AS ESCOLAS DE ÓBIDOS NA LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO E O PRECONCEITO NO ESPAÇO ESCOLAR
Adenilson dos Santos
Lucas de Vasconcelos Soares
Dnt. Wilverson Rodrigo Silva de Melo
UFOPA
Introdução
No dia a dia, muitas são as pessoas vítimas de discriminação e preconceito na sociedade por serem consideradas diferentes. Seja por estar inserida em outra cultura, por classe social inferior, por sua opção sexual, por seu credo religioso, entre outros, a sociedade acaba rotulando essas pessoas de forma negativa, resultando na marginalização dessas diferenças.
Sabe-se que é nos laços familiares que ocorre a primeira educação e certamente, é onde a criança recebe as primeiras informações sobre essas diferenças, repassando-se em alguns casos, informações rotuladas e preconceituosas. Porém, a escola precisa trabalhar essas diferenças com o objetivo de conscientizar os alunos e seus familiares para que tais práticas sejam superadas.
Nesse sentido, sabemos que a educação deve atender a todos os indivíduos e isso não é uma exceção, mas sim um direito conquistado e garantido perante a lei. Assim, não devemos esquecer que a educação é um direito de todos, tornando-se dever do estado e da família proporciona-la e deve ser apoiada pela sociedade.
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, Art. 205).
Com base nos documentos legais, direcionamos nosso olhar para a realidade escolar do município de Óbidos para verificar se o direito a educação e o respeito às diferenças estão sendo assegurados em nossas escolas. O estudo pretende mostrar através da observação direta e das entrevistas realizadas como as escolas estão se organizando para o enfrentamento de atos que atentem contra a dignidade dos alunos e dessa forma, como estão contribuindo para a construção de um ambiente mais digno e igualitário, onde cada criança seja respeitada e aprenda a respeitar o seu semelhante.
A atual realidade das escolas do município de Óbidos: o cenário passa por grandes mudanças
Nas entrevistas realizadas, constatamos que os atos discriminatórios ocorrem com frequência no espaço escolar, sendo a intimidação sistemática (bullying) a prática mais frequente. Segundo os profissionais da educação, já se tornou comum entre os alunos o uso de apelidos discriminatórios referentes à cor, a classe social e ao aspecto físico de cada indivíduo.
Durante as nossas observações no espaço escolar, percebemos que alguns desses profissionais que atuam diretamente com esses alunos, apesar de seu longo tempo de atuação na área, não receberam capacitação adequada para lidar com situações dessa natureza no dia a dia. Como consequência desse problema, podemos tomar como exemplo, a postura do professor que ao presenciar atos de desrespeito ocorrendo entre os alunos, acaba se omitindo diante da situação, contribuindo para que a discriminação ganhe força e se perpetue cada vez mais na sala de aula.
Nesse sentido, sabemos que a escola não atua apenas sobre o processo de ensino-aprendizagem de conhecimentos necessários para a sobrevivência na sociedade, mas também como suporte para que o aluno possa construir sua identidade e, assim, compete a ela um papel importante de combater essas discriminações e transformar o ambiente em um espaço de convivência pacífica das diferenças.
“A escola enquanto ambiente sócio-histórico-cultural de promoção e reprodução sistemática e organizada da aprendizagem dos conhecimentos humanos acumulados historicamente, além de contribuir para a apropriação destes saberes, também promove a socialização e a interação entre os sujeitos, propiciando assim a construção do sentido de humanidade pelos mesmos”. (BOCK, 2001)
No entanto, para nossa surpresa, comprovamos que em todas as escolas analisadas, o tema “diversidade” é uma realidade e vem sendo trabalhado constantemente, visto que hoje se torna uma obrigatoriedade para os profissionais incorporarem em suas práticas educativas, já que a escola atual é vista como o palco das diferenças e nela encontramos não só diversidade de raça ou classe social, mas sim inúmeras outras diferenças que surgem a cada momento.
“A escola é o lugar não só de acolhimento das diferenças humanas e sociais encarnadas na diversidade de sua clientela, mas fundamentalmente o lugar a partir do qual se engendram novas diferenças, se instauram novas demandas, se criam novas apreensões acerca do mundo já conhecido” (AQUINO, 1998, p.138)
Um ponto marcante nesse processo foi à criação da lei Nº 13.185 que estabelece medidas de prevenção e combate à prática de intimidação sistemática (bullying). A nova legislação estabelece que as instituições de ensino promovam medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, com destaque às práticas de bullying ou constrangimento físico e psicológico, sejam elas cometidas por alunos, professores ou outros profissionais da comunidade escolar. Assim, as escolas são obrigadas a trabalhar essa temática na sua realidade e a partir desse compromisso com a lei, novas ações e projetos voltados para a inclusão e o respeito às diferenças estão surgindo nas escolas de Óbidos.
Essas ações foram desenvolvidas com base na realidade de cada escola, visando à superação de práticas discriminatórias e contribuindo para o pleno desenvolvimento de seus alunos, enquanto seres humanos. São iniciativas voltadas para temáticas que norteiam discussões sobre as diferenças existentes entre os indivíduos e que promovem no aluno uma reflexão de suas atitudes e de seu posicionamento diante de tais diferenças, o que acaba reduzindo bastante o número de ocorrências de desrespeito entre os mesmos e, assim, abolindo a presença de apelidos e insultos corriqueiros na realidade escolar obidense.
Outra forma de conscientização frequente nessas escolas são as palestras que ocorrem ao longo do ano e contam com participação de entidades públicas, como o conselho tutelar, polícia, grupos religiosos, profissionais da saúde e outros. Nessas palestras são trabalhados temas essenciais e presentes na realidade dos alunos, que vão desde a violência até a orientação do respeito sobre as diferenças.
No geral, fazendo uma análise dos resultados obtidos, nota-se um grande avanço no sentido de mudança, já que constatamos o empenho das escolas em se organizar na busca por mecanismos e estratégias para adequarem a sua realidade e, assim, transformarem em ferramentas que possam ser utilizadas no combate a discriminação e o preconceito no espaço escolar. No entanto, para que as mudanças ocorram de forma positiva, à escola precisa organizar-se conscientemente em colaboração com todos os envolvidos para que juntos alcancem os seus objetivos.
“A escola, como parte integrante dessa sociedade que se sabe preconceituosa e discriminadora, mas que reconhece que é hora de mudar, está comprometida com essa necessidade de mudança e precisa ser um espaço de aprendizagem onde as transformações devem começar a ocorrer de modo planejado e realizado coletivamente por todos os envolvidos, de modo consciente.” (Lopes, 2001. apud MUNANGA, 2005, p. 189)
Entretanto, vale ressaltar que as práticas discriminatórias ainda não foram totalmente superadas, porém, as escolas estão caminhando rumo à concretização desse objetivo. Nesse sentido, muito já se fez visando mudar a realidade, mas ainda sim é preciso ir além, pois somente quando todos compreenderem que somos diferentes e que essas diferenças precisam ser respeitadas será quando conseguiremos viver em harmonia como seres humanos, deixando a discriminação e o preconceito na história e fixando em nossa realidade o respeito e a paz.
Considerações finais
No que concerne à formação desses profissionais da educação, não é preciso apenas receber a capacitação, mas sim deve haver um esforço para acabar com conceitos preconceituosos que estão impregnados em nossa mente. Pois, se mudarmos o nosso modo de pensar e de ver as diferenças, mudamos o nosso modo de agir em relação a elas.
Finalizamos esse trabalho, satisfeitos com os resultados obtidos, já que percebemos um grande avanço das escolas em relação aos anos anteriores no que diz respeito à superação de atos discriminatórios. Através dessa pesquisa, queremos contribuir com as escolas no fortalecimento de ações que visem desenvolver no ambiente educacional, laços de aceitação e respeito entre todos os indivíduos envolvidos no processo educativo.
Referências
BRASIL. Constituição Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/principal.htm>. Acesso em: 26 dez. 2016.
BOCK, M. B. (2001) A psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo: Cortez.
AQUINO, J. G. (1998). Ética na escola: a diferença que faz diferença. Em J. G. Aquino (Coord.), Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas (pp. 135-151). São Paulo: Summus.
LOPES, Vera Neusa. Racismo, Preconceito e Discriminação. In: MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o racismo na escola. 2. Ed. Brasília – DF. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
Bom Dia,
ResponderExcluirGostaria de saber: onde seria esse "município de Óbidos"? Pesquisei e apareceu Pará e Portugual..rs
Outra pergunta é: quando vocês colocam que a omissão dos profissionais de educação ocorre devido a não formação apropriada para lidar com as questões discriminatórias, que tipo de formação seria? Uma disciplina extra no currículo de licenciatura ou formação da/pra vida?
Desde já agradeço,
Luciana das Neves
Saudações Luciana!
ExcluirObrigado pelo contato e disposição no diálogo...
Vou tentar responder algumas perguntas, como um dos autores.
Primeiramente o município de Óbidos a que o trabalho se refere é o localizado na região Amazônica, na parte Oeste do Estado do Pará.
Segundo, quando criticamos a omissão de alguns profissionais da educação no que tange a esta temática, concebemos como uma medida uma formação pra vida.
Entendemos que disciplinas isoladas não tem um grande potencial de impacto na formação de professores, quando comparado a formação por eixos temáticos e convergência das temáticas de etnicidade dialogadas em todas as disciplinas (princípio da interdisciplinaridade e transversalidade).
Cordialmente, Wilverson Rodrigo.
Muito obrigada Wilverson Rodrigo!
ExcluirAh, e parabéns pelo trabalho de vocês!
Confesso que muito bom saber que temos companheiros de luta em todo o país e que não estamos sozinhos!!
Gratidão!
Olá, gostaria de saber um pouco mais sobre o cotidiano das práticas de preconceito observadas na escola. Quais seriam as mais "agressivas" e como elas aparecem na sala de aula? Grande abraço, Daniel Gevehr.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá, Daniel Gevehr.
ExcluirDurante a realização dessa pesquisa nas escolas do município de Óbidos (PA), observamos diversas práticas de discriminação e preconceito que ainda ocorrem no espaço escolar. Dentre elas, os atos de bullying são os que ocorrem com maior frequência.
São situações desagradáveis de insultos referentes a cor, ao porte físico de cada indivíduo, a sua classe social e até aos membros de sua família.
Como exemplo, gostaria de compartilhar a seguinte situação que ocorreu no período da pesquisa e infelizmente acabamos presenciando essa lamentável cena.
Um aluno de apenas 9 anos de idade, estava naquele momento trajando um uniforme rasgado, não havia tomado banho e sua mãe era vendedora de carvão.
Os outros colegas de aula começaram a chamá-lo de "Preto Vendedor de Carvão" e insultavam ele e sua mãe. A partir desse momento, esse aluno não queria mais nem entrar na sala de aula, pois sabia que naquela sala estavam aqueles colegas que lhe insultariam novamente.
O mais estranho foi a atitude do professor, que ao saber do ocorrido não fez nada, apenas disse ao aluno "Ou você entra ou vai embora". E por aí ficou!
Grande Abraço!
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Boa tarde, o bullyng é a forma mais frequente que os alunos utilizam que vão desde apelidos até discriminação é preconceito.
ExcluirAdenilson dos Santos
Olá.
ResponderExcluirPrincipalmente Parabéns pelo trabalho, muito boa a temática.
Se possível for, gostaria de saber especificamente quais os grupos mais atingidos pela
prática do bullying, se são os deficientes,negros, homossexuais, pobres e etc???
Acho importante ressaltar isso, pois quando se tem uma situação que está mais grave, vale iniciar as tentativas de minimizar as práticas do bullying com atividades voltadas para os grupos que mais sofrem com essa violência.
Por: JONATHAN RAFAEL CARDOSO GUIMARÃES
Olá. Jonathan Rafael Cardoso Guimarães.
ExcluirObrigado pela contribuição.
Bem, como a pesquisa foi feita em escolas de ensino fundamental menor (1º ao 5º ano), trata-se de um público mais infantil. Assim, os casos de prática de intimidação sistemática (bullying) que ocorrem com mais frequência nessas escolas estão voltados, em sua maioria, para a cor, o porte físico e a classe social do indivíduo.
Vale ressaltar, que nas escolas que compõem essa pesquisa, os alunos com deficiências são muito respeitados pelos profissionais e também pelos outros alunos. São acolhidos por toda a comunidade escolar com muita alegria e são tratados com respeito por todos. Segundo os coordenadores pedagógicos dessas escolas, até o momento nunca houve casos de discriminação ou preconceito ocorrendo com os alunos com deficiências.
Grande Abraço.
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Oi, gostaria de saber se essa pesquisa foi realizada em escola pública ou privada? E também se há maior número de atos discriminatórios em escolas públicas, em privadas, ou em ambas acontecem na mesma proporção?
ResponderExcluirSaudações Prezada Thais!
ExcluirA pesquisa que fundamentou este texto, foi realizada em escolas públicas da rede municipal da cidade de Óbidos (PA).
Quanto a proporção de atos discriminatórios em diferentes esferas educacionais, afirmo que ela ocorre em todos os ambientes (pública, privada, conveniada), no entanto, as proporções são muito subjetivas variando entre cidades e regiões. No caso de nossa pesquisa em Óbidos, fica difícil eu lhe dar um dado concreto, haja vista que não houve um quadro comparativo, mas sim um estudo sistematizado somente nas escolas públicas municipais.
Cordialmente, Wilverson Rodrigo.
Olá Laise.
ExcluirAlém de palestras, as escolas desenvolvem projetos que envolvem alunos e a comunidade.
Adenilson dos Santos
Olá Thais,a pesquisa foi realizada somente em escolas dá rede municipal da cidade.
ExcluirAdenilson dos Santos
São variadas as formas de discriminação e preconceito, porém o sistema educacional não enfatiza e não trabalha eficazmente quando a problematização ocorre de "professor para aluno". Quais as medidas necessárias se o discente sofrer este tipo de agressão?
ResponderExcluirpor: Karla Stephanne
Olá, Karla Stephane.
ExcluirMuito boa a sua colocação. Obrigado!
Durante a nossa pesquisa, observamos na própria sala de aula, atos de desrespeito ocorrendo do professor para com o aluno. O aluno ao fazer algo errado, recebia a seguinte colocação, "Cala a boca, gordinho" ou "Fica quieta, magrela", fora inúmeros outros apelidos que ocorreram por parte do professor.
O que acontece no ensino fundamental menor (1º ao 5º ano) é o seguinte:
Após receber um apelido do professor, o aluno, além de ficar constrangido, acaba se silenciando, já que tem medo de o professor lhe colocar para fora da sala ou chamar seus pais.
Acredito que assim como o aluno sofre as punições quando desrespeita seu professor, ele também deveria ser amparado quando o professor lhe ofende.
No entanto,a primeira medida para mudar essa realidade, seria QUEBRAR O SILÊNCIO. Ao invés de aluno se silenciar diante daquela atitude do professor, deveria procurar a direção da escola ou até seus pais e comunicar o que está acontecendo.
O primeiro passo seria esse.
O segundo passo seria registrar o caso na direção da escola e encaminhá-lo até os setores competentes.
Após confirmado o ato de despeito do professor, este seria punido.
Abraços!
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
O modelo "Educação Tradicional" tende a oprimir e agredir a personalidade do discente, acentuando o tema abordado, englobando todos os agentes da comunidade escolar. A mudança da realidade descrita no texto requer a mudança do modelo educacional ou simplesmente é um fator de formação docente?
ResponderExcluirPor: Jarlison Barbosa
Olá, gostaria de saber, se mesmo sem capacitação profissional dos Educadores, vocês baseados nas suas pesquisas acreditam que é possível trabalhar de forma assertiva com esse educandos que sofrem tais atos preconceituosos?
ResponderExcluirPor: Ana Carla Matos de Oliveira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa.
ResponderExcluirAlém de palestras educativas, existem outras atividades que a escola aborda o tema da diversidade e quais são elas?
Por: Laise da Cunha Pereira
Olá, Laise da Cunha Pereira.
ExcluirSim. Atualmente, as escolas de ensino fundamental menor do município de Óbidos (PA) já estão com o tema diversidade presente na sua realidade.
Além das palestras, cada escola já desenvolve no mínimo dois projetos voltados especificamente para o tema diversidade. Esses projetos funcionam regularmente nas escolas, levando informações e fazendo a interação entre todos os alunos, funcionários e familiares, visando acabar de vez com qualquer forma de discriminação e preconceito que ainda esteja ocorrendo.
Nesses projetos são exibidos filmes, documentários, jogos educativos e outras atividades, todas voltadas para a aceitação do outro como ele é.
Vale ressaltar, que a participação da família é essencial na concretização desse objetivo.
Abraços.
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Boa tarde Laise.
ExcluirAlém de palestras, as escolas desenvolvem projetos que envolvem alunos e a comunidade.
Adenilson dos Santos
PERGUNTA:
ResponderExcluirDe acordo com o texto o autor informa que é nos laços familiares que ocorre a primeira educação, seja ela negativa ou positiva em relação as diferenças. Na opinião do autor qual seria a maneira mais adequada de desconstruir essas informações negativas que vem de casa sendo que dependendo da atmosfera e da estrutura familiar os próprios pais desconstroem as informações positivas que a escola passa para os alunos?
Olá, Luiz Fernando Menegucci.
ExcluirMuito boa a sua colocação. Obrigado!
Realmente, estamos diante de um grande desafio para a escola.
Quando chega à escola, o aluno já tem opiniões formadas sobre as diferenças existentes, em sua maioria, são opiniões rotuladas e preconceituosas que são repassadas em casa. Diante disso, a escola tenta de todas as formas trabalhar essas diferenças com esse aluno, visando acabar com essas visões negativas existentes. Porém, o que adianta a escolar trabalhar de forma correta, montando visões positivas a respeito das diferenças, se ao chegar em casa o aluno ouvirá conceitos negativos de seus familiares? Nesse sentido, o trabalho da escola será perdido e em vão.
Acredito que pra escola conseguir alcançar um resultado positivo com esses alunos, precisa-se urgentemente trabalhar com os seus familiares, educando-os para a aceitação e respeito pelas diferenças, destruindo conceitos preconceituosos que estão impregnados em suas mentes. Após esse processo, com toda certeza, o resultado será satisfatório e a escola conseguirá cumprir seu papel.
Abraços
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Parabéns pela pesquisa..., contudo o que se pode analisar e que essas práticas vêm sendo transmitidas ao longo do tempo e que cabe sim aos profissionais da educação combate-las, porém é de fundamental importância que isso seja trabalhado em casa. Como os profissionais da educação desse município trabalham isso com a comunidade local? A prefeitura e a secretaria dão suporte a eles? E quais suportes são esses? A prefeitura tem projetos ligados a essa temática? Se tem em quais espaços além do escolar se é trabalhado?
ResponderExcluirPor: Jeremias Oliveira Santana
Olá, Jeremias Oliveira Santana.
ExcluirObrigado pelo comentário.
Durante o período dessa pesquisa nas escolas de ensino fundamental menor do município de Óbidos (PA) constatamos que os projetos que vem sendo desenvolvidos nas escolas são resultados da lei Nº 13.185 (Lei de combate ao Bullying) que obriga os profissionais da educação incorporarem a temática ao currículo. Dessa forma, os projetos ainda ocorrem apenas nas escolas.
Porém, segundo os entrevistados, nos informaram que futuramente esses projetos serão abertos a comunidade externa.
Vale ressaltar, que os projetos criados nas escolas são iniciativas dos coordenadores pedagógicos ou professores e não recebem nenhum investimento ou apoio de qualquer natureza.
Com relação aos projetos da prefeitura visando essa temática, ainda não existe nenhuma iniciativa até o presente momento.
As escolas contam também com o apoio de entidades públicas como o conselho tutelar, polícia militar e entidades religiosas que ministram palestras para a comunidade escolar, abordando temas presentes no dia a dia, sendo a diversidade um deles.
Abraços.
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Olá.
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa e pela iniciativa, acredito que este seja um tema que realmente precisa de muita discussão.
Gostaria de saber como a escola e os professores reagiram com a temática trabalhada por vocês nas escolas, a partir das informações obtidas é possível perceber uma preocupação e um entusiasmo para se trabalhar o tema ou ainda há uma certa “resistência” ao falar sobre assuntos que ainda são “censurados” em alguns espaços?
Por: Fernando Nogueira Resende
Olá, Fernando Nogueira Resende.
ExcluirMuito obrigado pela contribuição!
Desde o início da pesquisa tivemos um grande apoio da direção e da coordenação pedagógica de todas as escolas de ensino fundamental menor (1º ao 5º ano)do município de Óbidos (PA) envolvidas nesse trabalho.
Nos receberam de braços abertos e contribuíram de forma significativa para esse estudo. O que percebemos é que esse tema já não é mais algo difícil de tratar entre os envolvidos no processo educacional, pois, o mesmo está inserido na realidade das escolas, tornando-se naturalizada a sua discussão.
Tivemos alguns problemas no início, com alguns professores que em primeira entrevista nos informaram uma coisa, mas que na realidade se comportaram de maneira completamente diferente do informado. Mas, isso faz parte.
O que vejo no rosto da maioria desses profissionais da educação do nosso município é a vontade de mudança, de querer acabar de vez com conceitos preconceituosos e discriminatórios em nossas escolas.
Grande Abraço.
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Primeiramente parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirSou estudante de História e bolsista de um Programa de iniciação à docência, e na escola que atuo desenvolvemos um projeto chamado "Empatia:o eu no outro" que trata de preconceito dentro e fora do ambiente escolar. A perguntada é: Que métodos e artifícios podemos utilizar para tratarmos e combater o preconceito no ambiente intra-escolar?
Olá! Obrigado pelo comentário.
ExcluirPrimeiramente, precisamos mudar nossos conceitos e nossas maneiras de ver e agir sobre as diferenças. A partir daí, estaremos aptos a contribuir para o fim de práticas discriminatórias e preconceituosas, tanto no espaço escolar como na comunidade.
Podemos usar as diferenças presentes em nosso dia a dia e trabalhar com nossos alunos cada uma delas de uma forma mais dinâmica, fazendo com que a criança absorva aquela informação e crie certa compreensão sobre ela.
Existem diversos métodos que podem ser utilizados no espaço escolar, mas depende da criatividade de cada profissional e do interesse em fazer um bom trabalho com seus alunos.
Ressalto ainda a importância do papel da família na desconstrução desses conceitos preconceituosos formados em cada criança e no suporte para a criação de uma nova visão sobre essas diferenças.
Grande Abraço.
LUCAS DE VASCONCELOS SOARES
Ola, primeiramente parabens pelo trabalho! Em segundo lugar, como vocë acha que o ensino de historia poderia auxiliar na luta contra o bullying?
ResponderExcluirPor? Douglas Augusto da Silva
Perante as reformas propostas pelo o governo atual, o ensino afro-brasileiro passa a ser des obrigatório nas escolas de ensino fundamental e médio, vocês autores acham que isso pode prejudicar a luta contra o racismo que ocorre com crianças e adolecentes nas escolas? Quais medidas vocês opinião para que o professor de história possa concientizar seus alunos usando os conteúdos trabalhados em sala de aula?
ResponderExcluirPor: Patrícia Azeredo Souza
Parabéns pelo trabalho !!
Mesmo com tantas medidas contra o racismo, infelizmente ainda observamos com muita frequência práticas racistas tanto na escola como na rua.
ResponderExcluirComo um profissional da educação deve trabalhar para conscientizar esses alunos da gravidade dessas práticas?
Parabéns pelo trabalho científico.
ResponderExcluirO artigo de vocês enfatiza a lei Nº 13.185, que estabelece medidas de prevenção e combate à prática de intimidação sistemática (bullying).
Contudo, gostaria de saber: na a opinião de vocês como poderia trabalhar com os educadores/as o enfrentamento de discriminação e preconceito nas escolas, a partir da lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial)?
Ubiraci Gonçalves dos Santos