Páginas

Maria Camila

QUESTÕES HISTÓRICAS REFERENTES ÀS FACETAS DA EDUCAÇÃO E TRABALHO
Maria Camila Fernandes de Macêdo Silva
Prof. Esp. Educação UERN

Busca-se nessa escrita demonstrar as discussões que envolvem o Trabalho junto a Educação, incluindo a Educação Profissional que foi e continua sendo discriminada. Nesse texto decorrem as fundamentações das afirmações de Frigotto (2002) e Weermelinger, Machado, Filho (2007) e Saviani (2007) sobre as que permeiam historicamente a educação e trabalho.
Através das exposições do autor Saviani (2007) o mesmo explicita que Trabalho e educação são atividades especificamente humanas. Através disso, percebemos que apenas o ser humano trabalha e educa.  O homem possui características que lhe permitem trabalhar e educar. Trabalho e educação são considerados atributos essenciais do homem, sabemos que isso são elementos imprescindíveis para a natureza humana. A educação profissional, que é caracterizada por um tipo de educação destinada àquelas pessoas que são consideradas possuidoras de capacidade intelectual, econômica e social, insuficientes para prosseguir nos estudos.  As duas dimensões são o ser humano no sentido de ser histórico-natural, e a segunda dimensão da centralidade o princípio educativo do trabalho. O processo de alienação que acontece através do salário. A drástica diferença entre o Brasil e os países Centrais, sobre o Estado brasileiro não cumpri minimamente as suas obrigações. E por fim, veremos as questões que são referentes à educação questões que permeiam historicamente a Educação e Trabalho.
A educação profissional historicamente foi e continua sendo discriminada por uma grande parcela da sociedade.  A mesma é caracterizada por um tipo de educação destinada à população considerada como não possuidora de capacidade intelectual, econômica e social, insuficientes para prosseguir nos estudos.
Os técnicos eles se tornam profissionais indispensáveis podemos dizer que ele é quem faz o trabalho mais pesado da profissão, como exemplo o técnico de enfermagem que nos hospitais é quem aplica injeção, prepara os remédios, faz limpezas de cortes, e o enfermeiro fica mais na parte da chefia.
Quando citamos a área da saúde como exemplo de educação profissional é em razão das especificidades e peculiaridades que caracterizam o trabalho em saúde que diz respeito como cita Wermelinger (2007) Machado (2007) Filho (2007) sobre a preservação da existência humana, penso que seja dessa maneira que os autores defendem que essa luta constante pelo cuidado com a vida, para evitar riscos a saúde e a qualidade de vida do ser humano, e esse convívio, de permanência e oposição contra a morte.
 A formação de recursos humanos para o setor constitui-se em lócus privilegiado de estudo das variáveis-políticas, econômicas, sociais e culturais que permeiam a educação profissional de nível médio em nosso país. Os autores Wermelinger (2007) Machado (2007) Filho (2007) citam que a função da educação se torna mais importante na preparação da força de trabalho, uma vez que as habilidades requeridas do novo trabalhador são muito relacionadas com aquelas desenvolvidas na escola, isto é, responsabilidade, capacidade abstração, de resolver problemas, de trabalhar com símbolos e compreensão de textos abstratos entre outras.
Frigotto (2002) cita Marx (1982) em seu artigo discute que nesse sentido, para Marx, o trabalho assume duas dimensões distintas e sempre articuladas: trabalho como mundo da necessidade e trabalho como mundo da liberdade. O 1º está ligado ao ser humano no sentido de ser histórico-natural, o mesmo produz os meios da manutenção de sua vida biológica e social. Na segunda dimensão como diz Marx (1982) cita Frigotto (2002) a segunda dimensão da centralidade o princípio educativo do trabalho deriva de sua especificidade de ser uma atividade necessária, desde sempre a todos os seres humanos. O trabalho constitui-se, por ser elemento criador da vida humana, num dever e num direito. Um dever a ser aprendido, socializado, desde a infância. Trata-se de apreender que o ser humano como ser natural necessita elaborar a natureza, transformá-la, e pelo trabalho extrair delas bens úteis para satisfazer as suas necessidades vitais e socioculturais. Uma expressão que no dizer de Gramsci, espécies de mamíferos de luxo, que acham natural viverem do trabalho e da exploração dos outros.
Frigotto (2002) cita Marx onde o autor mostra através da história que há mais de um século e meio, que até hoje os seres humanos vivem a pré-história das sociedades de classe, em que grupos ou classes dominantes escravizam ou alienam os demais grupos ou classes.
A partir do século XVIII, em alguma ou quase todas as sociedades, o capitalismo vêm se destacando e regulando as relações sociais existentes. Esse modo de produção como diz Frigotto (2002) Foi se estruturando em contraposição ao modo de produção feudal, e que se caracteriza pela acumulação de capital, mediante o surgimento da propriedade privada da Abolição da escravidão já que era fundamental dispor de trabalhadores duplamente livres, ou seja, de não proprietário de meios e instrumentos de produção e tampouco de propriedades de senhores ou donos.
A partir da relação social assimétrica citada por Frigotto (2002) é que surge o trabalho/emprego que é o trabalho assalariado. O trabalho assalariado ele vai ser caracterizado como um divisor, pois através dessa forma de pagamento vai se tornar possível a acumulação e a riquezas de poucos, mediante assim a exploração  e alienação do trabalhador. Nessa realidade do trabalho assalariado a ideologia do capitalismo produz uma imagem positiva para o trabalho explorado fazendo também que esse trabalho tenha um critério de julgamento Moral. Frigotto (2002) explica bem essa questão pessoa confiável é aquela que não é vadia, que trabalha e que não fica a toa. A afirmação do trabalho como algo nobre e positivo é fundamental à nova ordem social capitalista. Trata-se de uma maneira de forçar o trabalho a empregar-se e a submeter-se à exploração e alienação.
Frigotto (2002) dar o conceito de alienar e logo após o autor dar exemplos desse modo que vem fazendo o homem como propriedade de mercado aonde o mesmo perde o controle sobre o produto de seu trabalho.
Alienar é uma palavra que vem do latim e significa transferir a outrem o seu direito de propriedade. A existência de proprietários particulares dos meios e instrumentos de produção de um lado, e de milhões de pessoas que apenas possuem sua força de trabalho para vender, de outro, produz uma situação que permite a exploração e superexploração dos trabalhadores. O trabalhador é alienado ou perde o controle sobre o produto de seu trabalho (que não lhe pertence) e do processo de produção. Transforme-se em mercadoria a força de trabalho.
O processo de alienação acontece através do seu salário, esse dinheiro ou recompensa dada ao empregado é apenas uma parte do tempo pago pelo o que produziu como cita Frigotto (2002) A outra parte fica com quem empregou o trabalhador. Parte do seu esforço, que tem como resultado mercadorias ou serviços é, então, alienada. Ou seja, é apropriado pelo empregador. O que mascara esta exploração é a sua legalização pelo contrato de trabalho.
Ao pensarmos nessa construção através da história, como cita Frigotto (2002) não é por acaso que a ideologia capitalista tem historicamente enfatizado a primeira dimensão a da individualidade reduzindo ao individualismo. Essa falsa ideia individualista, que faz os cidadãos pensarem que se alguém acumula bens e é rico, o é por mérito individual, pelo seu trabalho e esforço ou se é pobre, é por falta de dedicação e de esforço. E continua Frigotto (2002) a denominada teoria do capital humano e, mais recentemente, da qualidade total das competências, e da empregabilidade constituem-se por excelência no credo ideológico que afirma a visão individualista e falseadora da efetiva realidade. Desmontar essa ideologia é um ato educativo e ético-político fundamental.
Podemos perceber ao longo de nossa história os sindicatos e partidos se organizando, para se eliminar essa exploração do trabalho, percebemos que essa situação teve melhoras, mas pouca. Através desse período houve lutas dos trabalhadores, a pauta em defesa dos direitos que todo trabalhador deveria ter minimamente, e que era negado constantemente. No texto de Frigotto (2002) apud Hobsbawm (1995) Mostra o cenário nos séculos XIX e XX que foi marcado por revoltas lutas e guerras.
Portanto, a preocupação da constituição de uma sociedade que integra os trabalhadores, só se deu a partir da primeira Guerra Mundial. Mas não se constituiu na preocupação de um bem estar para os trabalhadores, tinha um interesse por trás disso, a estratégia de controlá-los.

Referências
FRIGOTTO, Gaudêncio. CIAVATTA, Maria (orgs). A Experiência do trabalho e a educação básica. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.
SAVIANI, DERMEVAL. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista brasileira de educação v.12 n.34.2007.

WERMELINGER, Mônica.  MACHADO, Maria Helena. FILHO, Antenor Amâncio. Políticas de educação profissional: referências e perspectivas.  Ensaio: aval.pol.públ.Educ., Rio de Janeiro,v. 15, n.55,p.207-222,abr/jun.2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.