelo belíssimo texto onde permite ver a importância de uma escola laica. mais levanto uma questão, não seria mais interessante pro contesto da educação promover e levar os educandos a ser tolerantes e respeitar as diferenças religiosas do que promover ou não abordar a religião do individuo que ali frequenta. exemplo uma cidadezinha do interior ou uma comunidade quilombola onde a maioria ou todos praticam a mesma religião como seria essa escola laica? a instituição de ensino não estaria reprimindo ou não valorizando a cultura local?

    Rogério Pereira

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    1. Ana dos Anjos Santos Costa4 de abril de 2017 às 16:09

      Olá Rogério ótima pergunta. A laicidade como base para a educação pública não visa, de forma alguma, a negação ao o silenciamento de nossas culturas. A proposta seria valorizar igualmente a todas as diferenças, sem atribuir graus de superioridade ou inferioridade entre elas. O respeito as diferenças vem também da concepção de um Estado igualitário, sem favorecimentos a um grupo religioso específico. Então, no caso de uma comunidade quilombola, não se negaria o direito do aluno expressar suas crenças, mas também seriam abordadas outras visões de mundo, contribuindo para a ampliação do conhecimento do discente.

      Ana dos Anjos Santos Costa

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  4. Encontro muita dificuldade, nas escolas onde minhas filhas estudam, em fazer prevalecer o direito e respeito de não termos religião. Situações onde professor de música cantar hinos evangélicos o tempo todo, professora de história que faz oração todos os dias e "obriga" os alunos a falarem uma oração, e ao questionar a escola me respondem que não há mal nenhum e não fazem nada. O que fazer se o próprio Estado diz ser laico mas coloca como obrigatória as escolas terem a disciplina de Ensino Religioso? Todos sabem que é errado mas são conivente com o que acontece nas escolas. Apesar de acreditar que as escolas deveriam serem Laicas verdadeiramente, achei muito pertinente a questão do Rogério Pereira e se tornou uma dúvida minha também.

    Gisele Cristina da Câmara

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  5. Juciana Pereira Lustosa4 de abril de 2017 às 16:18

    Boa Noite Professora. Até pouco tempo nossa educação não era Laica, hoje vemos que a escola é laica pois ela respeita a religião de todos os alunos sem se prender a religião alguma aceitando que seus alunos usem a vestimenta de sua religião. Respeita sem abandonar a cultura própria escolar. Então como o professor pode trabalhar com seus alunos um tema que envolva religião sem haver conflitos religiosos ? Juciana Pereira Lustosa

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  6. Ana dos Anjos Santos Costa4 de abril de 2017 às 16:19

    Olá Gisele. Realmente a questão da religiosidade no ambiente escolar tem que ser muito debatida e estudada, justamente para não ocorrerem situações como as que você mencionou. A escola pública tem leis específicas em relação a laicidade, diferentemente de uma instituição de ensino particular, a qual pode ser confessional. Pais e professores devem manter o diálogo aberto, procurando se informar sobre a legislação e os benefícios da laicidade no ambiente público.

    Ana dos Anjos Santos Costa

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  7. Infelizmente o Estado ainda precisa, em todas as instancias, encarar com maior efetividade a laicização. E quando falamos em escola, percebemos ainda uma presença religiosa muito forte, e tendo isso em vista, creio que seja pertinente buscarmos alternativas que possam nos ajudar a desenvolver métodos para trabalhar essas contradições nesse espaço.

    INDIARA OLIVEIRA DE ALMEIDA

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  8. Boa tarde!
    É um tema interessante e instigante.
    Certamente você travará alguns embates por aqui.
    Você crê que seja realmente possível um ensino laico no Brasil?

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  9. Murilo Luiz Gentil de Oliveira5 de abril de 2017 às 10:29

    Boa tarde!
    Necessita refazer o post por motivos de certificação.
    É um tema interessante e instigante.
    Certamente você travará alguns embates por aqui.
    Você crê que seja realmente possível um ensino laico no Brasil?

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  10. Oi, boa tarde. Sou professora do Fundamental II, da rede municipal de Fortaleza.
    Eu penso que ser laico não é excluir a religião do ambiente escolar, ao contrário, é incluir. E os estudantes, apesar de reproduzirem suas experiências sociais, são bastante acessíveis ao que propomos quando se sentem respeitados.
    O debate que pode começar por ensino religioso e circular por todas as disciplinas deve fortalecer o conceito de tolerância religiosa.
    Minha pergunta é: como promover a discussão com os pares que não vêem "nada de mais" em uma santa na entrada da escola ou um agradecimento à Deus na festinha do nono ano? Ou pior, são os primeiros a propagar discursos que ultrapassam a intolerância religiosa e se misturam com racismo e discriminação?
    Att,
    Francisca Eveline Pereira Viana.

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  11. Layana Márcia Carvalho Pereira5 de abril de 2017 às 13:27

    Boa tarde, como se refere o texto nosso país não nasceu laico mas se tornou. A educação religiosa não pertence mais a escola mas fica por conta da igreja; A escola deve respeitar todas as religiões e aceitar seus alunos sem preconceito ensinando desde as series iniciais a importância de educação laica pois vivemos em uma democracia sei o quanto é difícil educar. Fica meu questionamento como a escola publica vai trabalhar esta questão se não possuem materiais adequados, não capacitam professores como deveriam. Como os professores iram ensinar adequadamente?
    Lyana Márcia

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    1. Lyana concordo com a sua colocação pois para forma pessoas conscientes devemos forma profissionais e dar condições de trabalho adequada para que os professores que estão todos os dias na sala de aula não leve com eles sua concepção de religião e partidária, a escola Laica passa antes por formação e ferramentas de trabalho adequada na sala de aula.

      Rogério Pereira

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  12. Olá Ana! Acredito que o problema da dificuldade de termos uma educação laica de verdade se mistura com o problema maior de não termos nem mesmo instituições públicas realmente laicas, vide crucifixos em Câmaras, Assembleias e órgãos públicos em geral, sem contar as notas de dinheiro com frase religiosa monoteísta. A questão que fica é: Será que essa dificuldade de termos um país laico vem de outra dificuldade do brasileiro: a de separar as coisas públicas das coisas particulares?

    Oscar Martins Ribeiro dos Santos

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  13. Brenda Hanna Chagas Peso6 de abril de 2017 às 12:30

    Olá, Ana. Fiquei bastante curiosa ao ler o título de seu trabalho e digo que valeu a pena. Pude presenciar nos tempos de colégio que em várias vezes, certos discursos religiosos acabavam predominando na fala dos próprios funcionários da escola, creio que isso dá mais liberdade ao aluno para se apropriar de discursos religiosos, excluindo aqueles que não aceitam tal ideia e dessa forma acaba por não cumprir com o conceito de laicidade no ambiente escolar. Gostaria de saber se você já teve alguma experiência dentro de sala de aula onde foi possível ver que o discurso religioso predominara, e de que forma podemos combater isso? De que forma podemos ajudar nossos alunos, e até mesmo colegas de trabalho, a entender que o ambiente escolar não deveria estar incentivando a fazer parte de uma religião, seja qual for, mas sim compreender que é um processo histórico importante. Você acredita que, desde as reformas mais antigas, a laicidade está mais presente nas atuais escolas?

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  14. Brenda Hanna Chagas Peso6 de abril de 2017 às 12:33

    Olá, Ana. Fiquei bastante curiosa ao ler o título de seu trabalho e digo que valeu a pena. Pude presenciar nos tempos de colégio que em várias vezes, certos discursos religiosos acabavam predominando na fala dos próprios funcionários da escola, creio que isso dá mais liberdade ao aluno para se apropriar de discursos religiosos, excluindo aqueles que não aceitam tal ideia e dessa forma acaba por não cumprir com o conceito de laicidade no ambiente escolar. Gostaria de saber se você já teve alguma experiência dentro de sala de aula onde foi possível ver que o discurso religioso predominara, e de que forma podemos combater isso? De que forma podemos ajudar nossos alunos, e até mesmo colegas de trabalho, a entender que o ambiente escolar não deveria estar incentivando a fazer parte de uma religião, seja qual for, mas sim compreender que é um processo histórico importante. Você acredita que, desde as reformas mais antigas, a laicidade está mais presente nas atuais escolas?

    Brenda Hanna Chagas Peso

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  15. Boa tarde, como seria a implantação adequada de um ensino laico?

    Anderson Oliveira Cruz Santos

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  16. Tatiane Martins Evangelista6 de abril de 2017 às 12:54

    Olá!Nossa legislação aponto o Brasil como sendo Laico, contudo isso ocorre apenas na teoria, na prática do dia a dia escolar ainda observamos muitos excessos por parte dos agentes educacionais. A disciplina de Ensino Religioso é talvez um dos maiores exemplos, se trabalhada como prevê as normativas, poderia ser uma boa ferramenta para levar aos alunos o conhecimento da pluralidade religiosa, assim como o direito em não possuir uma religiosidade, todavia isso não ocorre como deveria, por inúmeros fatores. Sendo assim, pergunto: Nestes últimos dias saiu a terceira versão da BNCC, nela a disciplina de Ensino religioso saiu da grade do fundamental, como você vê essa ausência, como algo positivo ou negativo para a busca de uma laicidade? Tatiane Martins Evangelista

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  17. Maycon Alves Casado6 de abril de 2017 às 14:48

    O Ensino Religioso em escolas públicas pode se tornar segmentário e segregacionista, mas as Ciências Sociais se debruçam sobre o estudo das religiões como forma de manifestações sociais. Não seria o caso de inserirmos no ensino básico o Estudo da(s) Religião(ões)? Afinal o Brasil é sim um país religioso e com representações religiosas de todos os tipos e em tempos de intolerância com o contrário é necessária abordagem de tal tema para dirimir afastamentos.

    Maycon Alves Casado

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  18. Parabens pelo otimo texto, Ana. Acredito ser fundamental que, enquanto professores de historia, possamos promover a tolerancia em sala de aula. Para tal, mostrar as diferencas para diminuir os estranhamentos é um caminho necessario.E nao apenas na relacao aluno-professor mas entre os proprios docentes. Afinal, nao é dificil encontrar o discurso de odio na sala dos professores...

    Carla Surcin

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